terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
(in)completude (in)suficiente
E ela sente os outros poucos ao seu redor que, em seu contexto, respeitam raízes e experiências e dão-se liberdade para tentar, para melhorar, para ser.
Não são completos e são cientes disso: afastam qualquer um que intente tal completude pois, ao atingir o suficiente para sua existência, sabem que é a existência dessa falta que lhes dá sonhos, projetos, metas, esperança. Além disso, são conscientes da impossibilidade do absolutismo do completo, em tempo e intensidade.
Não querem um completar; buscam um integrar, um somar, um valorizar.
Respeitam todos os tempos, não dão justicativas, pedem desculpas, querem conhecer tudo, inclusive a si próprios. Erram, e aprendem. Aperfeiçoam-se.
Ah, como isso é raro, pensa. Entristece-se por isso, mas é essa excepcionalidade que dá o valor e a alegria de um encontro de tais.
Aceitam sua "solidão". Aceitam-se.
Conhecem sua potencialidade e veem a força interior dos outros.
Mas querem mais: ambiciam conhecer seus dons, seus (des)limites, suas faces, sua complexidade.
Querem mais da vida; querem mais de si.
Essa expansão de suas essências explica a sua raridade: envolvem circuntâncias, pessoas, motivos, lugares. Abraçam, com carinho, tudo o que pode lhe trazer felicidade e/ou aprendizado.
Amam. Sem medo.
São poucos.
Mesmo poucos, são suficientes, conclui.
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