sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Check


São tantos os acontecimentos que permeiam e adentram a minha vida que, por muitas vezes, comento que "sinto-me firme a uma rocha enquanto todo o resto dança a espiral de um furacão". E a dança é frenética: ora eu fico tonta; e mas a dança também é calma: ora eu me concentro para perder nenhum insight.

Ao mesmo tempo em que não sei como já cheguei em setembro (eu ainda estaria em junho, julho), eu tenho a certeza de que não sou a mesma do mês de agosto. Se sou melhor ou pior, somente as pessoas que estão ao meu redor podem me dizer - além de mim, que recolherei em breve os frutos dessa colheita envolta por ritmo, tempo, névoa e paz.

Sinto que uma das poucas conclusões que posso tecer, e aqui deixo como registro íntimo, é a de que sou responsável pelo juízo de todas as circunstâncias. Se admito a sua positividade e o aprendizado fértil, indico que tal fase é pró, enquanto sua resignação como contra será se dela não extrair um mínimo "não repita mais isso".

Diante desse niilismo de valores, lanço mão de princípios que me auxiliem nessa escolha. E, como uma medida de antiflagelo, escolho, como base, o princípio da sobrevivência. Para tanto, nada que me deflagre sofrimento (eis que esse sentimento tem um viés destrutivo se mal "manejado") pode subsistir. Das ganas mais sórdidas de qualquer treva, há de existir uma luz. Se não existir, fabricamo-la (ênclise xD) - afinal, criamos tanta ciência e tecnologia, por que não criar uma simples lâmpada acesa no final do túnel?

Assim, portanto, essa fase é pró, como qualquer outra - imputação que é corroborada com as sincronicidades (e, especialmente, entre duas almas :D) e a complexidade da vida.

O caráter complexo da vida é inegável, já que nosso processo cognitivo é pautado por polos, por extremos. Ligamos o separados e separamos os ligados, como afirma Morin. Conhecemos o frio porque temos ciência do quanto, assim conforme ocorre com relação ao branco e ao preto.

Por isso, inexorável a presença de lamúrias, de choros, de angústias, no mesmo compasso de alegrias, gozos, felicidades, conquistas.

O que fará a diferença para mim é a escolha entre viver de angústia em lamúria, atravessando an passant por alegrias, e viver de felicidade em conquista, sobrevivendo às intempéries do tempo - o qual, por sua vez, é criado por nós mesmos.

2 comentários:

  1. ;) É isso aí.


    Adorei.
    Ótimo feriado.
    Beijo, Mih

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  2. Excepcional, como sempre!

    Valho-me (ênclise :P) da deixa dada pela autora para corroborar o que talvez não tenha deixado claro antes.
    ... E do fato de me enquadrar como "pessoa próxima". :D haha

    Grazi: Possui uma capacidade extraordinária de analisar situações tirando conclusões complexas e concomitantemente simples. Uma qualidade rara e especial, que traz um aprimoramento constante de sua intersubjetividade, destacando-a por diferenciar-se, mas não a diferenciando por destacar-se.

    Apesar das várias tentativas de deixar um comentário (culpa da tecnologia), senti que não deveria deixar passar a oportunidade de dizer o quanto você, Grazielly, é especial para mim. E se torna mais especial a cada experiência, a cada problema resolvido, a cada obstáculo ultrapassado, em cada instante que você está verdadeiramente feliz.

    Pois bem, outra coisa que queria deixar registrado é a origem da minha felicidade, que por mais que alguns em sã consciência digam que é exagero, não me deixo levar e tenho a certeza que ela vem do seu sorriso, do seu respirar... se um simples olhar seu, de duas inesperadas sms enviadas simultaneamente, ou até de um bilhetinho inesperado no meu bolso. (:

    Sabe, por diversas vezes tentei expressar o que eu sentia. Tentei dançar, tentei cantar, tentei compor e tentei escrever. Mas nunca era suficiente. Nunca chegava perto do que eu queria falar. Talvez uma limitação na minha capacidade de expor sentimentos indescritíveis, ou talvez no nosso próprio idioma que não nos auxilia nesses casos. Então, busquei em idiomas originários palavras que talvez possuíssem um significado mais amplo e mais forte. Novamente, não obtive êxito. Sem muitas alternativas procurei algo que pudesse materializar o que acontecia no meu interior, mas o que seria capaz de cumprir determinada função? Inesperadamente, quando achei que encontraria a resposta, me deparei com uma pergunta.
    Nessa fusão de dúvidas, etimologias, versos, passos, e bens materiais inexistentes… Deparo-me com um sorriso. Um sorriso que vem acompanhado de um olhar. De um inspirar. De uma fala doce e suave. De um toque. De um abraço. De um sentimento igual ao meu. E só então eu encontro a minha resposta. O melhor jeito de expressar o que eu sinto, não é com o que eu faço. Putz, pensamento estranho esse, não?! Como você vai se expressar através do comportamento de outra pessoa?

    ...

    Não sei.
    Sei que encontrei a forma de definir tudo que sinto. Sei que encontrei em você. ~
    Talvez se, eu tivesse tentado a palavra “Grazielly”, conseguisse etimologicamente, achar definições que hoje desconheço. hehe

    Era pra ser um comentário pequeno, mas acho que pelos motivos acima exposto não tem muito o que resumir... haha

    Só queria dizer que eu te amo, Grazi, e SEMPRE vou te amar.

    Com amor, Artur.

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