segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Quando me perco, é aqui para onde recorro, já há cerca de 10 anos.
Já fui mais assídua, já fui bem mais distante. Mas volto. Volto para mim mesma quando há um transbordamento de realidades e de sentimentos que não cabe em mim.




Olhei nos teus olhos e vi a mesma doçura que tinha visto há uns dias atrás, nem um mês.
Eu vi um oceano escuro de sentimentos, em movimento de ondas gordas, grandes.
De volta, aquele piscar lento, pelo qual eu leio paixão; mas que volta com outro assunto, em outro lugar.
Nos encontramos nesse mar, nessa profundidade e intensidades pesadas e leves. Nos perdemos nesse balanço natural de cada onda que sou eu e que é você.
A gente se perdeu demais.
Você sempre veio daquele jeito, depois da chuva, mexido, agitado, às vezes me afogando.
Eu precisava me agitar pra conseguir te achar... se não, eu me machucava.
Eu sempre vim intensa, mas devagar, em séries que quase não eram perceptíveis se não prestasse atenção na mudança. E muitas vezes você se tornou eu para conseguir me achar e em mim se encontrar.
A gente se misturou muitas vezes, e se mexeu outras, e se chocou tantas outras. Você, como mar revolto na rocha que se faz dura para resistir e para se manter ali. Eu, como mar intenso, dizendo que estava ali, pesando na areia firme e fina em que você se fazia.
Foram várias séries, intensas para menos de um mês.
Foram encontros e desencontros diversos, talvez naturais para mares; talvez fortes demais para quem se fez ou se pretende - ou se pretendia - fazer rocha.
O embate entre os mares subsistiu tempo suficiente para marcar.




Não sei das paixões desse mar, não sei das séries nem das correntes, frias ou quentes. Não sei para onde vai. Mas sei onde fico.