sábado, 27 de fevereiro de 2010

Coming soon


Última postagem da semana em: 27 de fevereiro de 2010.
Próxima postagem por volta de: 07 de março de 2010.

Amigos, incentivos e sorrisos imprescindíveis: vocês fazem parte do meu sonho, que já se transmutou em um projeto iniciado.

Deus, companheiro, pai e parceiro: o filho do homem não tem onde reclinar a cabeça - senão na paz que tu trazes.


sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Individual

Não há explicações para o que sinto: é preciso sentir para conseguir entender...

E só quem consegue sentir e, consequentemente, entender será a pessoa que quer realmente isso.

Para tanto, será preciso questionar-se, questionar seu mundo de planos, seus sonhos, suas "posses", suas poses, companhias, "amigos", hábitos, conceitos, pensamentos, investimentos, vontades, saudades, amores, dissabores.

Muitos vivem em uma ilha construída por si mesmos e lá cuidam do que necessita: alimento - tanto para alma, quanto para carne. Muitos ensinam sua alma a se saciar com sentimentos negativos, vinganças, pilantragem, sacanagem. Muitos ensinam sua carne a ambicionar prazeres corruptíveis, vícios infindáveis, cobiça pelo corpo-objeto de outro. Formam pontes com outras ilhas, mas aquelas que logo desmoronam - não possuem laços firmes, sólidos... não possuem laços humanos.

Outros, ainda, até constroem pontes mais sólidas, firmam vínculos de camaradagem por interesse, por prazeres em comum um pouco mais "elevados" que os anteriores. Nutrem, na alma, a vontade de construir sua própria casinha na ilha, seu projeto de futuro, seus planos de ambição. Alimentam sua carne com prazeres mais saudáveis, mas ainda fugazes, como bebidas (coleguismo de copo), pessoas (prazer para ver qual é), capital (poder econômico é o que comanda esse sistema, ainda).

Mas a ilha que eu construí eu abandonei: aboli meus sentimentos derradeiros, meus pensamentos pequenos, sensações passageiras, planos egoístas e filantrópicos. Saí a nado, pois, sinceramente, a minha ilha poderia até ser boazinha, mas eu queria o melhor. E o melhor eu não conseguia enxegar, nem planejar, nem sentir, nem procurar.

Abandonei-me ao mar.

E senti, após poucas braçadas, que dava pé... e segui até sair do mar. Encontrei um continente em que nada falta. Inexistem pontes: os vínculos humanos formam-se naturalmente. Ali, não preciso lutar pelas minhas reais necessidades: tudo me é dado conforme eu precise.

Não há necessidade de planos: há um plano maior que me protege e me guia.

...

Já me questionaram sobre a possível troca de algo que o mundo oferece por uma espera em Deus.
E eu lembro disso: Ouvi-me, vós os que seguis a justiça, os que buscais ao SENHOR. Olhai para a rocha de onde fostes cortados, e para a caverna do poço de onde fostes cavados (Isaías 51.1).

O que eu tenho agora não se compara com o que eu deixei de lado.
Como eu disse, queria muito explicar para que todos pudesse sentir...
Mas, é só para quem quer.
É só para quem não tem medo de sair de sua ilha.
É só para quem quer o melhor.

Por dois instantes


Abre os olhos e vê a televisão ligada. Olha a janela, que revela ainda ser dia. Mira a porta, trancada.

Não se lembra de nada. Não quer se lembrar de nada: prefere ter a sensação de que nada existe antes daquele despertar: já que é a maneira mas eficaz de observar, sem designar valores, coisas, pessoas e fatos ao seu redor.

Sente, nova e intensamente, que tudo não tarda a acabar. Imparcial a parâmetros valorativos externos, conclui que, ao imaginar o fim de tudo (ou desse nada), talvez não haja ânimo para levantar mais uma vez, para perseguir um pseudo-objetivo, para buscar a satisfação de desejos... para viver.

Talvez haja, somente, a preocupação inútil de sobreviver. Pensou por si e em si porque sabe que muitos sobrevivem inutilmente e, parvos, não sabem o potencial que compactam em seu interior.

Ninguém vê isso como ela sente: ninguém a vê sentir, ninguém sente como ela.

Mas, como uma torrente não-querida de cenas, recorda-se de quem é, do que faz, dos que conhece, dos que padecem. Constata seu momento, sua pequena história comparada à imensidão de diários pessoais e sociais.

E compreende, sensível, que tudo isso, um dia, será o nada... tanto eles quanto ela própria. Enquanto o nada não chega, sabe que a sua pequena vida dada não lhe dará respostas para suas ansiedades, visto ser neutra.

Mas, entende que, em sua pequena vida formada, ela terá que dar contornos a tudo que interage com ela e que tais delineamentos lhe darão a solução para o que ela quer.

Vê, então, que a resposta está nela. E levanta-se mais uma vez.

Ergue-se, porém, dura.

Do rosto franzido, dos olhos cerrados, das lágrimas surgindo, ela arranca sua racionalidade e pensa: "não, você não tem tempo para choros e nem lamentos".

Lembra que não pode mais se perder, que não pode mais se deixar, que todos podem tentar maculá-la, mas ela é a única pessoa que não pode tentar nada contra si.

Ao contrário, ela vê (talvez erroneamente) que é só nela que pode confiar, pois os outros a veem com prismas diferentes de sua verdade.

Não, não é agressiva, não é fria, não é indiferente: é uma pessoa que não mais lutará por outra pessoa se tal batalha não for recíproca. Se assim for, lutará somente por ela mesma, e só. Não mais erguerá a voz clamando toda a sorte de sentimentos - pois sabe quão é dúbil o retorno. Sim, ela quer resposta, se for para ela falar. Tem ouvidos atentos para após a sua boca dizer sua sinceridade.

Mas não mais conseguirá dar o passo - já fez a frente por tantas guerras falidas que não vai mais lançar-se ao que sente. Na reciprocidade das emoções, que se lancem!

E sabe, ó realidade, que tão rara é essa possibilidade de sentir o lançar-se de outrem, o acreditar de outra pessoa... mas tem certeza que não pode mais berrar para o além, para o ninguém... para alguém, quiçá, inexistente.

Segue.

Incongruência

Poucos sabem que é na doação que há presente,
Que é se aproximando que se chega,
Que é demonstrando que aparece,
Que é falando que se esclarece.

Muitos esperam que as pessoas adivinhem,
Que suas necessidades saciem,
Que suas expectativas alcancem ,
Que, de suas incongruências, não cansem.

Mas ah! Uma hora cansa!
Uma hora chega!
Uma hora satura!
Uma hora, ninguém mais atura:

Mente com tipo, daquele ranço tipo antigo,
Desejos voláteis, corpos fáceis,
Mendigagem por amor e afeto,
Atenção que não tem por perto – é mais que certo.

Os interesses se assumem,
Os olhos se afastam,
As idéias se desfocam:
Fogem das esperanças que matam.

Se se tem razão para o sim
Há também motivo para o não
Mas, antes que se chegue ao fim,
Sabe-se o por quê de ficar na mão.

Bom dia :)

... que o pôr-do-sol não traga desilusão, não afete a razão
e faça brilhar as pessoas que fazem bem ao coração...
que são bem poucas, no meio de tantas outras
que se fecham irracionalmente em seus mundos,
que se afogam em si mesmas, bem fundo
e não veem que podem ser mais
e não entendem que, assim, não vivem jamais.

Comportamentos padrões - ou não

Comportamentos padrões. É o que mais se encontra na conduta do ser humano, já que são poucos os que sabem questionar seus atos e os sociais e escolhem qual a alternativa mais conveniente - ora, a natureza humana é egoísta, pois inexiste um único ato que não seja efetivado com um objetivo individual, nem que seja, simplesmente, a satisfação íntima de fazer o bem - ou o mal.

Dessas práticas humanas, é possível distinguir dentre elas, distinguindo-se os femininos dos masculinhos, intenções recíprocas que, como diria Schopenhauer, têm por fim último a Vontade da Espécie (em letra maiúscula pela importância de ser, segundo o pensador, o que realmente manipula a humanidade). Seria a vontade da própria natureza humana em perpetuar-se, ou seja: esse intento provocaria os seres humanos à cópula a fim de procriação. E para isso, utilizar-se-ia do amor. E só. Meio mecânico, com certeza, mas é de se pensar.

Daqui se exclui, portanto, as ligações que não ambicionam sexo por procriação ou por gozo, mas por quaquer outro prazer. Ou que objetivam o relacionamento entre os seres por auxílio, por interesses outros.

O ser humano, como dito, é egocêntrico: age para atingir sua meta - e com razão, pois, ao lado de outro ser humano (também egoísta), seria fadado ao fracasso, talvez à morte, se não pensasse em seus interesses.

Para atingir suas pretensões, por conseguinte, cria as mais diversas manipulações, diferentes jogos, articulações infindáveis.

E essas jogadas são passíveis de conhecimento: ao conhecer quais artimanhas utilizadas pelo(s) indivíduo(s), toma-se nota de seus interesses; e vice-versa. Sabe-se, então, a que padrão pertence.

Há os que vivem mediante regras elaboradas e impregnadas de exceções, indicações e justificativas (os mais difíceis de decrifrar); e há os que manifestam-se com respostas simples às influências (que são facilmente detectados e entendidos).

Mas isso, quiçá, não seja uma regra cabível a todos os indivíduos (a generalização é uma das piores falhas que o ser humano pode cometer e o ceticismo impede qualquer espécie de dedução absoluta). A maioria, todavia, é assim - e mal sabe que há uma porção de seus "iguais" seres que a decifra.

São inúmeras as formas utilizadas por um para alcançar, atingir, instigar o outro, dentre as quais aponta-se o elogio. É por demais fácil destilar louvores a um ser humano com o fito de obter-lhe empatia ou qualquer outro bem, material ou imaterial. E a grande porção dos elogios tecidos por indivíduos ao sexo oposto é em uma jogada pensada,mas, nem sempre, com fnalidade sexual. Por isso, há o crasso engano que é impossível haver relacionamento entre homem e mulher sem intenções de procriação/sexo/prazer carnal, visto que outros interesses podem perscrutar a aproximação dos indivíduos.

N. da A.: Sei que a verdade é relativa, pois sim: defendo isso mais que tudo, juntamente com a liberdade. Mas na minha vida, a verdade é essa: é possível e gratificante o relacionamento afetivo (sem vínculos com a Vontade da Natureza ou com o sexo banal ou afetivo) entre seres humanos de sexos opostos. Existe, sim, o proferimento de elogios e agradecimentos sem interesses tramados. Há, por fim, a grata sensação de que o interesse que os outros têm por uns não é de uso-e-abuso-e-jogo-fora: há a aproximação sincera que não comporta o mecanicismo defendido por Schopenhauer.

(13.11.08 - 26.02.10)

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Meta 1

OAB: aposentadoria de magistrados corruptos do MT é benefício e não pena
Jornal Jurid Digital - Fonte: Conselho Federal da OAB

O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, Ophir Cavalcante, classificou hoje (23) de "insuficiente" a pena de aposentadoria compulsória aos dez magistrados do Tribunal de Justiça do Mato Grosso (TJMT) acusados de desvios de recursos públicos para beneficiar a loja maçônica Grande Oriente, conforme proposto pelo relator do processo no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Ives Gandra. "A aplicação da aposentadoria seria uma espécie de benefício, ao invés de uma punição", disse o presidente nacional da OAB, propondo uma reflexão sobre a Lei de Organização da Magistratura (Loman) ao CNJ. Para ele, o Tribunal de Justiça do Mato Grosso "passou a funcionar como uma filial loja da maçonaria, o que é muito grave e mostra indícios de corrupção e de transgressão à lei".

Depois da laicização, de Kelsen e de Dworkin, resta esperar a separação do ser humano da religião e das convicções filosóficas narcisistas, seguida de sua purificação quanto à influências históricas, sociais e "genéticas", e, finalmente, a conclusão de um posicionamento comprometido com os princípios que o Direito já defende.

O pensamento é...

... ipsis litteris do blog TPM, de A.Beheregaray.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Eu ri. De novo.

Os acordes de Fade to Black me incentivavam a passar por onde estarias e anunciar: daqui a pouco estarei aí contigo.
Entre carros, devaneios e chuva, minha mente planejava como eu faria... dei lugar aos palpites do coração, já tão calado quanto surdo. Dei a chance de se manifestar e de me emocionar.
As imagens que gravava, entre o crepúsculo e por onde transitava, era tudo que já passei contigo...
Acordei cedo para te ver. Durmi tarde para estar contigo. Perfumei-me de forma preocupada. Ajeitei a franja mais do que estava habituada. Subi um pouco minha bermuda. Ensaiei passadas, aquelas mudas. Encenei cumprimentos. Fiz mais do que qualquer alento. Ruborizei. Admirei. Correntes, roupas, jeito de andar, maneira de me olhar - que trevas a poesia da noite, ou a noite de poesia.
Retornei-te dezenas de vezes. Inspiraste-me a continuar a cada dia... a cada semana.
Suspirei.
Hoje. Daqui a pouco.
Cheguei perto... mais perto... mais perto: vi o seu movimento e já me preparava para te chamar.
Foi quando observei, ao teu lado, sendo puxada por tuas mãos (as tuas mãos! aquelas mãos!), uma morena, não sei se bela, não sei se feia, mas, com certeza, feliz.
Minha boca (sim, esta boca) abriu-se vagarosamente até eu cair na real: estava boquiaberta. Boca estupefata, olhos lacrimejando, e espírito rindo - tudo graças aos meus olhos (sim, esses mesmos) sem véu.

(Não) É possível.
Boquiabertura que não me surpreendeu. Visão que não me apavorou, por nenhum momento.
Acontecimento que se transformou num post, que me é uma forma de sepultamento.
Eu só ri. De novo.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Intersecção dos Caos Relativos IV - Coincidências em texto e conversa


Sentimentos e Caos
Por Rafael Lopes

Quando esta ideia me surgiu na cabeça, pensei que seria fácil escrever sobre o caos de outra pessoa, justamente por conhecê-la razoavelmente bem a ponto de entender um pouco do seu caos. Não que as ideias não tenham surgido... elas, de fato, borbulham na minha mente... mas uma grande (e estranha) dificuldade em passá-las para palavras até me assusta. Trata-se de uma grande amiga com inúmeras qualidades a quem eu admiro muito e tenho um grande carinho. Começo a pensar em algumas experiências em comum, e, até pela proximidade, me é mais fácil visualizar estes últimos dias, em que estamos tendo um contato maior do que o habitual. Penso que agora estou começando a conhecer o seu caos; que para falar a verdade é bem parecido com o meu. Já nos conhecemos há cerca de quatro anos, mas somente agora estou podendo ver quem ela realmente é. Chega a ser engraçado ver alguém com um caos tão parecido com o meu próprio caos. (Quando falo “caos” refiro-me aqui às intempéries de ordem emocional originadas pelas mais diversas razões). Apesar de sermos amigos há um bom tempo, como todos os amigos, temos momentos de uma maior aproximação ou de um afastamento; não por nossa vontade, mas porque a vida nos obriga a isso. Essa maior aproximação nestes últimos dias me fez perceber o quanto somos parecidos, os nossos caos têm origens semelhantes, apesar de estarem baseados em experiências distintas. Temos características muito parecidas, apesar de, a primeira vista, sermos diferentes. A confiança e a presunção de boa-fé que depositamos (esperamos) de terceiros está cada vez mais escassa na sociedade, mas não em nós. E cada vez que a falta de sinceridade e de boa-fé nos é apresentada, a decepção que sentimos em relação àqueles nos faz encontrar os nossos respectivos caos. Acredito que nós dois já chegamos a ser taxados de ingênuos, e até de burros (eu, pelo menos, já fui), por acreditar demais na sinceridade alheia; mas, pelo menos eu, não consigo mudar isso, e a impressão que tenho é que ela também não consegue. Mas, penso que essa incapacidade de mudança deve ser vista como algo bom, porque mantém sempre as nossas expectativas altas, esperando o melhor dos outros; e creio que isso ninguém deve perder. Esperamos dos outros que portem-se demonstrando a nobreza de caráter que nos é transmitida na infância, em cujo modelo devemos espelhar nossas vidas. Porém, as experiências demonstram que o modelo nunca é atingido, até porque é utópico, mas chegar próximo dele já é suficiente; apesar de que, a maioria das pessoas não consegue mais isso, ou, pior ainda, não quer. E essa dificuldade alheia em atingir essas qualidades em suas relações interpessoais faz com que atinjamos o nosso caos. Mas cada um de nós tem suas armas para combater o caos... Algumas delas nos são comuns e muito utilizadas por ambos... Uma boa conversa com alguém de confiança ainda é uma das usadas, até pela sua eficiência comprovada. A mudança de foco também é uma boa saída: estudo para alguns, trabalho para outros. Há aqueles que preferem enfrentar esse caos buscando não focar em outra coisa, mas, tentar uma abordagem direta no ponto específico causador do caos para expulsar o Leviatã. A única que pode (deve) ser sempre conjugada com outra é a amizade verdadeira que alguém nos oferece. Esta deve sempre ser utilizada, não só quando o caos se aproxima, mas também, e principalmente, em momentos em que o caos nem aparece na linha do horizonte.

Enquanto isso, na Sala da Justiça do MSN (concomitantemente à minha leitura desse texto acima) (por Grazielly AB e Fabiano Geros):

Fabiano diz:
se eu pudesse, seria sempre inocente, puro, etc, mas isso bem sabemos ser impossível dentro da sociedade em que vivemos.
criamos defesas então, malícia, mentira, etc
só que de tanto ser assim , ou acostumados de agir assim, destruímos a nossa inocência interna, inocência com a gente mesmo,
retorno a inocência!
(to ruim pra escrever hj, fui bem econômico)


Grazy diz:
sim - um amigo meu acabou de escrever sobre o meu caos, de presente, e me falou que eu tenho essa inocência mesmo
hehehe
mas é bem isso
eu acho que o importante, qdo vemos isso, é nos embasar em pessoas que tb são inocentes, ou que primam nessa inocência natural
é uma busca que demora
mas vale a pena quando é bem sucedida


Fabiano diz:
mas não é pra qualquer pessoa que se pode revelar essa inocência, se e qdo a temos


Grazy diz:
sim


Fabiano diz:
é um precioso jardim secreto que só pode ser vislumbrado por pessoas especiais


Grazy diz:
exatamente, meu querido *.*
posso colar essa conversa no meu blog? :D


Fabiano diz:
sim


Grazy diz:
:D


Fabiano diz:
;)

DF e o caos


O Distrito Federal prestou informações nos autos da Intervenção Federal (IF) 5179. Os procuradores do DF alegam inépcia da petição inicial formulada pela Procuradoria Geral da República e esperam o arquivamento do pedido de intervenção, por se tratar de medida desproporcional.
 
Medida desproporcional? Se quase todos os incisos do art. 34 da CRFB/1988 não se aplicam ao caso, mesmo que indiretamente, eu devo ter aprendido errado sobre subsunção.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Momento inútil




Eu ando meio revoltado









Queria ser um pinheiro








- perdeu playboy

Liberdade tolhida


A maldição de viver em sociedade é a falta de entendimento entre os seres humanos, que é gerada pelas crenças de cada um deles, por seus conceitos, por suas limitações.
Questiona-se, então, a necessidade da definição do que nos acomete. Há fatores objetivos cuja conceituação torna-se imprescindível para a própria evolução de uma área, como a científica.

Tratando-se de relacionamento humano, contudo, de carne, sentimentos e pensamentos, há quanto é preciso um conceito? (paradoxalmente, pergunta-se sobre o nivelamento da necessidade...).

Do que adiantam os atos singelos e despretenciosos se são mal interpretados e descartados como se fossem fungíveis pela complexidade do "sim", do "não", do "talvez"?

Para que (raios) a liberdade se seus frutos (amores, carinhos, beijos, palavras, sussurros, [sor]risos, olhares) são mal recebidos por aqueles que os sentem? Na verdade, não sentem: avaliam, mensuram, classificam, embalam, esteriotipam, estripam.... destróem.

Dizem, claramente, "não quero", "desse jeito, não". Lá impõem limites e foda-se a liberdade tão ansiada e querida de viver algo que esnoba qualquer conceito.

Pedem um mais, invocam com um menos, precisam saber o quê e como - mas não se apercebem o quanto o ilimitável escapa-lhes entre os dedos.

Agora eu entendo a razão de a liberdade estar vinculada intrinsecamente com o individualismo - a má recepção de atos livres decreta o arrancamento das raízes, o corte de laços.

Mas como um ser humano pode impor aos demais uma forma determinada de abrigar um ato, se todos apenas agem conforme sua própria liberdade?

Fra(n)camente


Sou fra(n)ca: reconheço minha fra(*)queza.
Tenho interrogações e exclamações de toda ordem dentre de mim e, para me manter em condições socialmente aceitáveis, adotei prioridades, valores e métodos para a convivência social que acalmam o turbilhão de dúvidas, palavrões e atos inconsequentes.
Criei meu (im)próprio sistema normativo para me manter razoavelmente livre na civilização atual; normas que me são convenientes e que ditam a minha conduta, a fim de que esta possa conversar polidamente com as (in)conveniências (a)sociais.
Pareço forte, apesar de (in)delicada. Mas sou fra*ca, apesar de determinada e (ir)racional.
Não me preocupo se me agridem; não deixo de dormir se blasfemam contra mim. Mas me sinto devassa(da) quando eu tropeço no meu próprio pé, quando não enxergo a porta de vidro e esborracho meu nariz nela, quando planejo a festa e todos justificam a sua ausência.
A problemática aponta para o ato de eu me enganar. A mim mesma myself reiteradamente à minha pessoa.
Caio no chão (se ali não estiver) e choro uma agonia que surge do universo dentro do meu peito; explodo de raiva e não me enxergo mais – perco-me. Deixo-me de lado por conta da decepção que me impingi: não vi além, não esperei mais um pouco, não li nas entrelinhas, não li históricos, não procurei saber. Omiti-me da verdade e me vesti de ilusão do “pode ser dessa vez”. Não duvidei o suficiente...
Perco-me e me perco de todos. Sinto-me envergonhada pela minha fra*queza e esmorecida pela dureza do que sofro. Embora, no entanto, socialmente bem enquadrada, sou internamente uma negativa caótica quando minha harmonia perde o compasso e se transforma em uma (sin)tonia (des)afinada e (des)alinhada.
Minhas determinações permanecem, externamente, enquanto todos olham. Aqui, no entanto, volvem-se aqueles questionamentos malcriados que condicionam os atos seguintes e me levam ao outro canto da sala. E lá choro mais um pouco, descascando o ranço em minha pele, torcendo para que as cicatrizes permaneçam para que elas me ajudem a lembrar de duvidar mais um pouco. Seco as lágrimas do chão, recolho e queimo as cascas, sorrio com o calor do tremular do fogo, assopro as cinzas e derrubo as paredes do canto. O que há ali fora com esse (novo) ponto de vista?
Cansa, dói, exaure, quase extingue. Penso que, por isso, sinto-me fra*ca. Penso que, por isso, me deveria exigir menos... na proporção da minha fra*queza.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Espero a minha vez



Independente do gênero musical ou do estilo pessoal,
A vida pede para que você não se ajoelhe ao imediatismo da sociedade atual: porque é no slow mode que a vida acontece.

"E eu não to aqui pra dizer o que é certo e errado
Ninguém tá aqui pra viver em vão".

Para reclamar, há tantos...


E diria eu que vivo em uma época em que não me sinto à vontade... mas, também, não sei dizer qual seria o meu tempo. Só sei dizer que quero modificações e [quase] sempre começo comigo - já que é imprescindível manter-se vigilante, questionando-se, para não se estagnar em conceitos adequados para fase e não para uma futura.

Não consigo relaxar notando tantas reclamações e nenhuma ação efetiva: resignam-se e não se ajudam. Oras, não é porque os erros sempre existiram que eles devem continuar; não é porque não se tem "tradição" de "pensar" que haja a persistência na alienação.

Mas do que adianta reivindicar modificações coletivas se a essência individual está devassada com preconceitos e ilusões de bem estar?

E a liberdade de cada um deve ser respeitada - cada um sabe o que precisa modificar ou não (se precisa e não muda, que não reclame). A única ação pessoal possível, então, é estabelecer limites para os outros, delimitando o que pode ou não me atingir.

(09.11.08)

Inconsequência


A liberdade, por vezes, é mal usufruída. Não que minha existência contemple o valor real da liberdade – se tal existir, tendo em vista que o que há são tentativas de definir vagamente o que é ser livre sem cristalizar, paradoxalmente, a liberdade em um limite conceitual.

Mas imagino que seja algo tendente à prática de atos e omissões que esteja o máximo possível desvinculada de futuros e eventuais deveres – pois dessa maneira poderá viver como bem lhe apetece sem que haja a necessidade de prestar contas a outrem. E que a assunção de responsabilidade seja admitida de forma consciente e proveitosa ao indivíduo, já que ter-se-ia uma incoerência absoluta o amante da liberdade fadar-se ao insucesso e agir de forma temerária à própria sorte.

Claro é, portanto, a inexistência de uma liberdade absoluta, pois geralmente, na teia em que se vive, um passo bem ou mal dado atingirá outro ser humano, fato que vinculará o andarilho, de forma mais ou menos intensa, a responder pela passada.

Pensa-se, então, que o emprego do bom senso na jornada é de grande utilidade, pois, embora convencionado inconscientemente pelo grupo social, é logicamente por ele aceito e seu praticante resta desapercebido em seus atos, não gerando (muito) questionamento sobre sua vida. É o que defende Descartes, ao apontar o uso de senso comum em substituição temporária à aplicação dos princípios axiológicos e individuais do ser humanos, que serão perquiridos após uma longa fase de refutações.

E que, assim, sejam os ideais do indivíduo, ao menos, em sua aparência, semelhantes ao senso comum, a fim de que haja menos tumulto entre seus próximos, podendo o ser humano pensante, de tal modo, agir por seus próprios pensamentos, sem se limitar a convenções patéticas e ilógicas.

Há tipos, no entanto, que, no afã de gozar plenamente de sua liberdade, retiram a cerca que os limita e correm desvairadamente como um cachorro fazendo festa; mas, ao contrário do animal amigo, aquela besta fere outras liberdades e terá, como corolário, que carregar consigo o fardo de ser lembrado como um indivíduo inconsequente, acarretando, por sua vez, as mais variadas limitações no seio social. Ou seja, abre-se a porta para agir de forma egoísta como bem entender, sem nenhuma amarra, sem calcular os efeitos de seu comportamento, e, por via transversa, às suas costas ou bem à sua cara, no revés dado pela vida, o indivíduo é privado do que a teia em que vive poderia lhe proporcionar – o que é totalmente questionável, variável e suposto, mas possível, motivo pelo qual, pelo bom senso falado, sugere-se não arriscar.

Assim, já que não respeita o afoito o seu próximo, que, ao menos, tenha consideração por si mesmo e não se prive das boas venturas que lhe tocariam. Ou não: manda tudo à danação, inclusive a si próprio.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Intersecção dos Caos Relativos III - por Rafael Lopes


Caos Psicológico

Segundo o dicionário Aurélio, caos significa “confusão geral dos elementos da matéria, antes da presumível criação do Universo”. Segundo a utilização cotidiana, caos significa apenas uma “confusão geral de elementos”, não necessariamente da matéria, mas de qualquer coisa... em suma, uma bagunça, uma desorganização. Esse caos pode ser físico ou psicológico. Atualmente o caos físico passou a ser tolerável, até aceitável, uma vez que torna-se cada vez mais difícil evitar esse caos. A rápida evolução de tecnologias e uma sobrecarga cada vez maior exigida pelo mercado de trabalho, bem como pelas convenções sociais faz com que o caos psicológico seja cada vez mais fácil de ser alcançado, e cada vez mais difícil de ser deixado para trás. Muitos de nós não conseguem nem perceber que já sucumbiram às garras do Leviatã e pensam que estão apenas passando por uma fase difícil, ou por um período estressante, seja no campo profissional, amoroso, familiar. Mas, ao contrário disso, escapar do Leviatã não é tão fácil quanto parece, e nem sempre é possível que fujamos dele por nossas próprias pernas. O primeiro passo é assumir que fomos capturados pelo Leviatã, para então, sabedores da prisão, procurar uma fenda nas paredes para escapar. Mas isso não basta, é necessário saber que, aqui fora, longe das garras do Leviatã, sempre existem aqueles agentes duplos. São pessoas que dizem querer ajudar, mas na verdade ajudam-nos a tropeçar e sucumbir ao Leviatã. Alguns desses, inclusive, fazem questão de nos entregar pessoalmente ao todo poderoso guardião do caos. O importante a fazer aqui fora (da prisão) é ter a habilidade para identificar esses agentes do Caos e, não livrarmo-nos deles, mas conseguir identificar suas intenções e levantar a guarda para quando o Leviatã tentar se manifestar através deles. Mas, o mais legal de enfrentar o Leviatã, é conseguir se livrar dele, mesmo que seja aos poucos, porque essa batalha é sempre demorada e encontrar o reforço em quem realmente se importa com você e ter a certeza de que algumas pessoas não são os agentes duplos. Isso porque, por mais que seja errado isso, descobrir um agente duplo dói mais do que a nossa própria captura pelo Leviatã. Porém, é sempre muito gratificante ter a certeza de que uma pessoa especial também declara guerra ao nosso Leviatã!!

Intempéries


Trace seu percurso e prepare-se para o que você leu do dia: sol.
Camisa leve, bermuda, chinelo.

Trafegue pelo caminho e enfrente o que o dia preparou: chuva, sol, calor, vento.
Todos os climas em menos de 10 minutos.
Todas as estações em menos de 10 quilômetros.

Você não levou casaco. Por mais preparado para o sol que você imaginou estar, você não está preparado para as mudanças bruscas - mudanças já descritas, porém não percebidas por sua relatividade.

Você vai se molhar. Você vai passar frio.
E você vai suar mais do que imagina.
Não adianta.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Uma salva de palmas... mas só uma!!!


Sou totalmente contrária aos rituais e dogmas eclesiásticos. Ou se acredita em Deus ou não; se sim, sem regras ilógicas e mitológicas que formam a religião, o que afasta o ser humano dele mesmo e do próprio Deus (conforme o Z).
Com tal posicionamento ontológico e, principalmente, pelas questões jurídicas em que teima se intrometer, sempre discordei com os posicionamentos da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.
Ontem, porém, tomei conhecimento do tema da Campanha da Fraternidade e, sinceramente, confesso que é digna de reconhecimento e condiz com o que penso sobre o capitalismo e consumismo.
Apesar de ser, por parte da Igreja Católica, mea hipocrisia a crítica ao dinheiro, vale a essência da intenção. Lá no fundo. Bem no fundo.

Quaresma: o dinheiro não é nosso Deus

"(...) Neste ano, a Campanha da Fraternidade nos convida a aprofundar, durante a Quaresma, o tema - “economia e vida”, e o lema - “vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro” (Mt 6,24). A situação social e econômica do nosso tempo desafia a nós, cristãos, como a todas as pessoas, a se colocarem seriamente o problema: Se as atividades econômicas pessoais, da sociedade como um todo e as do Estado estão, de fato, a serviço da fraternidade e da vida, ou estão sendo campo de profundas injustiças, de dor e de morte? De fato, essas atividades, muitas vezes, tornam difícil e até sufocam a vida de tantas pessoas, amplas camadas sociais e de inteiros povos, que continuam na pobreza, à margem do desenvolvimento verdadeiro e privados dos bens necessários à vida digna (...).
O lema da Campanha coloca o dedo na ferida: A avareza, que é a busca ávida dos bens desta vida, como se eles fossem o objetivo último do viver humano, leva o homem a passar por cima de tudo para obter e possuir esses bens. É Jesus quem diz: “não podeis servir a Deus e ao dinheiro”, qualificando o apego avarento às riquezas como uma idolatria, incompatível com o primeiro mandamento da lei de Deus: “Adorarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com toda a tua inteligência, e somente a Ele servirás”. De fato, se não cuidamos, os bens deste mundo, numa palavra, o dinheiro, podem tomar tanto as nossas atenções, nossos esforços e nosso tempo, que se transformam em verdadeiros “senhores” nossos. Passamos a viver em função deles e tudo por eles sacrificamos; até Deus fica em segundo plano, pois esses tirânicos “senhores” requerem toda nossa dedicação. Podem fazer-nos abandonar os mandamentos de Deus, para seguir as suas exigências e a sua lógica. E aí acontecem os pactos com práticas desonestas e com injustiças nas relações econômicas e com a insensibilidade diante da dignidade e dos direitos do próximo. As conseqüências são a corrupção dos costumes, as injustiças econômicas, comerciais e sociais, a miséria, o sofrimento de muitas pessoas e, finalmente, a morte. Os ídolos exigem holocaustos e vítimas...
A vida econômica da sociedade, que envolve o trabalho, a produção, a distribuição, o consumo e a posse de bens, deveria ser o espaço privilegiado para a construção de verdadeiras relações de solidariedade e fraternidade entre as pessoas, grupos e povos; mas não é o que sempre acontece. A Campanha da Fraternidade nos convida a um sério exercício de conversão da vida pessoal e social, no tocante às atividades e às relações econômicas, para serem mais conformes ao desígnio de Deus sobre o homem e sobre o mundo" (Card. Dom Odilo P. Scherer).

Intersecção dos Caos Relativos II - por t. h. abrahão


Loucos
in Litterae Bellerophontis, de t. h. abrahão

Somos loucos. Loucos que dançam sem música, loucos que esquecem os óculos na geladeira para ver o frio deserto do real. Loucos que consideram o amor uma flor que desabrocha na margem de um riacho. Loucos que sabem que esta flor geralmente apodrece com o tempo. Loucos que defendem a antropologia do fracasso, que exaltam o fato de que quanto mais evoluímos, mais ficamos desinteressantes. Loucos que sabem ser extremamente sutil a diferença que separa o indivíduo do indevido. Loucos armados com a vexata quaestio: qual seria o recurso mais abundante no que concerne ao meio social? Loucos com resposta pronta: a estupidez humana. Loucos a perceberem que as folhas de papel higiênico são mais asseadas que muitas folhas de jornal. Loucos que bebem do cálice das ironias contemporâneas logo de manhã. Loucos que se sabem solitários, pois antes só que metafisicamente acompanhado. Loucos que não esbanjam o desprezo, pois há muitas pessoas necessitadas. Loucos, sobretudo, por notarem que o mundo é um instante às avessas, e às pérolas dão-se porcos. Loucos, munidos de vocábulos incultos e belos que impreterivelmente traem; loucos que, feito poetas, traem, traduzem e trazem a traição — agora mais potente. Loucos maquiavélicos: antes ser vil que servil. Loucos, autores marginais, tais como o Idem Ibidem, este imenso autor que ninguém comenta. Loucos que se felicitam por não existirem cassinos da escrita, pois, caso contrário, seria certo que muitos já teriam se arruinado em jogos de palavras. Loucos que conhecem poemas muito bem escritos, mas pesados demais pela leveza que carregam. Loucos no precipício, onde o princípio é sempre uma altura apropriada — nem que seja para arruinar tudo o que se aspira. Loucos com opiniões, loucos que soletram seus medos, loucos que se perdem nas distâncias e logo encontram novo lar. Loucos que consideram os dogmas a tradução de nossas vontades reprimidas. Loucos que traduziram a ética como um exercício com recursos limitados. Loucos, no pó das estrelas, nas crateras abertas por bombas sinápticas, loucos que podem responder qualquer interrogação com apenas uma resposta: data venia. Louco, fou, skør, verrückt, τρελός, maf, pazzo, псих, nebun, galen? Data venia.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Intersecção entre os Caos Relativos - por Rafael Lopes


Inferno astral, relatividade e caos...

Apesar de muita gente acreditar que a expressão “inferno astral” refere-se à astrologia, especificamente quando indica aquele período de aproximadamente um mês antes do nosso aniversário, penso, na verdade, que o inferno astral de cada um é relativo... Não existe uma data específica para ele começar e terminar, e não há um período predeterminado. Fico pensando como é possível ir do paraíso ao inferno em tão pouco tempo... dependendo de cada caso, isso é possível em segundos, minutos; em situações de grande monta e complexidade apenas algumas horas são suficientes para uma mudança drástica de direção fazendo com que se caia do céu de cara no chão, e depois quando se acha que não há mais para onde cair, o buraco se abre para que se possa ao inferno (ou fundo do poço, se quiser chamar assim)... Isto porque se chegamos a esse ponto, as informações e impressões que nos eram passadas pelo ambiente e por quem estava a nossa volta já estavam nos confundindo há algum tempo (lembrando que esse algum tempo é sempre relativo). Mas o pior golpe é aquele que vem quando menos se espera... As informações distorcidas que começam a aparecer para nós no céu juntam-se a uma pedra no meio do caminho em que tropeçamos e começa a queda. Enfim, quando se chega a esse inferno é que o caos tenta se instalar. Obviamente porque é a melhor oportunidade para que o Leviatã (guardião do caos, segundo a mitologia) passe a dominar. É que quando se está nessa situação todos os nossos sentidos parecem nos confundir, uma vez que passam a obter informações distorcidas do ambiente em que estamos, levando a um negativismo impressionante. Nesse momento, é preciso uma força hercúlea para conseguir parar e raciocinar sem ouvir o que o Leviatã fica sussurrando em nossos ouvidos. Muitas vezes, mesmo quando já se está no inferno, acreditamos que as coisas podem ficar ainda pior, para só então pedir uma corda para escalar o poço até chegarmos a terra... Apesar de que o buraco nunca é tão fundo que não haja uma corda longa o suficiente para nos ajudar a subir, de fato, quanto mais fundo o poço em que estamos, mais difícil é a subida. É preciso nos livrarmos das garras do Leviatã e começar a escalar o fundo do poço. Temos que acreditar que não é somente uma corda forte que pode nos ajudar na escalada, mas que cordas aparentemente frágeis, em conjunto, fazem uma corda forte, através da qual podemos chegar de volta à terra firme, onde não exista uma areia movediça nos puxando para baixo... É preciso, antes de mais nada, manter a cabeça no lugar e os olhos bem abertos para que possamos enxergar essas frágeis cordas, juntá-las, escalar e escapar das garras do caos...

Intersecção entre os Caos Relativos - Intro


Sempre senti falta de pessoas que constatassem o caos que está logo abaixo da aparência da ficção perfeitinha criada pelo ser humano.
Atualmente, como já postei outro dia, posso continuar afirmando que são poucas as pessoas que se manifestam nesse sentido; no entanto, são pessoas suficientes em minha vida e queridas por demais por serem quem são: mentes pensantes que não se permitem alienar e têm voz crítica para combater tudo aquilo que tente subjugá-las.

Pois bem. Deixando a rasgação de seda de lado e introduzindo a razão deste post: fazer uma seção com os caos dessas minhas pessoas especiais (se me permitirem o possessivo, lógico, hehe).

Já enviei o convite a alguns e ainda falarei com outros... e agradeço aqui, novamente, com um carinho enorme, a gentileza de me ceder seus escritos e/ou dispor de tempo para cumprir o convite.

Espero que gostem... porque eu amei (L)²³

Fly


Ah, menino... o que fizeram contigo?
Não viram a sensibilidade dos teus atos e o carecer dos teus dedos...
Ignoraram o teu olhar vigosoro e curioso,
Foram indiferentes ao teu terno viver.

E agora te aconchegas em mim, uma muralha bruta, gélida e triste...
Procuras descanso, procuras proteção, consolo.
Tardas em encontrar o modo mais correto, menino...
Aqui não encontrarás estratégias vingativas de efeito,
Não acharás o que te fora perdido, roubado, omitido.

Esse calorzinho provém do teu encosto com minha estrutura, é falso
É produzido por ti... só te esquentarás, porém, caso empreenda grande esforço no atrito entre minhas paredes e teu corpo. Cansarás fácil e sofrerás porque não entenderás em que erras.

E erras por estar aqui dentro, meu querido.

Perdes muito mais do que não te deram: perde a tua liberdade, a tua consciência solta, o horizonte infinito, a malícia do vento, a leveza dos dias.

Torna-te, aqui, fechando-se contra os outros, prisioneiro de ti próprio. Não aceites uma condenação criada por ti mesmo... não prendes ninguém aí além de você mesmo.

Não esperes chegar o momento em que enjoarás de teus ecos, falsos afetos (criados para não mais te machucar)... o momento em que vomitarás suas defesas e seus ataques, pois eles voltarão à tona cortando a tua garganta.

Todos podem tentar te maltratar, menos tu mesmo.

Menino, vê o quanto tu és especial, o quanto tu sabes ver muito além deste aquém que se vive...
E advirto que essas penas não são de compaixão: são das tuas asas que te farão voar, se assim desejares.

E deseja! Não desperdices tua força, teu vigor, tua delicadeza.
Não te afogues nos rumores passados, que nem existem mais.

Refaz tua história, menino... sai daqui, desta muralha - não sou para ti.
Aprende a voar, aprende a desenvolver teu caos, aprende a vencer com teu caráter firme e fiel.

Não temas o abismo, porque voas.
Não temas o mal, porque o conheces e sabes como manipulá-lo.
Não temas as pessoas, porque elas reconhecerão em ti um homem de palavra - se não reconhecerem, não merecem o teu coração.
Não temas o hoje, porque é tu que o escreves... nem o amanhã, com o qual poderás sonhar.
Não temas um abraço, que é o que representa o que não podes ver nem definir.
E não temas a ti mesmo, pois és teu maior aliado.
Acredita!

"Contribuindo para o bem de todos, né?"

Surpreendido em "A função social do furtador. Para pensar",
Achado em "
João Nerval o Ladrão de 14 Real".



"É craro" (1:36).

"Eu sou ladrão, rapá".

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

...


- Mas olhe, querida...
- ?
- Vai dar tudo certo...
- :~

Bum

E mais um caos se inicia quando se empreende um avanço.

O plano é inicialmente projetado e blindado. Pensa-se nas mais diversas possibilidades, nos eventuais erros, nas futuras esquinas e nos dispêndios extraordinários. Uma remota farpa é retirada mentalmente. Nada vai dar errado. Tudo está calculado com apuro exemplar. Menos o fato de que o projeto é baseado em circunstâncias relativas.

Suave fatalidade humana que atinge seus sonhos.

O inesperado acontece.

Revolução no peito que inicia com uma leve contração bem no centro e se espalha para o corpo inteiro. Uma torrente que impulsiona a pressão na garganta, arde os olhos e o fazem chorar.

Reconstrução de planilhas, de rotas, de emoções. Controle destas.

Por que os sentimentos insistem em surgir quando são menos necessários? Insistência irritante que disputa a importância que pertence à racionalidade.

Concentração. Momento de priorizar vontades, de se atentar às passadas, de privilegiar escolhas e de focalizar o que é/foi importante.

Fé. É a única a dar esperança - apesar de não apresentar a lógica humana. É um erro considerar portanto fatores meramente científicos, visto que falíveis na contextualização do plano.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Leviatã


Criamos o monstro para facilitar as nossas vidas e acabamos dependendo do safado.

A figura clássica do Leviatã não é privilégio somente da institucionalização do Estado: irradia-se e lança suas raízes em tudo que o ser humano cria - e destrói.

Criamos os veículos para facilitar nosso transitar aos mais variados lugares, confiamos em tal logística para manter nossa estrutura fictícia de vida e nos presenteamos com engarrafamentos, poluição e uma parcela considerável de emissões de gases-estufa. E há quem pense que a resolução do problema está na construção de ruas por cima. Ano que vem, no entanto, vou comprar um 0 km, muitos pensam.

Desenvolvemos a internet que, após a fase de objetivos bélicos, transformou-se em nuvem, que, por sua vez, tratou de ser dominada por grandes empresas. Resultado: centralização das informações da rede e crescimento aleatório, que pode culminar na sua própria destruição ou no seu caos, caso um dos servidores mestres seja atingido por um ataque hacker. Mas, mesmo assim, a minha identidade está na internet: tenho perfil, fotos e amigos, vários amigos ("ah, se o perfil lotar, faço o nº II").

Asfaltamos nosso barro para um trânsito mais fluido - e eu não coloco meu carro na lama, acrescenta o cara ali. Dizimamos nossas florestas para um projeto mais arrojado de condomínio - com piscina, paiê. E nem notamos que o asfalto influencia no aumento da temperatura e a ausência de árvores prejudica até mesmo a nossa respiração.

Ora. Não nos preocupemos. Para cada problema, há uma resposta:

Adquirimos ar condicionado para nos livrar da loucura escaldante do clima, modificado, em grande parcela, pelas nossas próprias ações. Nem olhamos para fora: basta ligar o "frio máximo" e tudo está resolvido.

Inventamos o fast food e lutamos contra a obesidade, o colesterol, a taxa alta de triglicerídeos. Pensamos em uma bermuda que pode diminuir em vários centímetros a cintura.

Soluções paliativas. Somos tão criativos, mas tão preguiçosos para pensar em uma ação realmente eficaz. Preguiçosos e/ou gananciosos, pois custa caro uma política concreta.

Se assim caminha a humanidade, morreremos com uma aparência bem agradável, enquanto nosso corpo entra em colapso, sem atividade física, alimentos saudáveis ou cuidados médicos. Isso porque somos alimentados por vários monstros. Não vivemos sem eles.

Criamos nossa salvação momentânea inconscientes do preço a pagar pelo paraíso efêmero.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Z


É curioso como eu posso andar por vários caminhos,
conversar com os tipos mais interessantes e os mais parvos
e não sentir muita coisa além de alegria pelo avanço e pelos contatos.

Em um dia especial e raro, porém,
eu encontro a pessoa:
aquela que vai me refletir a identidade
e vai me deixar feliz por eu ser quem eu sou.

A quem vou agradecer pelo pouco tempo em que dividiu seus questionamentos comigo
que foi pessimista com tudo e todos, uniu-se à minha sombra... e gerou luz...
Que acendeu uma chaminha aqui dentro,
que fez meu coração ficar mais quente.

Deu-me mais perguntas do que respostas
mas perguntas que não precisam ser respondidas, pois são belas com sua interrogação...
Mais ceticismo do que certeza,
mas para que se petrificar em conceitos estáticos?

A identificação gera identidade: como é bom sentir isso na pele - e na alma.

Sorria e acene


Você está (sor)rindo
Você está se divertindo
Você se sente (i)motivado a viver mais um dia e mais uma noite

Olha ao seu lado e vê pessoas alegres
Que cantam a vida de acordo com a música que toca

Puxa-a e beija-a
Cumprimenta-o e com ele concorda

Observa ao redor e vê tantos outros padecendo em seus doces
Lambuzando-se em balas, em drinks, em bolas, em gozos desvairados

Sente o ritmo ensurdecedor, ao lado esquerdo
Cola seu ouvido em cada batida, equaciona seu coração ao mesmo compasso
Pula irracionalmente, gesticula exageradamente
Não existe mais ninguém, nem você mesmo

A repetição dos acontecimentos cortada por um desafeto que surge e se esvai
Nada de*mais
Você abandona seu corpo

Entorpece-se pelo ambiente, pelas emoções
Satisfaz sua carne, honra sua libido até enjoar...

Queria saber o que acontece quando tudo isso termina
Além dos planos para viver dessa forma novamente,
Há algum sentimento ou pensamento mais permanente, além dos decadentes?

Queria saber onde fica sua alma
Queria ver se é tão volátil quanto os prazeres que segue
Ou se seu corpo a está aprisionando para poder corromper-se sem uma má consciência

Queria poder conhecê-lo realmente
Saber se a sua essência é tão perfumada quanto deveria ser
Se sua riqueza é tão brilhante quanto Teu Pai desejou
Se seu amor é tão puro quanto um dia eu sonhei

Você me olha, fala umas bobagens e dá as costas
E eu concordo: o você que eu queria conhecer não existe
O você que há é superficial e nem ao menos sabe que o é
O você que insiste em existir é passageiro e superficial
E eu não gosto de nada que é fútil e inconsistente.

Dance, brinque, transe, dirija, desligue, brigue, lute, exista.

Um dia, se você quiser, talvez você passe a viver.
Boa sorte ;]

Enquanto isso, na ilha da fantasia...

... panis et circenses.

Política aplicada no Império Romana em que o Estado buscava promover os espetáculos como um meio de manter os plebeus afastados da política e das questões sociais: uma forma de manipular a plebe e mantê-la distante das decisões governamentais.

Enquanto isso, na vida real...

... o ser humano quer mais poder.

Enquanto isso, na vida real...

... o planeta invoca seu poder.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

É só querer


Como eu fico feliz quando tomo conhecimento da evolução de uma pessoa, quando me narram sua história, com lutas, derrotas e vitórias, e vislumbro a síntese dessa mescla de ocorrências é um ser humano mais lindo que ontem e anteontem.

Uma pessoa que cresce, que busca por si, que se ajuda; que erra, lógico, mas que se perdoa e sabe seguir em frente, lúcida de suas falhas, qualidades, defeitos e sucessos.

Como me é grata a satisfação de constatar a riqueza humana em concreto, em cada contexto pessoal: dá-me certeza de que a natureza maléfica do ser humano é possível de ser impedida.

E como isso é bom.
E Hobbes e Nietszche que me perdoem.

Carnaval?! Não, obrigada.


Não adianta: antes de qualquer ação/omissão, surge na mente o questionamento principal: "para quê?" - o "para quê" é substituível, em dadas circunstâncias, pelo "por quê", com igual carga questionadora.

Nesse feriado, eu me pergunto: são aproximadamente quatro dias sem os compromissos habituais de trabalho e estudo e como vou aproveitá-los de forma que eu não os finde precisando de mais tempo para descansar ou fazer outras atividades? Em suma, como utilizar esses dias para que eu possa me sentir útil para mim mesma?

Com a venia da maioria, eu, (in)felizmente, não vejo nada de útil nas festividades carnavalescas.

Diversão? A que custo? Além de muitos indivíduos gastarem o que não têm, ainda são usados por outros, seja por interesse de falsa parceria, de sexo, de grotesca insanidade de carpe diem.

Relaxar?? Como? Muitos voltarão com o peso na consciência por ter gasto demais, por ter dado demais, por ter comido de menos, por ter bebido além da cota, por ter batido o automóvel, por ter brigado com o cônjuge, por ter deixado de lado a família, por abandonar estudos atrasados... por ter se deixado esquecido.

Qual é o proveito?

Eu até comentaria sobre os foliões, mas como cada qual sabe de si, observo a mim: eu não saberia me deixar nas mãos de um cara qualquer que já teria beijado umas 28347 garotas; eu não me deixaria ser mais uma; eu não entraria em neurose para que meu corpo ficasse como manda a estética desumana e capitalista; eu não conseguiria esquecer meu descanso e minhas finanças; eu não cuspiria nos meus princípios humanos de respeito aos demais e, primordialmente, a mim mesma.

Não sei, não me deixo, não entro, não consigo, não cuspo. Aliás, não me abandono às diversões impostas pela sociedade... isso é ser manada demais.

Cada escolha narra um pouco de cada personalidade.

Ao som de "Outras frequências - Engenheiros do Hawaii" (brow!)
seria mais fácil fazer como todo mundo faz
o caminho mais curto, produto que
rende mais
seria mais fácil fazer como todo mundo faz
um tiro certeiro, modelo que vende mais

mas nós dançamos no silêncio
choramos no carnaval
não vemos graça nas gracinhas da tv
morremos de rir no horário eleitoral

seria mais fácil fazer como todo mundo faz
sem sair do sofá, deixar a ferrari pra trás
seria mais fácil, como todo mundo faz
o milésimo gol sentado na mesa de um bar

mas nós vibramos em outra freqüência
sabemos que não é bem assim
se fosse fácil achar o caminho das pedras
tantas pedras no caminho não seria ruim

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Assumir-se

Malvados

Eu digo que a vida é engraçada e, por si só, vingativa.
Quantos efeitos sofremos de atos praticados sem o devido zelo, sem um pouco mais de atenção, sem pensar um pouco mais. Certo é que nunca podemos prever, com certeza, quais são as conseqüências de nossas atitudes; mas creio que somos capazes de antecipar os desdobramentos mais evidentes e, muitas vezes, os mais danosos para nós. Os que não prevemos, em caso de pensarmos o suficiente em um determinado ato são efeitos superficiais, sem muitos prejuízos.

Mas resta clara a sabedoria de uma frase: colhemos o que plantamos.

Assim, retifico a primeira frase que lancei e q substituo por "nós somos nossos próprios vilões". O bom é que somos engraçados, mesmo em momentos mais nefastos, pois lamuriamos por conseqüências que nós mesmos provocamos. Ironia.

E somos vingativos? Sim, somos. Mas, vejo agora, que somos vingativos inconscientemente contra nós mesmos, talvez pelo fracasso de não podermos nos dar uma resposta satisfatória sobre nossa utilidade nesse mundo. Desse modo, tendemos a findar com nossa vida sem finalidade de forma velada, escondida de nós mesmos, porque é incongruente demais querer viver e não entender a razão dessa vontade. Paradoxo.

Cada um, portanto, que escolha sua razão para viver enquanto não se afoga em sua própria incoerência, da qual não há como fugir, pois é a essência de nossa natureza.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Comentários em blog II

Manha?! Tem que saber como, por que e quando fazer!
De um comentário em DAUMALIDAA.

É receoso expor ideias quando se é minoria, porém, não é motivo para a ausência de opinião.

Pois bem.
Muitas mulheres utilizam o silêncio como uma forma de expressar um "quero atenção"... mas não todas.
No caso específico de um relacionamento a dois, quando o meu silêncio representa a inexistência da relação, visto que o emudecer que representa o famoso "bico" é ineficiente e imaturo.

Para qualquer entrevero, há conversas. Não quer conversar agora? Ok, outra hora nos falamos e, com licença: vou fazer outra coisa mais proveitosa do que ficar do lado de alguém que é incapaz de resolver um conflito racionalmente quando ele surge. Não quer conversar nem depois? Ah, então: adeus. Simples assim.

Mas é conversa; não é birra, nem bico, nem briga, nem manha, nem choradeira, nem acusações, nem ataques, nem defesas, nem guardas, nem nada disso. Conversa, diálogo - o que, notada e infelizmente, poucas pessoas sabem o que é.

No relacionamento com amigos, família, colegas... bico?! Não, não: meu silêncio reflete estudo, trabalho, praia, posts, escritos, e qualquer outra coisa que represente que, sim, estou ocupada mesmo. Quando eu puder, eu apareço, falo, rio, comunico-me e tantos outros mimimis.

Esse joguinho de disponível/indisponível é insustentável, não?

Será que penso equivocadamente, contudo, quando sugiro que a atenção não é pedida, mas sim dada? Se a pessoa não sabe valorizar, para que mendigar carinho, amor, preocupação? Vá cuidar de sua vida você mesma, mulher!!! Crie vergonha na cara e se aproxime de pessoas que a valorizem por quem você é e não pelo que você faz para outrem!

Quem a ama vai saber estar do seu lado e demonstrar amor sem a necessidade de você estender um chapeuzinho e implorar moedinhas ou migalhas de atenção - e sem precisar estender o bico - ame-se, oras!

Mas, igualmente, é preciso que você questione, primordialmente, se você não está exigindo demais dos outros. Você saberá disso quando souber respeitar a liberdade de quem estiver do seu lado.

Daí, mulher, entenderá que pode não ser desinteresse: é a outra pessoa agindo como ela quiser, mas sabendo honrar com o relacionamento que mantém com você.

Simples!


Não sei mais fazer o jogo do "eu vou embora se você não quiser". Quer ir? Fique à vontade: não prendo ninguém ao meu lado.

Não sei mais fazer o jogo do "se for assim, não quero mais". Vai ser assim mesmo. Não quer mais? Perfeito! Um problema a menos.

Não sei fazer o jogo do "não valendo sim". Aliás, sempre meus "nãos" valeram "nãos" e os "sins", "sins"... ora, acho isso óbvio!

Não sei jogar desse jeito (mais), desculpe(m)-me.

Devo ter me livrado de tanta crosta de insegurança e carência que o que restou foi um baita amor próprio...

Não demonstrou que quer ficar? Naturalmente eu não vou mais sentir falta.
Expôs que quer ir embora? Não vou correr atrás.
Agiu em sentido contrário à maré? Nade à vontade, mas eu vou seguir o meu norte.

Deixei há muito de ser resposta às psicologias de imaturidade. (Re)ajo diferente.

Mas... quer ficar? Bem-vindo(a)!
Quer se manter? Por favor, eu quero o mesmo :)
Quer caminhar junto? Ótimo: vamos a pé, de tênis ou de salto? De chinelão, que tal? :D

É tão simples a união das vontades: compartilhamento vincula; afastamento repele. Simples. Para que complicar?

:*

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Noite de poesia


Eu corro contra ele,
para ele,
fugindo dele.
Ao longe, já o vejo me analisando,
me desenhando,
me sorrindo.

Cumprimentos.

Ele não tem pressa; eu tenho e vou longe.

Mas há retorno.
Eu passo cansada, mais devagar
Ele, fixo, com o mesmo doce e suave olhar
Que diz, sem mistérios e que me desalinha:
"Garota, um dia você vai ser minha" (fim 1)

Que me diz, sem mistérios:
"Garota, um dia a gente vai se encontrar" (fim 2)

Que me instiga e me fascina e me fala
algo censurado, no meio do nada. (fim 3)

Que me faz voltar ao lugar
que me instiga a falar
Que me faz olhar
E expressar:
"Garoto, um dia... ". (fim 4)

Despedidas com jeito de pergunta
"Siga-me"... "fique"
"Venha"!

Comentários em blogs I


Brevíssima sobre o amor (tônica ao eros)
Início do texto no comentário em HEY!

Os que amam hoje uma pessoa e amam amanhã uma outra não amam verdadeiramente: apenas se apegam aos que mais que podem suprir-lhes a carência.

Sim. "Amam" aquele ser que lhe dá o que lhes falta... a partir do momento que não é mais novidade, que aparece um melhor ou que sofre uma despedida, tratam logo (e rápido!) de arranjar um outro que o complete - para que não se sinta sozinho... para que não se depare com sua própria mediocridade de não gostar de si mesmo.

Isso, para mim, não é amar: isso é depender, como os noias dependem de drogas, como os baladeiros dependem da night, como os cegos dependem de muletas.

Como necessitar ansiosamente de alguém (frise-se: qualquer alguém)? Precisar namorar, precisar ficar, precisar estar? Mas que treva de "precisar", de "necessitar", de "depender" é essa?

"Ah, não quero ficar sozinho/a...". "Tenho medo da solidão".
Não são nesses momentos em que você tem a oportunidade única de estar consigo mesmo/a, de se conhecer, de se divertir, de se amar?
Como você diz se amar se você nem ao menos se conhece, nem ao menos quer se conhecer? (Essa é uma pergunta direta a alguém que, infelizmente, declarou nem querer saber quem é).

Uma ser que não se conhece, não se ama!
Então, como dizer que ama os outros?

Não se conhece, não sabe o que é melhor para si, não se ama, se apega ao primeiro "vício" que lhe traga prazer, não sabe para onde vai, mina-se, destrói-se, mata-se.

Quem se conhece, ama-se;
Quem se ama, sabe os seus limites;
Quem sabe os seus limites, sabe o que é melhor para si;
Quem sabe o que é melhor para si, passa um final de semana inteiro na praia sem dar satisfação para ninguém - exceto para os que representam.

Dia de poesia


Enquanto meu corpo caminhava, minha alma dançava
Eu sentia suas batidas no meu peito e seus passos de todo jeito
Olhei para uma casa, um cachorrinho me fitava
Cumprimentei-o, sorrindo, enquanto a música ritmava.

Sometimes solutions aren't so simple
Sometimes good bye's the only way

Isso ainda vai durar muito tempo?




Apegamo-nos demais às diferenças...

É claro que, numa sociedade pluralista, o conflito entre as diversidades é inevitável e fértil, desde que conduzida por uma discussão sóbria e a um resultado proveitoso a todos.
A tensão é evidente e é positivo que não seja velada.

A problemática, no entanto, encerra-se no ego: um quer ter mais razão que o outro. Assim, inexiste uma dialética real; o que há são eternas teses e antíteses, acarretando estagnação e apartações.

Finda-se, por consequência, a ignorar as semelhanças, que é o que nos une, o que nos faz iguais, o que nos proporciona desenvoltura e desenvolvimento humano.

Do que adianta apontarmos a cor diferente, o olhar estranho, as vestes incomuns, as crenças contrárias ou contraditórias?

A cor é diferente porque não estamos habituados à sua imagem; o olhar, estranho, já que só conhecemos um jeito de ver; as vestes, de outra cultura, não nos é familiar; crenças que não se coadunam com nossa formação, com nossa perspectiva de vida.

São ângulos diversos de um mesmo horizonte.
O sol brilha para todos indistintamente.
O vento acaricia , da mesma forma.

Humanos com as mesmas necessidades vitais guerreando para vencer teorias, para inflar egos, para se elevar em detrimento da derrota dogmática de outrem.

É uma guerra fútil se não for embasada na união que fará a diferença quando precisarmos, realmente, guerrear para conquistarmos os bens essenciais para nossa sobrevivência.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

O que dirão de nós?


http://www.malvados.com.br/

“O mundo da vida tem sofrido um processo de mercantilização único na história da humanidade”, alertou-me Joaquín Herrera Flores.

Não somos mais uma economia de mercado: somos uma sociedade de mercado, em que a oferta é maior que a procura, e sociedade no mercado: nas prateleiras, valores, regras, pessoas, convenções, sexos, afetos.

Tudo isso porque nos transformamos em objetos; coisificamo-nos. A hegemonia do neoliberalismo, a abertura de todas as barreiras aduaneiras, inclusive as morais, escancaram a sede imposta pelo lucro. Sede ensinada, pois não nos é natural. Sede enxertada pela produção, pela mídia, pela nossa própria baixa estima.

Quem não possui essência interior, luta desmedida e desesperadamente pelas vanglórias externas. E com razão, à atualidade: virtudes da alma são desvalorizadas à medida que se alastram as competições por quem aparece melhor, por quem banca mais, por quem detém mais poder (econômico, que abarca o social, o político, o jurídico) perante os outros.

E, então, guerreamos uns contra os outros. Homo homini lupus, bradaria Hobbes.

E o sentimento de inferioridade surge quando mostramos, uns poucos, pretensões axiológicas reais, profundas, essenciais. Valores esses que, no mercado, são desvalores, ou avalores – não representam algo útil à política majoritária de exclusão.

Nesse (des)compasso, não somos mais o que temos aqui dentro: somos o que consumimos aí fora. Consumimos/somos marcas, tendências, objetos... assim, habituamo-nos a permutar dinheiro por tudo.

Mas fomos além da matéria amorfa... queremos adquirir pessoas e tudo o que elas podem oferecer: amor, respeito, amizade, compreensão.... valores esses desconsiderados que, aqui, importam se produto de compra e venda - método rápido, porque os seres humanos estão ocupados demais buscando a mais valia para perderem tempo em conquistar e criar laços verdadeiros. Confundimo-nos e perdemos o nosso referencial.

Não sabemos mais quem somos, por que lutamos, por que vivemos – a vida se restringe a uma batalha de receita, despesa, briga pelo superávit e decepção pelo déficit.

Perdemo-nos.

Nosso presente jaz, portanto, nos fundos daquele mercado, como um produto levemente batido que não é aproveitável porque não atingiu as metas da perfeição – uma perfeição implantada não pelo que é útil, mas pelo que o sistema dominante dita.

Deixemos isso registrado na fatura de cartão de crédito.
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Senhor, abençõe aqueles que maldizem meu nome e dê-lhes paz de espírito.
Conforte seus corações daquilo que eles creem que eu tenha feito de errado para sua existência e, se assim eu tenha feita mesmo, perdoe-me.

Pai, obrigada pela emocionada vida daqueles que me abraçam e me sustentam nos momentos de fraqueza e daqueles que são sinceros comigo, que conhecem o meu ser e estão perto de mim pelo que sou, não pelo que eu posso oferecer.

Obrigada por me deixar a salvo de pessoas corruptíveis e que produzem o mal, ao invés de enxergar a Tua essência, que é o amor.