quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Eu ri. De novo.

Os acordes de Fade to Black me incentivavam a passar por onde estarias e anunciar: daqui a pouco estarei aí contigo.
Entre carros, devaneios e chuva, minha mente planejava como eu faria... dei lugar aos palpites do coração, já tão calado quanto surdo. Dei a chance de se manifestar e de me emocionar.
As imagens que gravava, entre o crepúsculo e por onde transitava, era tudo que já passei contigo...
Acordei cedo para te ver. Durmi tarde para estar contigo. Perfumei-me de forma preocupada. Ajeitei a franja mais do que estava habituada. Subi um pouco minha bermuda. Ensaiei passadas, aquelas mudas. Encenei cumprimentos. Fiz mais do que qualquer alento. Ruborizei. Admirei. Correntes, roupas, jeito de andar, maneira de me olhar - que trevas a poesia da noite, ou a noite de poesia.
Retornei-te dezenas de vezes. Inspiraste-me a continuar a cada dia... a cada semana.
Suspirei.
Hoje. Daqui a pouco.
Cheguei perto... mais perto... mais perto: vi o seu movimento e já me preparava para te chamar.
Foi quando observei, ao teu lado, sendo puxada por tuas mãos (as tuas mãos! aquelas mãos!), uma morena, não sei se bela, não sei se feia, mas, com certeza, feliz.
Minha boca (sim, esta boca) abriu-se vagarosamente até eu cair na real: estava boquiaberta. Boca estupefata, olhos lacrimejando, e espírito rindo - tudo graças aos meus olhos (sim, esses mesmos) sem véu.

(Não) É possível.
Boquiabertura que não me surpreendeu. Visão que não me apavorou, por nenhum momento.
Acontecimento que se transformou num post, que me é uma forma de sepultamento.
Eu só ri. De novo.

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