Não sei pertencer a ninguém; sei pertencer a uma mutabilidade firmada em princípios de evolução, de raízes, de liberdade. Observados de longe, isso forma um todo que destoa de uma harmonia. Mas não: é essa complexidade que se assenta e permite que a fluidez do lúcido pesente seja marcante.
Não sei ser propriedade.
Não sei me doar; sei me compartilhar. Por isso, consigo me integrar com quem sabe o que é integração e partilha. Se não, torno-me uma farpa, um borro, uma assindética do sistema de apegos demasiados.
Não sei ter ninguém. Eu sei admirar alguém nele mesmo e, se quiser, nele também em mim. Mas não sei admirar ele só em mim, em um cercado relacional, em uma prisão. Eu não sei.
Não sei suportar uma tentativa de proteção maior do que aquela que me permite sofrer o mal do dia. Não creio que ninguém corporificado seja capaz de evitar meus sofrimentos ou enganos. E nem desejo isso: dores e erros participam do processo vital assim como gozos e vitórias. Não fico confortável com a tentativa de usurpação de parte desse processo.
Não posso concluir, então, o molde deste texto: não posso pedir desculpas pelo que não sei, pois continuo querendo não saber, mas como lutar contra. Do mesmo modo, não posso pedir desculpas pelas ilusões que muitos criaram sobre mim, o que os fez criar quedas e vácuos sentimentais.
Peço desculpas, portanto, pela minha falta de clareza ou objetividade (bá, mais??) a respeito de como me relaciono.
Só não posso me desculpar pela cegueira dos outros.
Sempre bom.
ResponderExcluirSempre profundo.
Estava com saudade.
Achei que o blog tinha ido pro beleléu.
O cel
O cel também morreu.
Mas a autora não.
Constata-se agora que não.
Contate-se.
Contate-me.
Tenho novidades interessantes.
Beijo.