segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

"Sapo tenta comer insetos em smartphone"

Daqui.




Para ver como a tecnologia traz ilusões não só para os sapos, mas para os humanos que creem que muitos sapos são humanos - e ainda tentam beijá-los!

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Ritual de cativeiro


Essa época do ano... sempre com luzes, vermelho, verde, dourado, arrependimentos, promessas, inovações.
É algo que traz um conflito aqui: as obrigações de intersubjetividade que deveriam ocorrer durante o ano, agora, transvestem-se em rituais de ceia, troca de presentes, abraços e sorrisos.

Não sei, mas não consigo mais colocar um embrulho de presente nessa situação e enxergá-la desse modo tão pragmático para mim.

Para quem anseia por alteridade em cada ano do dia, buscando respeito e consideração para si e para os outros, é um certo fardo um socialismo desses - que, ao contrário, do que se promove, tornam os contrastes gritantes.




Também não me fantasio de ovelhinha branca perto da manjedoura, clamando por socorro ao ver os lobos que se encontram longes das luzes do presépio. Minha parcela de resposabilidade por tal percepção é grande, especialmente por ter a tendência de afastamento para a observação da convivência humana. Isso, sim, é um peso; mas também, por muitas vezes, é uma salvação - até de mim mesma.

Ora, mas claro, por conta disso e por tudo que enxergo (o mínimo do que quero) ao redor, crio em mim barreiras para não entrar na magia do natal do ano novo. Para começar, "magia do Natal" lembra coca-cola e aquele maldito jingle. Pampampam pampam pam. Vermelho, da cor do rótulo. Época triste capitalista. Mais triste ainda é a invasão desse tipo de coisa no sistema nervoso - sistema raivoso, nesses momentos.

O natal é aclamado desde setembro, outubro, no comércio. E, na roda dos engraçadinhos, desde fevereiro, esboçam o jargão "chega, natal". Presentes, promoções mil que enchem minha caixa de entrada, afirmando que aquela é a oportunidade da minha vida e que o preço tão baixo é justificado pela minha suposta necessidade de presentear todos os parentes, conhecidos e desconhecidos. Ora, o preço é justificado porque as lojas, empresas e tudo o mais precisam se livrar dos estoques do ano passado para a entrada dos produtos que vão ser objetos de lavagem cerebram no ano que vem.

Aliás, por falar em estoque, é a época do ano para revirar os estoques mentais e sentimentais, pedir perdão por tudo o que fez de mal, abraçar os magoados e os feridos, cantar músicas felizes e agradecer pelo ano que passou. É a fase, juntamente como ano novo, de jogar fora o antigo e se renovar com o novo. Mas isso depois do verão e do carnaval, onde são criadas mais toneladas de inutilidades e superfluosidades emocionais, dores de cabeças etílicas e, enfim, a consciência de que precisam pagar as dívidas que foram feitas nesta época de paz.

Época de paz? Vocês já viram o caos que estão as lojas? E as ruas, nos finais de semana? Isso sem falar na correria que é fazer a própria ceia de paz. Discutem com quem preparará tal comida - por ser um encargo ou por cada um se julgar melhor que o outro. Na entrega dos presentes, pode ter certeza, quase ninguém restará contente com o que ganhou. Mas não importa o presente? Lógico que não importa... então, para que dar? O que importa é a pessoa? Então, porque a birra quando essa mesma pessoa prefere estar em outro lugar?

Utilizando-me da linha de raciocício da Andréa Beheregaray, na Crônica Virtual "Amar É Flertar Com a Morte", o que criamos são fantasias para determinadas situações, e não a expectativa de estarmos entre pessoas queridas, independentemente da ocasião. Fantasias criadas, manejadas, articuladas, manipuladas para a segurança psicológica e para poder afirmar a outrem que "as festas foram maravilhosas, tal qual manda o figurino do papai noel". E quem ousar criticá-las ou extirpá-las será ferozmente acusado de falta de sentimento, de comoção, de coração.

Mais um tiquito sobre o natal, aqui.

sábado, 10 de dezembro de 2011


Eu sei que lá no fundo
Há tanta beleza no mundo
Eu só queria enxergar
As tardes de domingo
O dia me sorrindo
Eu só queria enxergar
Qualquer coisa pra domar
Peito em fogo
Algo pra justificar
Uma vida morna
Se o mundo acabar hoje eu estarei dançando
Se o mundo acabar hoje eu estarei dançando
Se o mundo acabar hoje eu estarei dançando
Com você
Não esqueço aquela esquina
A graça da menina
Eu só queria enxergar
Por isso eu me entrego
Ao imediatismo cego
Pronta pro mundo acabar
Você acredita no depois
Prefiro agora
Se no fim formos só nós dois
Que seja lá fora


É tanta opressão em teu ser que ele se abafa, que ele se transforma em automatismos de produção e necessidade de reconhecimento. Mas o sacrifício nunca será reconhecido na medida necessária para a satisfação-sensação de "missão cumprida". Sempre haverá sangue e cansaço demais, sono e risos de menos.
Perdeste-á de ti mesmo e, talvez, nunca mais te encontrarás. Buscar-te-ás nos fossos mais sórdidos, na valeta mais fedorenta, nos olhares e nos aplausos dos outros (quaisquer), nas assinaturas dos superiores. Procurarás teu nome e tua honra lá, mas não acharás. Pensarás que está no chão do corredor central, nas vozes ao telefone, na convenção de despedida, na revista de tendências (qual mídia não é tal?). Mas não: voltas pra casa refazendo o caminho feito 2907327 vezes e nada achas.
Não cuidarás mais de ti: teu corpo não te importa, tua aparência é cuidada meramente por conta da necessidade de reconhecimento e opressão de perfeição estética. Teu interior não importa, mesmo que esteja despedaçado e em fiapos, fedendo de tanta água parada e matéria orgânica em decomposição.
Não te lembras nem do que é básico: direção, pedais, valores, princípios. Por óbvio, tudo se vai com teu ser.
Andarás sem rumo até que passes por uma rua aparentemente conhecida, sem saída, e te vês lá, na guia, vendo o vento dobrar, ouvindo as folhas das árvores e sentindo o calor do sol naquele dia frio. Esperando algo num tempo que não passa. Expectativa atemporal de que tudo volte a ser como era há um segundo. Não, como era há dois meses, ou há dez anos. Não sabe direito o que quer, não sabe dizer o que fez para estar ali. Como num sonho, começou do meio e ficou ali, sem fim. Só tem uma pequena vontade: que todas as pressões que tu sentes passe para que possa, novamente e sem amarras ou obrigações, sorrir.


quinta-feira, 8 de dezembro de 2011



Outra definição [...] da mão anônima
que a escreveu num muro do bairro de San Telmo,
em Buenos Aires, neste tempo de crise atroz.
[...] não se refere ao terrorismo internacional,
mas aos meios massivos de comunicação:
“nos mijam e os jornais dizem: chove”.
Eduardo Galeano, in O teatro do bem e do mal



Quem eu penso que você é?
Provavelmente um limitado confesso, que prioriza quem você é em detrimento de quem você pode ser.

sábado, 26 de novembro de 2011


Minha infância não conheceu muito bem um computador, então posso afirmar que tenho um antes e um depois tecnológico-informacional.

Um antes restrito, regionalizado, bairrista e calmo. O depois acelerado, universalizado, plural, disperso. Em tais tempos, localizo algumas tendências comportamentais similares, dentre elas o interesse de muitos por uma satisfação passageira que os embriague contra o (pseudo)niilismo existencial e contra o trabalho de construção consciente de uma verdade compartilhada.

O abandono da responsabilidade de tal empreendimento implica a aceitação da montagem de uma verdade, também compartilhada, mas inconsciente: nossos contemporâneos preocupam-se com relatar o que está fazendo pela manhã ou no banheiro (em busca de atenção ou de ser o centro desta); em mostrar-se aos amigos (que não são tão amigos assim) e desconhecidos como uma pessoa com uma estrutura física perfeita, colocando em evidência partes do corpo que poderiam fazer com que alguém (qualquer alguém) se interesse por eles (muitas vezes sem saber (ou sabendo e querendo) que o único interesse a ser despertado é o sexual); em expor imagens próprias em lugares ou situações que, de acordo com os padrões convencionais, demonstrem que são bem sucedidos financeiramete, como se circunstâncias patrimoniais representasse o seu verdadeiro caráter; em discutir imagens de outras pessoas que, também realizando feitos insignificantes, tornam-se os ícones e, bem provavelmente, exemplo; em deliberar sobre alguma mazela num lugar longe deles e agradecer por não estarem vivendo em tal condição; em dialogar (para não dizer monologar) sobre notícias com o único objetivo de se mostrarem bem informados nessa imensidão de informações que não nos beneficia em nada.

Essa é a verdade que está construída sob seus pés, ao redor de seus olhos e ouvidos e que os aprisiona. É a perda de tempo de uma construção que não edifica (em) nada, somente deixa montada a ignorância e a futilidade.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Em vários momentos somos visitados pela dúvida sobre pertencimento: pertencer à guerra ou pertencer ao amor?

Quiçá ser livre para poder escolher por ambos.


Ou a nenhum.
Ou à conveniência.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

No ápice de 4 dias de estudo intensivo (cume dos meses anteriores de livros, artigos, relatórios, etc):
"Pessoas normais não se esforçam".










quarta-feira, 28 de setembro de 2011


Todos se mostram.
Despedem-se das roupas adquiridas para impressionar, da maquiagem e dos belos gestos educados e mostram suas feridas, traduzindo-as em imagens compreensivas de estados limítrofes.
Mais do que uma delimitação da condição normal de tratamento do outro, desfaz-se a aparência que construiu por tempos, mas que sabidamente era falsa ou irreal pelo mesmo tempo.
Quando a lucidez acompanha essa processo, enxerga-se nitidamente como são proferidos retratos terríveis e como o corpo sendo atingido por incessantes punhados de lodo. E, com consciência desse momento, entende-se que isso aconteceria, mais cedo ou mais tarde.
É o seu limite do elegantismo social que se esvai e atinge-se o seu limite individual: até onde você é capaz de ir quando se sente ofendido?

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Check


São tantos os acontecimentos que permeiam e adentram a minha vida que, por muitas vezes, comento que "sinto-me firme a uma rocha enquanto todo o resto dança a espiral de um furacão". E a dança é frenética: ora eu fico tonta; e mas a dança também é calma: ora eu me concentro para perder nenhum insight.

Ao mesmo tempo em que não sei como já cheguei em setembro (eu ainda estaria em junho, julho), eu tenho a certeza de que não sou a mesma do mês de agosto. Se sou melhor ou pior, somente as pessoas que estão ao meu redor podem me dizer - além de mim, que recolherei em breve os frutos dessa colheita envolta por ritmo, tempo, névoa e paz.

Sinto que uma das poucas conclusões que posso tecer, e aqui deixo como registro íntimo, é a de que sou responsável pelo juízo de todas as circunstâncias. Se admito a sua positividade e o aprendizado fértil, indico que tal fase é pró, enquanto sua resignação como contra será se dela não extrair um mínimo "não repita mais isso".

Diante desse niilismo de valores, lanço mão de princípios que me auxiliem nessa escolha. E, como uma medida de antiflagelo, escolho, como base, o princípio da sobrevivência. Para tanto, nada que me deflagre sofrimento (eis que esse sentimento tem um viés destrutivo se mal "manejado") pode subsistir. Das ganas mais sórdidas de qualquer treva, há de existir uma luz. Se não existir, fabricamo-la (ênclise xD) - afinal, criamos tanta ciência e tecnologia, por que não criar uma simples lâmpada acesa no final do túnel?

Assim, portanto, essa fase é pró, como qualquer outra - imputação que é corroborada com as sincronicidades (e, especialmente, entre duas almas :D) e a complexidade da vida.

O caráter complexo da vida é inegável, já que nosso processo cognitivo é pautado por polos, por extremos. Ligamos o separados e separamos os ligados, como afirma Morin. Conhecemos o frio porque temos ciência do quanto, assim conforme ocorre com relação ao branco e ao preto.

Por isso, inexorável a presença de lamúrias, de choros, de angústias, no mesmo compasso de alegrias, gozos, felicidades, conquistas.

O que fará a diferença para mim é a escolha entre viver de angústia em lamúria, atravessando an passant por alegrias, e viver de felicidade em conquista, sobrevivendo às intempéries do tempo - o qual, por sua vez, é criado por nós mesmos.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Almost




Para aliviar nossa dor, entorpecemo-nos. Engolimos goela abaixo qualquer coisa que nos prometa que aquele sofrimento vai passar. É algo bom, é algo que encobre nossa vergonha, que cicatriza nossos defeitos ou que, simplesmente, faz-nos esquecer de quem somos.

Somos aqueles que rimos, mas nem nós mesmos nos aceitamos quando não podemos lançar um sorriso. Não é o outro que pede a nossa perfeição: somos nós mesmos. E, por isso, imploramos por paliativos que nos endireitem e que nos prometam o paraíso.

Revenciamos as migalhas do que não podemos ser em um dado instante e lamentamos as consequências de nossas inconsequências. Diante da lamúria, queremos ser o que sempre somos: aquilo que achamos que somos.

Cremos que somos sempre luz, uma atmosfera leve e brisa de flores e firmeza. Qualquer coisa que, possivelmente, mude esse panorama, negamos que seja nosso. Imputamos ao outro. Imputamo-nos uns aos outros.

Mas, se nos reconhecemos no lamento, queremos um remédio fácil, uma droga que nos faça esquecer essa falha, esse defeito, essa via torta de nossas vidas. Não queremos suportar o regresso, olhar para trás e resignarmo-nos que nossos próprios atos causaram nossa tragédia. Ansiamos substâncias externas que nos tragam o alívio e que dizem "comigo, você será melhor".

Não. Não seremos melhores. Seremos outros que não nós mesmos. Seremos outros que não humanos.
Na ilusão salvadora, jogamo-nos um fosso de lama, vazio de vida, oco de sentimento. Perdemos nossa humanidade, nossa sensibilidade, abandonamos nossa essência.

Esquecendo a dor que arde em nós, esquecemo-nos de nós mesmos, pois somos sofrimento também - não um duradouro, mas um que constitui uma fase necessária para avançar à descoberta de nossa vida.

Eu quis não sentir dor e não senti minha vida. Perdi meus sentidos - todos os doze - por alguns dias, o que foi suficiente para eu ser grata por quem sou, pois já não conhecia mais minha definição.

Perdi dores, limites, sentimentos, e eu mesma. Tudo o que dizem que impede uma pessoa de ser livre, na verdade, entendo como sendo o que a define como ser humano. Os limites, nossos verdadeiros limites, não nos prendem: libertam-nos.

Mas eu não tinha mais nada disso naqueles dias vividos em uma esfera inferior. Eu via algumas pessoas passarem; eu, indiferente, deixava-as ficar ou ir. Não me importava; nada me importava. Perdendo minha sensibilidade à dor, tormei-me o próprio sofrimento. Uma agonia humana de nem poder dar à própria existência um sentido. Um niilismo de tudo.

Ouvia vozes e isso nada significava. Meu paladar era depressivo. Minha intuição, tinha abandonado. O mesmo dia, as mesmas 75 horas diárias, o mesmo aconchego frio e vazio, a mesma rotina, a paralisia dos movimentos, a estática do viver.

Até que algo maior, pontual aqui dentro, foi se inspirando com o fôlego de uma voz lonquíqua que teimava em dizer: volta! A teimosia me irritava. Eu a queria longe e, esse algo aqui, queria-a perto. Um paradoxo formou-se, então, e inclinou-me à luta: encaro a minha dor na sua exata medida e abandono os utensílios de engodo.

A teimosia, assim, transformou-se em persistência.
Alguém não havia desistido de mim no momento em que eu mesma me largava à própria sorte e permitia o afloramento de um estado egóitico e (auto)destrutivo.
Alguém acreditava em mim, apesar das mentiras que eu me lançava.

Minha essência era vista e requisitada.
Só assim ela pode acreditar, novamente, em si mesma.

Só dessa forma vi, vimos, que o real sofrimento é não pertencer a si mesmo, é perder-se, é, aqui, não existir.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Sou eu - é você


Oi... faz tempo, né?

Bom, só queria te dizer que, no meio desse turbilhão todo de poeira e angústia, dessa massa de pressão e intromissão, no meio dessa falta de ar, eu respiro lá na frente.
Aqui, o ar está tão rarefeito, tão escasso, tão doentio, que eu olho para o lado e só vejo compulsões e obsessões de medo e segurança... não tem como eu me prender ao aqui ou como eu ignorá-lo. Busco prender a respiração para não me contaminar, produzo um etéreo de esperança e insiro-me nele. Com isso, consigo me projetar a um lugar que não há certezas, só esperanças.



Não consigo ficar omissa à revolta presente e me sufoco com omissões alheias, mas respeito. Por isso, afasto-me ampliando minha zona de conforto, que passa a ser por onde eu andar com esse ambiente etéreo pseudonatural.
Lanço-me longe porque me sinto despedaçar pela volta de imposições contra as quais lutei... e venci (na verdade, é uma luta diária, porém poucos enxergam sua batalha). Não sinto uma corda no pescoço, mas um abraço demasiado forte que me impede de respirar. Eles dizem que o abraço é carinho, mas, nessa medida, é maléfico. Eles abraçam e não caminham. Abraçam e domam... abraçam e paralisam. Muito mal sob o rótulo de bem.
"Eu faço isso porque te amo" - isso é desculpa para uma agressão, uma omissão, uma vigilância, uma impertinência celular? O mal não deve ser tratado como mal, mas há bem que não deve ser tratado como bem. É o relativo permeando nossa vida.
Há, então, um consenso a ser lançado, pontos de vistas a serem observados, braços a serem dobrados e abraços a serem desfeitos...
Liberdades a construir e limites a serem impostos - cada um conforme suas escolhas.

...
Para variar, divaguei deveras.
Eu só queria dizer que estava vendo o enxoval e ouvi uma música que me lembrou você (não há outro, ok?). Parecia que era você cantando ali para mim.
Logo em seguida, Firework me fez dançar nos corredores de um supermercado de big movimento. Não me contive. Era você ali comigo.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Olhei para dentro de uma loja de relance e imaginei ter visto meu pai, mas era um outro senhor.
Se fosse, teria parado o carro no trânsito das 18h, ligado o pisca-alerta, descido do carro e entrado naquela loja.
Chamar-lo-ia pelo nome e o abraçaria: "pai, eu te amo. Obrigada".
E iria embora.






segunda-feira, 20 de junho de 2011


Certa vez, existiu uma alma que sabia que era luz. Sendo uma alma nova, ansiava por experiência. "Eu sou a luz", dizia repetidamente. Mas todo o seu conhecimento e todas a suas palavras não podiam substituir a experiência de ser a luz. E na esfera onde essa alma surgiu, só havia luz. Todas as almas eram sublimes e magnificentes, e irradiavam o brilho da Minha grande luz. E por isso a pequena alma em questão era como uma vela sob o Sol. No meio da luz maior - da qual era parte - não podia ver a si mesma, experimentar-se como Quem Realmente Era.

Acontece que aquela alma desejava muito conhecer a si mesma. Tão profundo era esse seu desejo que um dia Eu lhe disse:
- Você sabe, Pequena Alma, o que deve fazer para satisfazer o seu desejo?
- Ah, o que, Deus? O quê? Eu farei qualquer coisa! - disse ela.
- Deve separar-se do restante de nós - disse Eu - e então evocar a escuridão.
- O que é a escuridão, ó Santíssimo? - perguntou a pequena alma.
- O que você não é.

E a alma compreendeu. Afastou-se do todo, chegando a ir até outra esfera. Nela, teve o poder de experimentar todos os tipos de escuridão. E o fez.

Contudo, no meio daquelas trevas, gritou:
- Pai, Pai, por que me abandonastes?

Vocês têm feito isso em seus momentos mais difíceis. Entretanto, eu nunca os abandonei. Estou sempre ao seu lado, pronto para lembrar-lhes Quem Realmente São; para chamá-los de volta ao lar.
Por isso, sejam uma luz na escuridão, e não a amaldiçoem.

E não se esqueçam de Quem São no momento em que forem rodeados pelo que não são. Mas louvem a criação, mesmo quando tentarem mudá-la.

E saibam que aquilo que fizerem no seu momento de maior sofrimento poderá ser a sua maior vitória. Porque a experiência que criam é uma afirmação de Quem São - e de Quem Desejam Ser.

(Walsch, N. D., in Conversando com Deus)

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Determinados atos e palavras, realmente, são inexplicáveis.
Algumas vezes, deixei meus óculos ou as chaves do carro em alguma dimensão paralela e me perguntei:
"por que raios eu faço isso comigo?"
Como é que eu vou querer que os outros me expliquem determinados atos?





Mas eu sempre acho meu óculos ou as chaves.
E aprendi a prestar atenção no que faço.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Só o nós



Se eu não tiver os olhos abertos e um coração atento,
de nada adiantará que a mais linda e incrível beleza esteja na minha frente.
Aprendo constantemente que vida é feita de dois polos:
o meu e o outro.

Nessa intersubjetividade, residem os sentidos.
Para essa intersubjetividade, preciso sair de dentro de mim. Só assim te alcanço.
Para essa intersubjetividade, precisas sair de ti. Só assim me alcanças.
Aos nossos sentidos, então, nada mais é necessário.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Bom dia, dias!

Pessoas discutindo causa menos embaraço do que pessoas se beijando.
Insistem mais nos debates do que nos consensos.
A proteção do nosso ego é mais forte do que a proteção da nossa espécie.
Há tanta força na manutenção de preconceitos e na separação do "eu" e do "outro", apesar de o "outro" não ser um "não-eu", mas sim um "eu diferente".
Manter rigorismos tradicionais é mais fácil do que pensar e enxergar de uma forma diferente.

Preguiça ou medo?




um homem, quando está em paz, não quer guerra com ninguém...
para quem tem o pensamento forte, o impossível é só questão de opinião.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Merece Post III - E aí?!


Recebi, hoje, o seguinte comentário no post Caos masculino I*: bonzinho x malvadinha:

"Anônimo disse...
Eu na verdade fiquei um pouco revoltado sim... Acho estranho o fato do cara poder chegar e toda mulher pensar que ele quer sair pra fazer sexo... Acho até errado pensar que a pessoa dispensa o cara por se achar a ultima coca do deserto, e pensar que pode conseguir coisa melhor... Não sabe se o cara pode te fazer a pessoa mais feliz do mundo por uma noite ou pelo resto da vida... ok então...
Façamos uma experiencia, então. Proxima vez que sair com sua amiga, leve um papelzinho dizendo, FAVOR NÃO INCOMODAR".


Como é um comentário de um anônimo, não se pode falar em exposição ou agressão à imagem de qualquer pessoa. Assim, teço algumas ponderações, com muito prazer, dentro do corpo do que escreveram. Vejamos:

Eu na verdade fiquei um pouco revoltado sim...
Bem-vindo! Este é um lugar propício para os revoltados.
No caso em específico, no entanto, sua revolta frente a esse post pode indicar que algo parecido já aconteceu com você.
Ou interpretou equivocadamente o que escrevi.
Ou interpretou na linha do que aconteceu e só pensa diferente.
Ok :)

Acho estranho o fato do cara poder chegar e toda mulher pensar que ele quer sair pra fazer sexo...
Sexo!? Quem falou em sexo?!
Bom, eu não sei, pois em momento algum falei que qualquer um desses caras queria "sair pra fazer sexo".
E dificilmente eu tenha pensado isso no momento.

Acho até errado pensar que a pessoa dispensa o cara por se achar a ultima coca do deserto,
Também não gosto de prepotência, mas cada um que sabe escolher com quem vai se relacionar, ainda mais quando a outra pessoa é prepotente.

e pensar que pode conseguir coisa melhor...
Também considero equivocado o pensamento de "há pessoa melhor para mim". Não há absoluto nisso. Mas, como disse anteriormente, cada qual sabe de si e cada um sabe o que é melhor para si.

Não sabe se o cara pode te fazer a pessoa mais feliz do mundo por uma noite ou pelo resto da vida...
Não posso dizer por mais ninguém, só por mim: não deposito o "me fazer feliz" em ninguém além de mim. Esperar que alguém me faça a pessoa mais feliz do mundo é adiar a minha felicidade (eu teria sido infeliz até hoje esperando o Artur me fazer a pessoa mais feliz do mundo!).

ok então...
ok então...

Façamos uma experiencia, então. Proxima vez que sair com sua amiga, leve um papelzinho dizendo, FAVOR NÃO INCOMODAR.
Qualquer pessoa, ao se aproximar da outra, há de ter o mínimo de sensibilidade para saber se tem ou não abertura para manter uma conversa.
Nessa ocasião, fomos bem-educadas com as pessoas que nos interpelaram. Contudo, não entenderam, desde o início, que não estávamos procurando ninguém para "nos fazer as pessoas mais felizes do mundo", por uma noite ou pelo resto da vida - apesar de termos deixado isso bem claro.
Sabemos muito bem que a maioria dos debates desse tipo iniciam-se com uma má comunicação. E nós nos comunicamos claramente de forma verbal e não verbal (além de falar claramente o que queríamos e o que não queríamos, não estávamos vestidas nem nos portando de modo a atrair atenção).
Talvez o problema tenha sido, usando uma expressão sua, que alguns caras se achem "a última coca do deserto", pois devem acreditar que, na insistência, poderiam fazer com que mudássemos de ideia ou que desmascarássemos a suposta e malfadada "sedução" de dizer "não" no lugar de "sim" (atitude que acho o absurdo, como já escrevi em post anterior).

E, por fim, a ausência de qualquer papelzinho ou plaquinha, por acaso, indica INCOMODE-ME?

domingo, 5 de junho de 2011

Passado enraizado


Parei, não sei quando, e senti: o que existe, de fato, é só o agora.
É sério.
Ok, isso tem uma conotação filosófica, mas, nem por isso, menos real.
O real é agora.
Ok, muitos falam isso, mas quantos o sentem de fato?

Sentir o presente é deixar de trazer todas as lembranças passadas como se elas ocorressem agora - não, não ocorrem. Vivemos em incessante processo de (re)(des)construção e estamos permanentemente em mudança, escolhendo sempre qual caminho seguiremos.

Agarrar-se em um acontecimento bom para manter um estado estático do ser é iludir-se.

Insistir, por exemplo, em um relacionamento em ruínas, que não possui nenhuma probabilidade de recuperação, só porque, um dia, o outro se encaixou em seu padrão de identificação, é manter-se em uma prisão relacional que impede qualquer forma de emancipação, por mais que todos insistam que a relação já está fadada ao fracasso.

Se o outro não foi visto com a devida liberdade de existência, se seus defeitos foram ignorados para que ele pudesse se enquadrar no estereótipo desejado, foi impedida a observância de suas mutações vitais. Assim, foi ignorado o conhecimento de quem ele é de verdade. Como insistir, portanto, em um relacionamento cujas pessoas negam em conhecer (relativamente) umas as outras (bá, isso volta ao conhecimento de si mesmo - assunto para outr momento). Não se engana somente o outro; engana-se a si mesmo.

Manter-se em um lugar que, outrora, trouxe diversos benefícios, mas que, agora, não há mais nada a oferecer é obstar que outros lugares possam lhe dar mais, é evitar o crescimento em outra localidade.

É importante, sim, lembrar de acontecimentos bons, mas não como uma pedra de salvação, mas para firmar valores humanos que merecem ser reiterados. Se o relacionamento não tem chance de trazer mais felicidade ou se o local não possui mais atrativos, por que não mudar?

E as mágoas, os dissensos, os conflitos passados? Passaram.
A partir disso, muitos extraem experiências, dentre elas "não posso confiar em tal pessoa", "não tenho condições de tentar isso", "não posso confiar em mim mesmo", "o certo é agir de tal modo".
Mas a "tal pessoa" pode tornar-se confiável, pode-se lutar pelas condições, pode-se conhecer mais a si mesmo e, assim, ser mais seguro de si, o certo pode-se tornar errado, preconceituoso, maléfico à sociedade.
Um processo, feito pelo presente.
Tudo muda... e manter uma situação desagradável passada no presente é engolir cotidinamente a amargura.
Semrpe há uma outra maneira de se encarar a vida. Sempre.

O passado deixa raízes que nos sustentam, sim.
Raízes emocionais, culturais, protegidas.
Algumas delas, fixam-nos numa zona confortável onde conhecemos tudo, todos os passos, todos os tempos, todos os cantos, todos os sons e sabores. Zona de segurança, mesmo que inexistente na realidade, mas viva por ilusão em nossa mente.
Dissociamo-nos, assim, do que é vivo. Tornamo-nos autômatos manipulados por dores e amores que em nós apodreceram e apodrecem diariamente em nosso oco, porque assim queremos.
Essa raízes impedem a mobilidade vital. Já estão mortas, mas insistimos em lhes destinar seiva para suportar a sua realidade de ilusão.

A vida, contudo, só recebe inovação se, em nosso consciente, deixarmos morrer tais raízes.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Falsos aplausos



Todos queremos aplausos.
As batidas das mãos inflam o que chamamos de ego e nos elevam às alturas, às nuvens, à sensação de sonho realizado.
Recebemos aplausos porque quem os faz concorda conosco. Eles e nós temos algo de comum, compartilhamos preferências que devem ser exaltadas, principalmente para o fortalecimento daquilo que eles acreditam.
Mas não somos iguais.
Em algum momento, pensaremos diferente, agiremos de uma forma despadronizada e defenderemos posições não-usuais.
E as pessoas se assustam com o diferente. De início, elas acham o diferente errado, mas se saírem um pouco de sua superficialidade, verão que o que está mesmo errado é o medo de mudar, que resta impregnado em seus corações. Infelizmente, contudo, não são capazes e/ou fortes o suficiente para enxergar em si o equívoco e continuam apontando o erro no outro.
Assim, não aceitam que os outros mudem - pois precisam de mais e mais pessoas que pensem consigo para o fortalecimento do que são. Enquanto os outros afirmam, tácita ou expressamente, que estão certos, não há necessidade de mudar nada.
Afinal de contas, pensam, como a maioria vai estar errada?



São nesses momentos em que nós, que somos capazes de pensar diferente, não ouvimos mais os aplausos.
No início, é assustador. O silêncio é tamanho que ouvimos o caminhar nas lágrimas por nossa face e os gemidos que se tornam ecos infindáveis ao nosso redor. Estamos sozinhos.
A diferença real é que, no nosso palco, nas nossas escolhas, não vamos ficar tentando agradar a plateia para receber novamente os aplausos.
Não.
Aceitamos o silêncio.
Um pouco depois, a única coisa que conseguimos ouvir são nossos próprios passos, seguindo o caminho que nosso coração nos apontou ali atrás... nosso verdadeiro coração, o espiritual, e não o egótico.
Ainda no silêncio, ouvimos outras batidas: os corações dos que estão do nosso lado, dos que firmam, dos que também estão em silêncio porque se assustaram com o abandonar dos outros.
Sorrimos: estamos e não estamos sozinhos. Somos nossa melhor companhia e nossa melhor solidão.
Enxergamos, então, que não precisamos de aplausos.
Não queremos a fantasia dos gritos da multidão que só aceita aquilo que ela impõe como certo.
Não queremos nos iludir com os apoios falsos, cujos personagens são fictícios e só estão do nosso lado enquanto nos voltarmos às suas vontades egoísticas.
Não.
Queremos vida, e vida em abundância.
Queremos humanidade no lugar de confrontos; cooperação no lugar de competição; amor no lugar de cifras.
Queremos a afirmação do que realmente somos no lugar de aplausos.




segunda-feira, 30 de maio de 2011

Corremos, tomamos novos rumos, subimos, descemos, tropeçamos, caímos, levantamos, sacudimo-nos. Berramos, choramos, brigamos, sorrimos, abraçamos, dormimos juntos.
E sempre voltamos ao mesmo lugar: nós mesmos.

domingo, 29 de maio de 2011

O café tá pronto, amor!



Hoje meu café da manhã foi para ti.
E eu poderia arrolar (bem linguagem jurídica ¬¬º) muitos motivos para tanto, mas vou me ater a apenas um.

Enquanto eu passava o café e sentia o vapor úmido e o aroma em meu rosto, eu pensei em algo maior do que estar com alguém que você gosta ou ama - porque, muitas vezes, estamos com uma pessoa pelos favores que ela nos concede ou pelos interesses que compartilhamos. E isso é normal, não é ruim, é corriqueiro, é do ser humano mesmo.

E exatamente neste ponto em que me atenho: na normalidade, no padrão, no comum. Ou melhor, atenho-me ao seu inverso: no incomum, na excepcionalidade, raridade.

Há muitas pessoas ao meu redor que são próximas, pelos motivos exemplificados acima. Mas é raro, é lindo, é uma honra ter uma pessoa perto de mim que não compartilha comigo SÓ interesses e favores. É um presente divino ter uma pessoa aqui do meu lado cuja proximidade se dá pela minha vontade de tê-la por perto, e não apenas por "coincidências".

E a minha vontade de tê-lo por perto, muito perto, surge com o seu caráter.
É difícil encontrar pessoas com caráter, sabemos.
Mais difícil ainda é encontrar alguém com caráter e com atitude - isso pode ser redundante (porque a atitude demonstra o caráter), mas não vou mudar xD~

Por meio das "verdades" necessárias que tu tens que dizer, tu encontras um meio em que possas te expressar. E te expressas com fome de vida e com luz. E é essa luz que me chama a querer estar do teu lado. É essa luz abrangente do teu ser que me diz que não "vale uma pena", vale uma vida, uma nova visão, vale se colocar no teu lugar e esperar o que for.

Atitude.
Sem dúvida, poucos têm.
Poucos me mostram o que tu tens.

E, repito: não estou falando de química, de similaridades corriqueiras, de gostos em comum (morango com chocolate, nhmmmm :~). Inicio falando de sintonia, que me abre para enxergar a tua verdade.

E é uma verdade que pode ser indiferente a mim. É uma verdade para ti, que te faz ser o que é - e o que estás te tornando.

Sempre estamos nos tornando algo. Sempre. Não nascemos prontos, nem morreremos feitos.
Por isso, temos aqui somente um caminho.
E com a tua atitude, além de conseguir ver o teu caráter, eu consigo ver o teu caminho. Um caminho que favorece o aprendizado, que permite o movimento vital, que agrega mais e mais dimensões existenciais.

E pode ser por isto que eu te quero por perto. Em ti, consigo ver mais uma dimensão da minha própria vida, que desenha um caminho de dinamismo de vida e que me dá a honra de ter do meu lado alguém que reconhece seus erros e que toma isso como experiência de vida, aproveitando para crescer e tornar cada vez mais sólido (num processo infindável) o seu caráter. E essa é a minha vontade: ter alguém como você do meu lado.



E aqui eu posso ser bem conveniente (HeHeHe). Tua vida me serve de exemplo; tua vida me impulsiona a seguir o meu caminho; teu caráter mostra ao meu o quanto vale tudo ser quem se é. A dimensão que trazes para mim, então, confirma a minha vida. E, com isso, eu sinto que cresço.

Esse crescimento, importante citar, não é como em outras vezes ou como comumente acontece, em que eu aprendo a fazer o certo com base no que os outros fazem de errado. Não. Esse crescimento que tu me propicias é fundamentado nas tuas atitudes, que demonstram o que é certo ser feito.

Obrigada, Artur.


sábado, 28 de maio de 2011

...



Decidimos nosso caminho com base em nossas conveniências.
E essa decisão, feita cotidianamente, representa, de um lado, a aceitação de determinadas circunstâncias e implica, por outro, a negação de outras. É preciso coragem para enxergar essa inexorabilidade. É preciso fé em si mesmo para que sua escolha se mantenha, apesar de todo o reverso que o estado das coisas pode dar. Se isso acontecer e, no entanto, reconhecermos que tomamos o caminho errado, é preciso caráter para a reconstrução de um novo caminho.


Muitas pessoas se iludem e mentalizam que podem permanecer na dúvida, que não precisam e não vão tomar um rumo. Muitas pessoas se enganam com a mentira de que aceitar ou negar algo não representa, concomitante e respectivamente, aceitar ou negar outra coisa. Confundem-se. E no centro das convulsões iradas, não sabem o que aconteceu. Procuram inutilmente diversas justificativas para explicar tal "complexidade" - a base polar desse mundo é um dos fundamentos para o início de seu entendimento. E, nessa busca enlouquecida por alguma resposta lógica, muitos de nós não veem que permanecer na dúvida já é um escolha; que a aceitação de alguma coisa diretamente contraposta a outra significa a negação clara desta.

As conveniências, então, se perdem; os interesses são questionados. Debatemo-nos com as contradições daqui de dentro.



Mas, reconhecer a nossa contradição como parte de nossa existência é um primeiro passo para um caminho mais acertado, pois ignorar a realidade é um suicídio lento: impede que estado das coisas seja percebido com o discernimento necessário para que se possa realizar uma mudança ou um desenvolvimento.

O caminho mais acertado é o que a realidade descortina-se em nossa frente sem fantasias ou ilusões. Diante disso, enxergamo-nos nus. Não para um momento de vida, como para o banho ou para o amor. Enxergamo-nos nus em vergonha, despidos de nossas máscaras e falcatruas.

Nus, podemos saber que, em muitos momentos, perdemo-nos de nós mesmos e daqueles quem amamos. Que fomos ou somos contra eles, fomos ou somos contra nós mesmos. Agimos como se não nos importássemos com nossa imagem (perante nós e aqueles de estima), com nosso caráter e, em último degrau, nem com a nossa vida. Percebemos que brincamos conosco e com os outros, não de uma forma divertida, mas de um forma desonrosa.

Nus, tomamos conhecimento de tudo isso.

E, diante do reconhecimento dessa nudez, o que faremos?








Tomaremos um banho purificador e faremos amor ou
 procuraremos outra fantasia para encobrir nossa suposta vergonha
(considerando que vergonha é o próprio ato de esconder quem somos)?

quarta-feira, 25 de maio de 2011

wouf


Eu me vi questionando a adolescência, o comportamento adulto, indignada pelas injustiças proferidas por pessoas que não tem mais nada a fazer da vida que falar dos outros.
Deparei-me com uma revolta voltada contra atitudes irracionais de pessoas que não sabem o que é o verdadeiro amor (luv iz my religion, babz, liek as my Jizas ;D), que não tem paz em casa e nem conforto em si mesmas.



Observei-me olhando para os gestos daqueles que só torcem pela desgraça dos outros e pela desunião; atenta para os apontamentos daqueles que adoram proliferar mentiras sobre os outros, mas que não são capazes de falar suas próprias verdades (de fato, nem as conhece!).

Vi-me dando a atenção a tudo isso e fiquei triste comigo mesma!

Enquanto meus olhos se voltavam para esses seres e seus comportamentos, eu me afastava daueles que estavam e sempre estão torcendo pelo amor, lutando pela união, torcendo para que a verdadeira fé se espalhe pelo mundo (ou, ao menos, na família).

Não posso dizer que sinto muito por ter feito isso, pois foi bom olhar pela o (i)mundo ue se crê imaculado e ver que tudo continua na mesma: em cada setor da realidade, há um reinadinho. Neste reinadinho, há um reizinho e/ou uma rainhazinha que determinam as regras que devem ser seguidas. quem não seguir, será ueimado na fogueira, apontado como pecador, blasfemado como um demônio, gargalhado como um perdedor, ironizado como um desajustado. Esses estereótipos criados pela realezinha contaminam, então, todos aueles que são preguiçosos demais para pensar sobre tais normas (sempre é mais fácil outro dizer qual é o caminho - se algo der errado, a culpa é do outro, e não sua) ou medrosos demais para se inflarem contra elas (se equivocadas).

Em todos os grupos sociais existe isso. Algumass pessoas não sabem viver sem hierarquia e sem alguém que os mande; assim como há as pessoas que não sabem vivem sem comandar os outros, o que profundamente revela uma insegurança enorme e um medo de se perder o que tem. E o que se tem? Controle e manipulação dos outros. Impõem medo no lugar de respeito. Determinam regras no lugar de consensos. Ameaçam sanções no lugar de depositar confiança.

Enfim, não digo que sinto muito porue vi que o mundo ainda continua o mesmo.
Se eu senti muito é por não ter ouvido mais atentamente às pessoas que estavam junto a mim, mesmo que silenciosas, mas com a presença de luz necessária para contrapor toda essa sombra das realezas fúteis.

Ai, ai, o que posso dizer, então?
Nada mais certo do que ditado que ressoa na minha mente: enquanto os cães ladram, a caravana passa.
A caravana passa, estuda, trabalha, ganha títulos.
A caravana passa, treina, luta, ganha graduações.
A caravana passa, dança, ensaia, vence obstáculos.
A caravana passa, vive, ama, experiencia, conhece-se mais a ponto de reconhecer em si o outro, desenvolvendo melhor a sua humanidade.
A caravana passa, ora, crê, vê a luz.


Enquanto isso, os cães continuam cães: latindo.
E só.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Se até agora falaram sem um motivo real...

... quem sabe com um motivo bem fundamentado se calem *-*

Tudo é Relativo

Tudo é relativo: tudo depende do que você acredita.

Programa bem didático da UNIVESP que explica o pragmatismo.


"Não dá para separar a função do que é melhor para nós do que é verdade para nó, a não ser que se choque com outra função vital para nós".

domingo, 22 de maio de 2011

No War, Yes Dance!


Bom dia, Pai! Bom dia, mundo!
Olá, caos! Oi, harmonia sincrônica!

Hoje eu acendi mais um feixe de luz: levantei antes das 7h, alimentei meu corpo e meu espírito, revi meus erros (com direito à errata) e, se pudesse, dar-me-ia um tapinha nas costas pelos acertos.

Nada efetivamente mudou de teor.
O caos continua caótico, o mundo continua meio sombrio por causa dos fantasmas humanos e um tanto quanto ensanguentado pelas carnificinas físicas e psicológicas que fazemos.
Continuamos não desistindo, mas também muitos não insistem.
Permanecemos preconceituosos, feios à nossa própria reflexão, salvos apenas pela imagem que podemos comprar com as marcas ou formatar com programas de pc. 
Ainda estabelecemos certos e errados, pecadores e santos, e sujamos aquele que é limpo.

Mas algo melhorou.
Os medos passaram a ser vencíveis, já que frutos de nós mesmos.
Há mais poder de realização.
Há mais sede e água da vida.
Há luta, mas há mais golpes aprendidos e esquivas mais aprimoradas.
Há justificativas esfarrapadas, mas também há pedido de desculpas por elas e outro pedido de "deixa eu fazer de novo, mas, desta vez, melhor".

Sinto que eu deveria parar um pouco para ser grata por essa melhoria, o que faço bravando O.M.G.! ou não a deixando para viver depois. Mas só consigo é viver naquele momento, pois tudo é tão espetacular que eu me afobo para isso.  E vivo. E ando excepcionalmente um tanto quanto desconcentrada por estar assim.

Mas nos momentos em que é necessário concentração, um universo se cria ao meu redor e nada mais interessa, nem carros, nem pessoas, nem outras luzes que não seja aquele que está sendo vivida ou compartilhada naquele momento. Concentração de intensidade e de presente: presente que se ganha e presente de agora. Concentração como forma de agradecer pelo presente e sua intensidade, e sua magia, e sua parceria. Concentração para não perder um minuto que seja de tudo isso.

O único comportamento que consigo ter, então, é agir em agradecimento. É tratar a parceria da forma mais delicada e forte o possível, do mesmo modo com que eu a sinto. É um ciclo, sim, que pode se esvanecer em qualquer um dos seus elementos - mas, em mim, só tende a aumentar.

Só não posso me dispersar e me perder dessa melhoria, pois, como falei, ao redor ainda remanescem as mesmas complicações de outrora. Mas o que me impulsiona a não recear movimento alheio algum é que, mesmo com toda escuridão ao redor, criamos luzes, mesmo com todos iguais ao redor, somos únicos, mesmo com todo ódio e separação ao redor, unimo-nos e dançamos do jeito que só nós sabemos fazer.










Uuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuhhhhhhhhhhhhhhhhhhh...
xD~

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Rap Genuíno: Projota e Rashid

Caos beat

É o beat in repeat de sexta.
Porque a semana foi intensa: forte, triste, pesada, surpreendente, decepcionante, feliz.


Tá repetindo aqui pra dar força e ajudar na persistência...

Vento



O vento me traz de volta, sempre...
porque essa brisa suave que me refresca e me enebria com sonhos bons nascem no teu peito.


quarta-feira, 18 de maio de 2011

Assim Seja



Quando te ligo, você me desliga do mundo
Expressa tudo que vivo
[...]
Os verdadeiros ‘tão por inteiro, sempre tiveram critério
Necessidade de ser sincero,
Eu espero no mesmo rumo e mais sério, inserindo simplicidade
Sempre assumo e assimilo sua verdade

A música me transportou
Levando o amor por onde eu vou
Que assim seja (que assim seja)
Que assim seja e só que seja melhor
A música me tornou
Homem de valor
Paz interior
Que assim seja (que assim seja)
Que assim seja e só que seja melhor
[...]

Vou seguir com cuidado
Não quero ser questionado
Sei que o valor da minha vida tem o suor do meu trabalho

Eu sei que a luta é que vale, o que tem
Tudo vai tudo vem, que assim seja, amém!

Só sei que vou deixar tudo no seu lugar
E se um dia for mudar, que mude para melhor
Só quero um bem maior, não pior que tá
Era de encontrar pra melhorar
Se estou de mal a pior, seja na mesa do bar
Em qualquer lugar, sempre quero estar
Com quem vai me tirar da pior

Só vou te procurar
Se quiser voltar pra gente voar e desfrutar o que não vimos a sós [sempre]
Mas se eu não te achar vou continuar desejar que você possa achar
Enquanto eu caminhar só
No destino vou vagar até gente se encontrar
Até cupido inicial, que sabermos de cor
Grande amor... grande amor.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Ditado impopular


Não sei em que pé está.
Piso em ovos.
Ando com o freio de mão puxado.
O freio de mão puxado estragou o freio e desenfreou-se um questionamento alheio "o que eu fiz por mim?".
Os ovos se quebram, não piso mais tão suave. Piso com a certeza de que o que tem que ser quebrado, será.
O pé em que está é o que eu escolho estar, é o que você escolhe estar. Mas se você se mobiliza e duvida, eu escolho sem você mesmo.

Larguei a barra da saia.
Chutei o balde.
Mas não perdi o juízo:  foi largando a barra da saia que eu costurei a minha calça e o meu corset. No chute, o balde foi destruído e o que ele escondia veio à tona: a verdade.

Bater de frente.
Jogar aberto, colocando as cartas na mesa.
Encarar tudo e mostrar as cartas do jogo e conferir que só tem a ganhar - não para os outros, mas para si.

Se não for assim, os ovos continuarão incomodando, o freio continuará puxado, o pé será uma dúvida eterna, a saia será uma prisão, o balde esconderá a vida, o juízo será o dos outros, a batida sempre será em máscaras, o jogo sempre será sujo e as cartas sempre estarão na manga.

Depois não adianta chorar pelo leite derramado.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

O preço



Para ter segurança, criamos estatutos, regras, limites, definições, quadrados, cercas, prisões.
Dentro dessas criaturas, sabemos o que esperar, sabemos como agir, sabemos em quem confiar e até onde confiar. Fantasiamos uma vida planejada milimetricamente e não nos abrimos aos upgrades existenciais.
Petrificamo-nos naqueles estatutos e muros: não saímos por medo, aconchegamo-nos em seus cantos e em suas regras que, diante da dinamicidade da vida, nem fazem mais sentido.
Ignoramos a complexidade e a riqueza da vida a favor de nossos limites definidores e seguros.
Queremos garantia de vida, garantia de amor, garantia de fé, garantia de trabalho. Entregamos um cheque-caução no preço de nossa alegria: condicionamos nosso ânimo ao que queremos que aconteça, nos termos daqueles limites.
É a segurança, sim... mas em defesa de quê? Contra o quê?
Em defesa de nós e contra nós mesmos, que ainda não aprendemos a experienciar a vida de forma livre e em favor da plenitude de nosso espírito. É o ciclo: pela segurança contra nós mesmos, perdemos nossa liberdade, desvirtuamos quem somos. Essa perda gera insegurança, razão pela qual precisamos de mais segurança, precisamos controlar os outros, precisamos saber o que eles vão fazer, precisamos entender seus comportamentos.
Mas mal sabemos que os outros não poderão fazer nada contra nós (a menos que permitamos)... somos nós mesmos que nos fazemos mal.

Ouch!