Comportamentos padrões. É o que mais se encontra na conduta do ser humano, já que são poucos os que sabem questionar seus atos e os sociais e escolhem qual a alternativa mais conveniente - ora, a natureza humana é egoísta, pois inexiste um único ato que não seja efetivado com um objetivo individual, nem que seja, simplesmente, a satisfação íntima de fazer o bem - ou o mal.
Dessas práticas humanas, é possível distinguir dentre elas, distinguindo-se os femininos dos masculinhos, intenções recíprocas que, como diria Schopenhauer, têm por fim último a Vontade da Espécie (em letra maiúscula pela importância de ser, segundo o pensador, o que realmente manipula a humanidade). Seria a vontade da própria natureza humana em perpetuar-se, ou seja: esse intento provocaria os seres humanos à cópula a fim de procriação. E para isso, utilizar-se-ia do amor. E só. Meio mecânico, com certeza, mas é de se pensar.
Daqui se exclui, portanto, as ligações que não ambicionam sexo por procriação ou por gozo, mas por quaquer outro prazer. Ou que objetivam o relacionamento entre os seres por auxílio, por interesses outros.
O ser humano, como dito, é egocêntrico: age para atingir sua meta - e com razão, pois, ao lado de outro ser humano (também egoísta), seria fadado ao fracasso, talvez à morte, se não pensasse em seus interesses.
Para atingir suas pretensões, por conseguinte, cria as mais diversas manipulações, diferentes jogos, articulações infindáveis.
E essas jogadas são passíveis de conhecimento: ao conhecer quais artimanhas utilizadas pelo(s) indivíduo(s), toma-se nota de seus interesses; e vice-versa. Sabe-se, então, a que padrão pertence.
Há os que vivem mediante regras elaboradas e impregnadas de exceções, indicações e justificativas (os mais difíceis de decrifrar); e há os que manifestam-se com respostas simples às influências (que são facilmente detectados e entendidos).
Mas isso, quiçá, não seja uma regra cabível a todos os indivíduos (a generalização é uma das piores falhas que o ser humano pode cometer e o ceticismo impede qualquer espécie de dedução absoluta). A maioria, todavia, é assim - e mal sabe que há uma porção de seus "iguais" seres que a decifra.
São inúmeras as formas utilizadas por um para alcançar, atingir, instigar o outro, dentre as quais aponta-se o elogio. É por demais fácil destilar louvores a um ser humano com o fito de obter-lhe empatia ou qualquer outro bem, material ou imaterial. E a grande porção dos elogios tecidos por indivíduos ao sexo oposto é em uma jogada pensada,mas, nem sempre, com fnalidade sexual. Por isso, há o crasso engano que é impossível haver relacionamento entre homem e mulher sem intenções de procriação/sexo/prazer carnal, visto que outros interesses podem perscrutar a aproximação dos indivíduos.
N. da A.: Sei que a verdade é relativa, pois sim: defendo isso mais que tudo, juntamente com a liberdade. Mas na minha vida, a verdade é essa: é possível e gratificante o relacionamento afetivo (sem vínculos com a Vontade da Natureza ou com o sexo banal ou afetivo) entre seres humanos de sexos opostos. Existe, sim, o proferimento de elogios e agradecimentos sem interesses tramados. Há, por fim, a grata sensação de que o interesse que os outros têm por uns não é de uso-e-abuso-e-jogo-fora: há a aproximação sincera que não comporta o mecanicismo defendido por Schopenhauer.
(13.11.08 - 26.02.10)
Nenhum comentário:
Postar um comentário