A maldição de viver em sociedade é a falta de entendimento entre os seres humanos, que é gerada pelas crenças de cada um deles, por seus conceitos, por suas limitações.
Questiona-se, então, a necessidade da definição do que nos acomete. Há fatores objetivos cuja conceituação torna-se imprescindível para a própria evolução de uma área, como a científica.
Tratando-se de relacionamento humano, contudo, de carne, sentimentos e pensamentos, há quanto é preciso um conceito? (paradoxalmente, pergunta-se sobre o nivelamento da necessidade...).
Do que adiantam os atos singelos e despretenciosos se são mal interpretados e descartados como se fossem fungíveis pela complexidade do "sim", do "não", do "talvez"?
Para que (raios) a liberdade se seus frutos (amores, carinhos, beijos, palavras, sussurros, [sor]risos, olhares) são mal recebidos por aqueles que os sentem? Na verdade, não sentem: avaliam, mensuram, classificam, embalam, esteriotipam, estripam.... destróem.
Dizem, claramente, "não quero", "desse jeito, não". Lá impõem limites e foda-se a liberdade tão ansiada e querida de viver algo que esnoba qualquer conceito.
Pedem um mais, invocam com um menos, precisam saber o quê e como - mas não se apercebem o quanto o ilimitável escapa-lhes entre os dedos.
Agora eu entendo a razão de a liberdade estar vinculada intrinsecamente com o individualismo - a má recepção de atos livres decreta o arrancamento das raízes, o corte de laços.
Mas como um ser humano pode impor aos demais uma forma determinada de abrigar um ato, se todos apenas agem conforme sua própria liberdade?
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