Eu me vi questionando a adolescência, o comportamento adulto, indignada pelas injustiças proferidas por pessoas que não tem mais nada a fazer da vida que falar dos outros.
Deparei-me com uma revolta voltada contra atitudes irracionais de pessoas que não sabem o que é o verdadeiro amor (luv iz my religion, babz, liek as my Jizas ;D), que não tem paz em casa e nem conforto em si mesmas.
Observei-me olhando para os gestos daqueles que só torcem pela desgraça dos outros e pela desunião; atenta para os apontamentos daqueles que adoram proliferar mentiras sobre os outros, mas que não são capazes de falar suas próprias verdades (de fato, nem as conhece!).
Vi-me dando a atenção a tudo isso e fiquei triste comigo mesma!
Enquanto meus olhos se voltavam para esses seres e seus comportamentos, eu me afastava daueles que estavam e sempre estão torcendo pelo amor, lutando pela união, torcendo para que a verdadeira fé se espalhe pelo mundo (ou, ao menos, na família).
Não posso dizer que sinto muito por ter feito isso, pois foi bom olhar pela o (i)mundo ue se crê imaculado e ver que tudo continua na mesma: em cada setor da realidade, há um reinadinho. Neste reinadinho, há um reizinho e/ou uma rainhazinha que determinam as regras que devem ser seguidas. quem não seguir, será ueimado na fogueira, apontado como pecador, blasfemado como um demônio, gargalhado como um perdedor, ironizado como um desajustado. Esses estereótipos criados pela realezinha contaminam, então, todos aueles que são preguiçosos demais para pensar sobre tais normas (sempre é mais fácil outro dizer qual é o caminho - se algo der errado, a culpa é do outro, e não sua) ou medrosos demais para se inflarem contra elas (se equivocadas).
Em todos os grupos sociais existe isso. Algumass pessoas não sabem viver sem hierarquia e sem alguém que os mande; assim como há as pessoas que não sabem vivem sem comandar os outros, o que profundamente revela uma insegurança enorme e um medo de se perder o que tem. E o que se tem? Controle e manipulação dos outros. Impõem medo no lugar de respeito. Determinam regras no lugar de consensos. Ameaçam sanções no lugar de depositar confiança.
Enfim, não digo que sinto muito porue vi que o mundo ainda continua o mesmo.
Se eu senti muito é por não ter ouvido mais atentamente às pessoas que estavam junto a mim, mesmo que silenciosas, mas com a presença de luz necessária para contrapor toda essa sombra das realezas fúteis.
Ai, ai, o que posso dizer, então?
Nada mais certo do que ditado que ressoa na minha mente: enquanto os cães ladram, a caravana passa.
A caravana passa, estuda, trabalha, ganha títulos.
A caravana passa, treina, luta, ganha graduações.
A caravana passa, dança, ensaia, vence obstáculos.
A caravana passa, vive, ama, experiencia, conhece-se mais a ponto de reconhecer em si o outro, desenvolvendo melhor a sua humanidade.
A caravana passa, ora, crê, vê a luz.
Enquanto isso, os cães continuam cães: latindo.
E só.
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