quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Rose

Talvez eu não tenha dito como eu amo
Eu amo de forma simples, sem grandes mistérios
É um sentir, é um pequeno fazer, é uma dedicação de tempo
É a preocupação da manhã, é o beijo do almoço
É o boa noite da noite, é a visualização da madrugada.
Eu amo livre, sem imposição, sem obrigação
Até mesmo porque esse amor dá mais do que qualquer combinação

Talvez eu não tenha dito como eu vivo
Eu vivo livre - até onde sei
Sem esperar julgamento de ninguém
Sem julgar nenhuma pessoa também
Eu vivo inquestionavelmente questionando minhas ações, meus sentimentos, minha própria existência
Às vezes, fico em crise porque questionar suas próprias razões, constantemente, não é algo fácil
Mas, prefiro viver assim a crer que tudo é certo como eu acredito que, agora, seja
Me renovo, busco me melhorar, me inovo
Nada fica parado, exceto a essência de questionar

Talvez não tenha lhe mostrado a minha essência
A essência da liberdade e da inquietação
Que convive pacificamente com a essência da estabilidade e da rotina
É o complexo explicado por este meu caos
É a perfeita junção do que eu fui, como câncer, e do que eu sou, como aquário

Amo estar livre para conseguir amar da maneira mais intensa e mais profunda que minha essência alcançar
Amo poder contar, mesmo que na ilusão da confiança, com a estabilidade da rotina e das pessoas que estão na minha vida

Talvez eu não tenha te falado como eu vou embora, magoada
E como eu sou livre para voltar e começar uma nova caminhada
Talvez eu não tenha te explicado - ou deixado claro
Como o mundo é meu conforto e eu transito por ele com facilidade
Estando ou não perto de todos

Talvez eu não tenha explicado o quanto meu silêncio, estando ao seu lado, representa mais que um discurso de horas e juras de compromisso
Talvez eu não tenha explicado o valor da minha casa, a importância das minhas noites e o tesouro da minha comida
Talvez eu não tenha explicado o que isso vale em uma relação e o quanto isso me é dedicação
O quanto isso é compromisso, o quanto isso é "conte comigo"
Talvez eu não tenha explicado que me afasto, mas eu volto
Que eu me calo, mas eu falo
Que eu me machuco, bem fácil
E que, nessa complexidade caótica, é de quem me machuca que eu espero um colo.

Não sei não ser simples, não ser a vida tranquila, a rotina livre e em paz.

Ou, ainda, talvez, não seja nada disso o que buscavas
Talvez precisasse de mais palavras
Ou ansiavas por joguinhos e algumas emboscadas.
Talvez o amor te signifique juras diárias, conquistas ilimitadas
Sacrifícios e dedicações sem pensar em mais nada.

Não sei. Mas, o que sinto é que aparentemente não fui lida
O que eu dei era leve demais
O que eu dei era simples demais.

Talvez eu, ainda, não tivesse dito que eu estava contigo, me preocupando
Podendo ser o ombro amigo, o carinho no umbigo
Podendo ser um instrumento de incentivo.
Tentei, mas acho que não fui.

Ademais, talvez por fim, eu não tenha dito que te vi como um verdadeiro amigo
Como um homem, como um abrigo, como um parceiro para todos os motivos
Ah! E os limites eram atemporais e não-espaciais. Sempre e para sempre.

Duas coisas posso dizer, agora - porque não tenho palavras para isso
é que algo grande havia; não há mais.