domingo, 5 de dezembro de 2010



O que podemos perceber é que a estrutura social em que estamos situados é fortemente marcada pelas relações que sequestram. É sequestro da subjetividade tudo aquilo que nos priva de nós mesmos. Até mesmo nas pequenas realidades, as mais simples, há sempre o risco de que estejamos abrindo mão de nossos valores em detrimento da vontade de sequestradores que em nada estão comprometidos com nossa realização humana.
É sequestro da subjetividade todo o processo que neutraliza ou impede o ser humano de conhecer-se, passando a assumir uma postura ditada por outros. É sequestro da subjetividade a projeção da vida humana em meta inalcançáveis, costurada à mentalidade de que as pessoas são perfeitas e que há sempre um final feliz reservado, pronto para chover do céu sobre nossas cabeças. Mas é também um sequestro da subjetvidade a projeção da vida humana a partir de metas rasas, em que a mediocridade é a regra a ser considerada e o pessimismo antropológico é a consequência
(Fábio de Melo, in Quem Me Roubou de Mim?).

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