sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Baloons


Para quem é oco, pouco importa qual o próximo ao seu redor, pois não precisa se preocupar em manter sua evolução ou em efetivar trocas que lhe agreguem o mais qualitativo: resta estagnado e não tem o que trocar. 
Apenas suga.
Nessa condição, qualquer um que lhe dê atenção lhe serve,  já que é dessa pseudoempatia que se alimenta e perpetua o seu caráter de vácuo, obtendo dos outros características que não é capaz de descobrir por si próprio.
Imita.
Extrai e nada traz.
Irrita e trai. 
Sem nenhum pudor pelo outro, tendo em vista que há tempo não tem pudor de si.
Não sente os outros, apenas a sua própria necessidade de encher-se dos outros.
Se, ao menos, apre(e)ndesse algo nesse processo de encheção, poderia, quiçà, tomar forma humana.
Mas nada lhe imprime, nada lhe emociona de fato, nada lhe traz um verdadeiro aprendizado: está fechado em si mesmo, em seu próprio vazio, perdendo-se em gás de boca e em gás hélio, não enxergando nada além de sua própria tez.
Move-se com o vento ou conforme  a vontade de outrem. Em si, é belo, mas passageiro.
Existe. 
Uma hora, estoura.
E some: aí, então, vê-se a possibilidade de relacionamento com pessoas que não se fazem de balões e nem fazem os outros de balões. Pessoas de verdade.

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