Visto agora, ao longe, é um ciclo que se renovou por anos.
Mesmos passos, mesmas quedas, pontos semelhantes, gosto constante.
Em cada época diversa, a razão era a única; uma razão irracional, um único motivo passional.
Mas, para quê? Por que, efetivamente?
Agora, chega.
Mais do que um corpo em questão, há uma racionalidade e uma moral que impede a queda.
Sim, queda - não no chão, mas em algo mais fundo: um inferno.
Um inferno que é quente e congelante, um frio que queima a alma e com um cheiro que entorpece o entendimento. Um odor originário de raízes que velam seus movimentos, prendendo suas mãos, seus pés, seu livre pensamento, seu amor perfeito.
Um inferno com companhia (a sua companhia), mas com uma solidão que alucina a mente e oca a cabeça. Sons de risadas, de chutes e conquistas eletrônicas, de músicas vazias, de planos neófitos e inconsistentes... emburrecedor; enfraquecedor; imitador.
Doce e infernal momento. Instigadores e infernais (a)braços. Quanto ele os odiou de longe e quanto ele chorou por eles, quando perto. Inferno!
Um inferno escuro, que cega, que enebria, que impede o próximo passo. Enrola. Inventa. Esquece por maldade. Manipula em falsidade.
Círculo de fogo; pulo a uma labareda eterna e infértil.
Não é para ele; não é o sonho dele; não é o projeto concreto de sua mente.
Ele não o merece - não por ser muito, lógico, mas por ser alienado demais.
Fuga ao paraíso foi sua solução. Dois dias sozinho, mas acompanhado: com Deus.
Dois dias suficientes para se encontrar e se firmar.
Dois dias simples, mas especiais. Quentes de aconchegantes; frios de racionais; sonoros de objetivos; claros de certeza.
"Esqueço-te", pensou. "Não precisa pedir duas vezes"
"E obrigado por me livrar".
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