sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Feliz nascimento

  
Em todo dia, nasça.
A todo momento, (re)nasça.
A cada perda, ressuscite.
Em toda morte, veja vida.






 “O homem é o que é a sua vida. 
Se uma pessoa não trabalha sobre si mesma, não modifica nada dentro de si mesmo;
se não transforma radicalmente sua vida, perde, estupidamente, seu tempo.”
V.M. Samael Aun Weor

Ordenações (a)temporais: desculpas


Não sei pertencer a ninguém; sei pertencer a uma mutabilidade firmada em princípios de evolução, de raízes, de liberdade. Observados de longe, isso forma um todo que destoa de uma harmonia. Mas não: é essa complexidade que se assenta e permite que a fluidez do lúcido pesente seja marcante.

Não sei ser propriedade. 

Não sei me doar; sei me compartilhar. Por isso, consigo me integrar com quem sabe o que é integração e partilha. Se não, torno-me uma farpa, um borro, uma assindética do sistema de apegos demasiados. 

Não sei ter ninguém. Eu sei admirar alguém nele mesmo e, se quiser, nele também em mim. Mas não sei admirar ele só em mim, em um cercado relacional, em uma prisão. Eu não sei.

Não sei suportar uma tentativa de proteção maior do que aquela que me permite sofrer o mal do dia. Não creio que ninguém corporificado seja capaz de evitar meus sofrimentos ou enganos. E nem desejo isso: dores e erros participam do processo vital assim como gozos e vitórias. Não fico confortável com a tentativa de usurpação de parte desse processo.

Não posso concluir, então, o molde deste texto: não posso pedir desculpas pelo que não sei, pois continuo querendo não saber, mas como lutar contra. Do mesmo modo, não posso pedir desculpas pelas ilusões que muitos criaram sobre mim, o que os fez criar quedas e vácuos sentimentais. 

Peço desculpas, portanto, pela minha falta de clareza ou objetividade (bá, mais??) a respeito de como me relaciono. 

Só não posso me desculpar pela cegueira dos outros.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Música de fda III - won't you help to sing these songs of freedom?

 
Emancipate yourselves from mental slavery
None but ourselves can free our mind
Oh, have no fear for atomic energy,
'Cause none of them-a can-a stop-a-the time
How long shall they kill our prophets,
While we stand aside and look?

Won't you help to sing these songs of freedom?
 

Confusões de fda II



Em duas das lojas que estive, a pergunta a crianças com cerca de 5 anos era a mesma: o que você quer (de presente desta loja)? Uma criança dessa idade tem noção do que realmente quer? E, se tem, que o que quer é realmente bom para si? Os pais relegam suas obrigações a seus próprios filhos. Depois, ainda, questionam porque estes os desobedecem.

***

Alguém pode me dizer por que uma família composta por cinco pessoas anda abraçada numa calçada com três metros de largura, na algazarra que é o centro da cidade no final de ano?

***

Alguém pode me dizer por que uma família composta por seis pessoas anda espaçosamente separada, como que numa manada educada, numa calçada com três metros de largura, na algazarra que é o centro da cidade no final de ano?


***


Malvados.com.br

Consegui comprar o essencial para o Natal (sem adentrar em discussões acerca da data e do consumismo, pois não pretendo fugir do bom senso familiar), ou seja, não perdi dinheiro com nenhuma baboseira que os vendedores pretenderam me empurrar.
Fiquei contente, deixando alguns comerciantes de bico... penso, agora, que isso é estratégia para o consumidor adquirir algo que não lhe é útil: os vendedores fazem bico, psicologicamente acenam para um abalo pessoal, fazendo com que o comprador sinta-se culpado e adquira o produto só por misericórdia.
No fim do dia, os comerciantes contabilizam os bicos e os lucros.

***

Outra técnica de venda: você tem que escolher entre o produto A e o produto B. O segundo é melhor, mas é mais caro.
- Qual o melhor xampu?
- É este... só que é mais caro...
- É esse mesmo que eu vou levar (o que essa metida está achando? Que eu não posso pagar uma porra de um xampu 5 vezes mais caro que um comum?).
- Ah, sim, não vai se arrepender.
Nesse caso, você não é tratado como culpado, mas como insuficiente.
Eu não aguentei. Caí no truque ¬¬
Só espero que o xampu seja bom mesmo ¬¬²


quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Música de fda II


Fiz um dos meus esforços para dormir contigo naquela noite. Chegando em sua casa, você não estava; sua avó me avisara que tinha saído, mas que não tardara.
Esperei, esperei, e acabei caindo no sono.
Acordei-me já pela manhã e você ainda não estava. Arrumei minhas coisas, separei as suas que estavam comigo e bravejei maldições em sua vida para todos que estavam na casa - a casa estava lotada de seus parentes e amigos.
Você chega. Olha-me com insensibilidade. Estava num forfun com amigos e pouco preocupado com o pouco que tínhamos.
Bato em seu peito: como você não se lembra de ter marcado comigo? Por que tu não me valoriza? Por que tu não enxerga o que eu faço por ti?
Personificando a ira, tentei de dar um tapa (incrivelmente, já que não tenho o dom do tapa, só de alguns poucos ataques que treino). Não consegui - em sonho, nunca se consegue bater direito.
Mas, ao sentir meu ch'i dominando meu sangue, desferi outro tapa - desta vez, estrondou tanto que o senti na minha mão direita. Todos nos olharam. Aproveitei para jogar no pedaço de chão à sua frente tudo que era teu que estava comigo. Não me tem nenhuma serventia.
Aliás, todo aquele redor parecia um pântano: lama para todo o lado, sujeira, sombra.
Você, com olhar de indiferença, virou-me as costas e foi embora.
E, naquele momento, eu me despedia do que eu imaginava ser bom. Agradeci.
Acordei com a mão latejando. Eu estava feliz. Livrei-me de algo que não me fazia bem, em um relacionamento que minha pessoa não era valorizada, nem minha luta, nem minha história.


I don’t care if it hurts
I’m tired of lies and all these games
I’ve reached a point in life
Hey, no longer can I be this way
Don’t come crying to me
I too have shed my share of tears
I’m moving on, yes I’m grooving on
Hey, well I’m finally free

Música de fda

if i was u



Gus :*
Tkx pela música ;D

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Surpresas de fda II

Depois de horas de conversa, ela me abraçou, emocionada, e agradeceu: obrigada por se esvaziar de si, por ser capaz de me ver sem julgamentos e, assim, devolver-me a mim mesma... agora posso caminhar sozinha sem medo de mim.

Surpresas de fda

Ele, com seus 18 anos, sentou-me ao meu lado e disse sinceridades, emoções e maturidades que nenhum outro homem (ao menos, recentemente) havia me dito, tocando-me, assim, fisica e espiritualmente. Ele só queria expressar-se, não tinha nenhum objetivo momentâneo.
Sorri em seus olhos, sem ar, sem reação.
Ele me beijou, abraçou-me e despediu-se: até amanhã.

Luto

Por Warat.
Alguém que não era uma estrela longe e fugaz, mas próxima e eterna que nos permite rasgar as concepções petrificadas de nossas instituições e pelejar pelo que há de mais sagrado nessa vida: nós mesmos.

Confusões de fda



Depois de livres e gostosas risadas, ele me disse que não serve para ser só meu amigo. Na hora, tal afirmação me fez sorrir sinceramente - atitude que ele viu e pela qual agradeceu.

Nos outros dias, no entanto, ela reverberou na minha mente, impondo-me uma atitude maior que, simplesmente, sorrir: pediam-me os ecos para que eu me posicionasse ao sim ou ao não.

Passei a questionar se, caso eu o mantiver perto de mim, estarei ratificando os seus termos e transmitindo que a recíproca é verdadeira. Caso eu me afaste, será que eu deixaria claro que só quero sua amizade? E se eu não quiser só amizade? 

Afinal de contas, é honroso para uma mulher que um homem se disponha a lutar por ela e quem demonstre seu desejo - principalmente na contemporaneidade em que muitos procuram, desvairadamente, argumentos nos outros que os digam para não lutar, para desistir (ocasiões em que, particularmente, digo "se é isso que tu queres que eu afirme, eu afirmo: desista mesmo. Não pretendo ter do meu lado ninguém que procura, que nem um cachorro sem dono, convencimentos para desistir do que sente. Convença-se e vá embora, por gentileza").

Não soube como agir. E essa dúvida sobre qual a melhor atitude a ser tomada me instiga: o não é não; e o sim é sim. Se o que ocorre não se define em nenhum dos dois, é o que, então?





Agora eu entendo perfeitamente o que é loserismo
E eu estou muito contente por saber que, perto de mim, inexistem pessoas losers XD~

sábado, 11 de dezembro de 2010



Queridas e queridos,

Em virtude dos compromissos de final de ano (tanto profissionais quanto sociais), ausentar-me-ei um pouco da internet, dando um descanso, assim, às postagens do blog.
Apesar disso, como verificarei meu email com certa frequência (grazyab@gmail.com), manterei contato com quem assim quiser xD~
No mais, agradeço a companhia de todos nesse ano, os comentários, os debates por msn, bem como os contatos e menções carinhosas por email.
Caso eu sobreviva às primeiras páginas zetéticas da dissertação e aos estudos dogmáticos de outros projetos, estaremos juntos novamente, em breve :)



:*

O que disseres que és, assim será(s).

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Hey, u



Não que as coisas que você fale sejam usadas contra você.
Você mesmo que se trai ao proferir expressões e sentenças que não se coadunam com suas atitudes.
O outro é apenas coerente e, talvez, um tanto quanto idiota
 por esperar que você HONRE sua palavra.

Own, she was so easy to love


Engraçado sentir falta do que pode(ria ter) acontecer/ido.


I swear now I can't take it, knowing somebody's got my baby
And now you ain't around, baby I can't think
Shoulda put it down, shoulda got that ring
Oh I miss her when will I learn?
Didn't give her all my love, I guess now I got my payback
Now I'm in the club thinkin all about my baby
Hey, she was so easy to love
But wait, I guess that love wasn't enough
I'm goin through it every time that I'm alone
And now i'm missin, wishin she'd pick up the phone
But she made a decision that she wanted to move one
Cuz I was wrong

(Just a Dream - Nelly)

Amor em ato



Não é a vontade de que o outro domine ou assuma todas as posições e gestos. É a necessidade de que o outro, em intensa e similar harmonia, descortine-se e mostre-se em vigor e personalidade.
Assim, enquanto os corpos se desnudam e demonstram sua potência ativa, o ambiente e os comportamentos que se transvestem em oportunidade de firmar o contexto de uma nova criação: a de um corpo perfeito, pautado no equilíbrio de gênero que se encontra na fusão de dois corpos.
Ninguém assume mais do que lhe cabe; o prazer de ser e sentir é partilhado em sintonia.

Baloons


Para quem é oco, pouco importa qual o próximo ao seu redor, pois não precisa se preocupar em manter sua evolução ou em efetivar trocas que lhe agreguem o mais qualitativo: resta estagnado e não tem o que trocar. 
Apenas suga.
Nessa condição, qualquer um que lhe dê atenção lhe serve,  já que é dessa pseudoempatia que se alimenta e perpetua o seu caráter de vácuo, obtendo dos outros características que não é capaz de descobrir por si próprio.
Imita.
Extrai e nada traz.
Irrita e trai. 
Sem nenhum pudor pelo outro, tendo em vista que há tempo não tem pudor de si.
Não sente os outros, apenas a sua própria necessidade de encher-se dos outros.
Se, ao menos, apre(e)ndesse algo nesse processo de encheção, poderia, quiçà, tomar forma humana.
Mas nada lhe imprime, nada lhe emociona de fato, nada lhe traz um verdadeiro aprendizado: está fechado em si mesmo, em seu próprio vazio, perdendo-se em gás de boca e em gás hélio, não enxergando nada além de sua própria tez.
Move-se com o vento ou conforme  a vontade de outrem. Em si, é belo, mas passageiro.
Existe. 
Uma hora, estoura.
E some: aí, então, vê-se a possibilidade de relacionamento com pessoas que não se fazem de balões e nem fazem os outros de balões. Pessoas de verdade.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Surpresaa!

Somos surpreendidos deveras; 
às vezes, estamos preparados: na maioria das vezes, não.



O que importa mesmo é o teor que damos às surpresas.

Revista Wiki




Pessoal,

A Revista Wiki, elaborada para um trabalho de término de curso, é projeto experimental confeccionada por universitários e recém-formados.
A primeira edição saiu agora (versões online e impressa) e conta com um texto inédito meu.
Para conferir a versão online, venha aqui.
A revista está linda, muito informativa e com um layout maravilhoso!
Boa leitura :)


segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Me diz, o quê realmente te faz feliz?
Sei que nem todos lá no fim do túnel buscam luz
Fica difícil se a escuridão que te conduz
Já vi o oportunismo estar vestido de amizade nos aproveitadores da minha boa vontade
Mas me esquivei, risquei da vida os covardes
Porque quem vive entorno de mentira já está morto de verdade
[...]
E o que diria seu pai te vendo caído, irmão ?
Isso depende do motivo de se estar no chão
Alguns estão lá por nem saberem levantar
Meu rap é a mão que se estende pra te ajudar
Vem, sei que seu corpo tá cansado, samurai
Vão derrubar seu corpo, mas sua alma não cai
Eu sei que alguém acredita em você
Mas e você ? Acredita em você ?





Como diz meu querido Gabriel Storm:
Se for falar mal de mim, me chame! Sei coisas terríveis a meu respeito!

Hoehoehoeohe 

domingo, 5 de dezembro de 2010

Vidinha de playboy



Rima de merda, infantil, gastou uma faixa do CD
Esqueceu que eu avisei, bucha, não acha que é pra você
A prepotência te limita, ce não entende meu caminho
Eu mexo com verdade e vida e tu vai, mexe o corpinho
Eu vi seu clip, tudo VIP (playboy), Ah, quem ce quer enganar?
A Universal tem que pagar praquelas modelete entrar
Sua corrente brilha (bling), mas uma prova cabal
Da ilusão do seu mundin', igual a ela não é real
De diz ser muito, mas eu vejo sempre o mermo flow
Sem conteúdo, fraco, ruim pra caralho
[...] Essas merdas que tu se sujeita
Lança sua blusinha rosa, maquiagem e sobrancelha feita
Super MC? mó comédia, me copia
Única parte relevante na sua música é minha
"Sua mina ouve meu rap" enquanto a "senhorita" chora
Falou merda, riu forçado? Pela saco, ri agora



O que podemos perceber é que a estrutura social em que estamos situados é fortemente marcada pelas relações que sequestram. É sequestro da subjetividade tudo aquilo que nos priva de nós mesmos. Até mesmo nas pequenas realidades, as mais simples, há sempre o risco de que estejamos abrindo mão de nossos valores em detrimento da vontade de sequestradores que em nada estão comprometidos com nossa realização humana.
É sequestro da subjetividade todo o processo que neutraliza ou impede o ser humano de conhecer-se, passando a assumir uma postura ditada por outros. É sequestro da subjetividade a projeção da vida humana em meta inalcançáveis, costurada à mentalidade de que as pessoas são perfeitas e que há sempre um final feliz reservado, pronto para chover do céu sobre nossas cabeças. Mas é também um sequestro da subjetvidade a projeção da vida humana a partir de metas rasas, em que a mediocridade é a regra a ser considerada e o pessimismo antropológico é a consequência
(Fábio de Melo, in Quem Me Roubou de Mim?).

sábado, 4 de dezembro de 2010

 

Fechar a boca e não expor meus pensamentos
Com receio que eles possam causar constrangimentos

Será que é isso? Não cumprir compromisso, abaixar a cabeça e se manter omisso?
A hipocrisia, a demagogia
Se entregue a orgia, sem ideologia
A maioria fala do amor no singular
Se eu falo de amor é de uma forma impopular
 [...]
Quem pensa incomoda
Não morre pela droga, não vira massa de manobra
.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Histórias e lendas



Naquela altura, ela só tinha um objetivo: alegrá-lo. Contar uma história de afagos, sentimentos e razões mescladas. Queria vê-lo sorrir daquele jeito mais uma vez e só... não pretendia receber resposta. Ela queria dar somente, talvez não literalmente.
Pensou em algo bom e contou-lhe em braille - não com tanto furor quanto queria, não com tanta exposição de detalhes quanto a história lhe sugeriria, mas o seu bom efetivou-se. Ficou feliz com o seu sorriso, satisfeita ao que pretendia.
Terminou a narração e o silêncio, então, invadiu o cômodo... até que sentiu o responder: era ele que puxava sua atenção para si mesma, tornando-a, agora, a protagonista de uma história não escrita. Demonstrava que queria corresponder àquele conto, ou, simplesmente, mostrar-lhe algo novo.
Pensou, remotamente, que poderia ser mais uma lenda urbana. Mas, apesar disso, ela acreditou naquela empolgação narrativa e empregou dedicação naquilo que ele falava e gesticulava - o que lhe causou imensa expectativa acerca de como aqueles fatos terminariam. Era tanto empenho e tanta excitação que a levou a supor que o final (se houvesse um final daquelas palavras maravilhosas, que merecem ser eternizadas) seria proveitoso a ambos, já que dali poderiam tirar muitas conclusões e e expectativas para novas conversas.
Num isntante, ele para e ela respeita a sua pausa... mas era só um suspense. Ele veio com mais circuntâncias, e mais possibilidades, e mais escolhas naquela história.
A excitação beirava à agonia ansiosa do que poderia ser feito quando, mais de repente ainda, ele para... definitivamente, emudecendo-se. As diversas fantasias possíveis existentes na mente dela a fizeram pensar que seria outra pausa, mas não: era um fim, sem nenhuma escolha. Aliás, havia uma escolha: a que ela mesma teria que fazer, sem a presença dele.
Quando exposto o desânimo de ter que escolher algo sem ele porque, afinal, ele que produzira e oportunizara todas aquelas probabilidades, e quando esclarecido que essas histórias são planejadas e criadas por dois, ele simplesmente respondeu, sorrindo, que ela deveria ser feliz ou se contentar em escolher sozinha, mesmo depois de ele ter iniciado todo o enredo e toda a expectativa... mesmo sendo possível a concretização do que ele falava somente, por óbvio, com ele.
Sentiu-se mal e, pela falta de reciprocidade tentada, mas não concretizada por razões que desconhece, sentiu-se abandonada - o que se exauriu estupefatamente com as palavras "boa empreitada".
Não que isso mude, de fato, alguma coisa. O dia nasceu novamente, novas histórias serão contadas, mas aquele momento, bobo talvez, que fora quando ele usurpou a escolha que ela mais queria (ter as possibilidades daquele clima com ele), foi intenso, estranho e bloqueador.
Não ficou feliz por cogitar que teria que seguir só ao menos parte de seu caminho.
E ainda não quer acreditar que, se em alguma outra circunstâncias, escolher ele como parceiro de possibilidades, tenha que se desistir de seus desejos com ele porque ele, com um sorriso nos lábios, deixe-a na mão.
A frustração, então, roubou-lhe o sono.

Se for para criar histórias sozinha, ela fica sozinha.
Se for para criar histórias a dois, ela se une a quem é capaz de criar e corresponder às histórias.
Se for para criar histórias a dois, que elas não virem lendas.











quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Caos "manso" à crítica

Após me considerar um tanto quanto ácida, meu chefe ponderou pela minha prudência e atitude ao me impor perante determinados comportamentos.
Não sei, muitas vezes, como agir - e isso pode me deixar confusa, quando não em silêncio por não saber o que fazer. Mas, em outras ocasiões, especificamente naquelas em que já tenho um posicionamento formado, meu background já me permite agir imediatamente - até que outro pensamento melhor o refute.
Pois bem. As situações abaixo podem não representar nenhuma imposição à minha livre vontade, mas me irritaram sobremaneira. Não pelo questionamento inicial, mas pela sua insistência.


Situação 1 - eu, com uma calça jeans básica, já atrasada para o trabalho:
- Poxa, Grazy, penso que não deverias ir com essa calça...
- Ah, é? Pois olha... respeito a sua opinião, mas eu vou com ela, sim.
- Mas por quê?
- Porque eu quero e não vejo nada demais em ir com ela. Se tu vês algum problema, eu respeito. Eu não vejo nenhum.
- Mas sério mesmo? Vais com ela?
- ¬¬ sim. Deixa que eu cuido do meu layout e do meu armário... eu sei fazer isso há algum tempo, ok?

Situação 2 - eu, com a roupa do treino de kung fu:
- O, Grazielly, coloca a calça mais para cima.
- Por quê?
- Porque fica mais bonito.
- Não, sinto-me confortável assim.
- Ah, mas mais para cima é melhor, tu não achas?
- Não. O que é melhor para ti não é, necessariamente, o melhor para mim.

Situação 3 - eu, que vejo a profissão modelo como qualquer uma:
- Gra, tu nunca tentou ser modelo?
- Huahsuhaushuahsuas! Tá de piada?
- Sério? Já fizeste algum curso, ou book, essas coisas de modelo?
- Não. Respeito toda e qualquer profissão, mas sigo a que tenho dom para isso. Não tenho dom para modeletes.
- Mas por que não tentou? Ou tentou e não deu certo? Por que a minha filha tem uma agência e...
- Nunca tentei e nem tive vontade de tentar. Aliás, com todo o respeito à senhora sua filha, não sou de valorizar (entenda babar) a profissão de modelo. Não vejo uma função social produtiva nela, apenas uma manipulativa de tendências.

Situação 4 - eu, que vejo a profissão de ator como qualquer uma:
- Graaa, por que tu não faz um curso para atuar?
- Porque não me encarno.
- Mas por quê?
- Porque não... aliás, passou a época de eu ter tempinho livre para fazer essas coisas aleatórias que não agreguem à minha profissão.
- Ah, mas isso pode te ajudar na desenvoltura das suas aulas e talz.
- Nãooo, eu já me sinto à vontade o suficiente com os alunos... não preciso de um curso para isso (entenda-se: não preciso fazer caras e bocas para aprender a lidar com seres humanos que têm a aprender comigo).


Situação 5-  eu, com meu celular rosa:
- Hahahahha! Que coisa paty ter celular rosa, Grazy!
- Hmm... por que tu achas isso?
- ... Porque rosa é coisa de guria paty, oras!
- E eu sou paty?
- Não, mas fica sendo, hahaha!
- Hm... e tu achas que eu vou mudar minha personalidade por causa de um celular?
- ... Não...


Olha, pode até ser sem má fé que as pessoas ajam assim, mas eu me canso de me repetir e de me justificar - o que posso fazer só para não ser, de fato, grosseira. Ainda ajo assim porque não sei a razão pela qual as sinto me invadindo de uma forma não convidada. Só por isso.
A eu enxergar que esse tipo de insistência invasiva pode significar um desrespeito. 

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Whatever


Você cai de paraquedas em um contexto experimental e regrado, mutilador e opressor, moralista e indiferente às suas necessidades reais.
Recebe alimento e água, quando muito, e ainda ouve que é muito e que seu coração não pode se inspirar no desejo de querer um amor familiar terno e firme, nem uma afetividade relacional verdadeira entre seus (ím)pares.
Você cede. Associa-se às estratégias, aos jogos, a como o mecanismo social é engrenado na sua própria manutenção. Você sobrevive, simplesmente. Obscurece seus desejos e seus ideais. Você se molda de acordo com as condições que lhe são dadas. E não espere mais nada, pois sofrerá por ser idealista, um neófito à margem da realidade.
Não lute, não resista, é o que você ouve. Aceite tudo sem questionar, permita-se levar pelos manejos desse todo inconsciente que venera a competição e as neuroses individuais.
Não acredite em você, acredite no que lhe dizem e dance instável à música do tendencial.
Não sinta, não resista, não sinta.
Não tenha medo, não chore, não ame, não se importe. Não sinta.
Apenas exista; e no canto mais recolhido possível para que eventuais sussuros oprimidos de sua alma não perturbem a sonoridade monocromática do ritmo enfadonho social - que segue religiosamente o que lhe dizem.
É uma voz invisível que comanda. São laços penetráveis ao seu coração que o empedram.
Mas isso nem importa mais, já que você não viu outro caminho além de se anestiar com insobriedades seculares e máculas físicas.