quarta-feira, 28 de setembro de 2011


Todos se mostram.
Despedem-se das roupas adquiridas para impressionar, da maquiagem e dos belos gestos educados e mostram suas feridas, traduzindo-as em imagens compreensivas de estados limítrofes.
Mais do que uma delimitação da condição normal de tratamento do outro, desfaz-se a aparência que construiu por tempos, mas que sabidamente era falsa ou irreal pelo mesmo tempo.
Quando a lucidez acompanha essa processo, enxerga-se nitidamente como são proferidos retratos terríveis e como o corpo sendo atingido por incessantes punhados de lodo. E, com consciência desse momento, entende-se que isso aconteceria, mais cedo ou mais tarde.
É o seu limite do elegantismo social que se esvai e atinge-se o seu limite individual: até onde você é capaz de ir quando se sente ofendido?

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Check


São tantos os acontecimentos que permeiam e adentram a minha vida que, por muitas vezes, comento que "sinto-me firme a uma rocha enquanto todo o resto dança a espiral de um furacão". E a dança é frenética: ora eu fico tonta; e mas a dança também é calma: ora eu me concentro para perder nenhum insight.

Ao mesmo tempo em que não sei como já cheguei em setembro (eu ainda estaria em junho, julho), eu tenho a certeza de que não sou a mesma do mês de agosto. Se sou melhor ou pior, somente as pessoas que estão ao meu redor podem me dizer - além de mim, que recolherei em breve os frutos dessa colheita envolta por ritmo, tempo, névoa e paz.

Sinto que uma das poucas conclusões que posso tecer, e aqui deixo como registro íntimo, é a de que sou responsável pelo juízo de todas as circunstâncias. Se admito a sua positividade e o aprendizado fértil, indico que tal fase é pró, enquanto sua resignação como contra será se dela não extrair um mínimo "não repita mais isso".

Diante desse niilismo de valores, lanço mão de princípios que me auxiliem nessa escolha. E, como uma medida de antiflagelo, escolho, como base, o princípio da sobrevivência. Para tanto, nada que me deflagre sofrimento (eis que esse sentimento tem um viés destrutivo se mal "manejado") pode subsistir. Das ganas mais sórdidas de qualquer treva, há de existir uma luz. Se não existir, fabricamo-la (ênclise xD) - afinal, criamos tanta ciência e tecnologia, por que não criar uma simples lâmpada acesa no final do túnel?

Assim, portanto, essa fase é pró, como qualquer outra - imputação que é corroborada com as sincronicidades (e, especialmente, entre duas almas :D) e a complexidade da vida.

O caráter complexo da vida é inegável, já que nosso processo cognitivo é pautado por polos, por extremos. Ligamos o separados e separamos os ligados, como afirma Morin. Conhecemos o frio porque temos ciência do quanto, assim conforme ocorre com relação ao branco e ao preto.

Por isso, inexorável a presença de lamúrias, de choros, de angústias, no mesmo compasso de alegrias, gozos, felicidades, conquistas.

O que fará a diferença para mim é a escolha entre viver de angústia em lamúria, atravessando an passant por alegrias, e viver de felicidade em conquista, sobrevivendo às intempéries do tempo - o qual, por sua vez, é criado por nós mesmos.