quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Adeus, Joinville!



Deixo a cidade de meu nascimento com poucas e fortes raízes experienciais e pessoais, estas que não se desfarão com o meu distanciamento espacial, pois já se mantêm com a ausência pelos estudos e trabalho - sorte não seguida pelas raízes fracas e passageiras.

Ficam aqui as ruas asfaltadas por onde caminhei, corri, andei de bicicleta, fugi de moto, passeei de carro, brinquei de patins e caí de skate. As calçadas (e suas árvores com lindas raízes quebrando seu concreto) por onde sentei e conversei. Pátios, palcos, salas e quartos onde dancei. Tatames e carteiras onde lutei. Rede, camas, sofás, chão onde dormi e descansei.

Ficam meu anos de estudo até a primeira pós-graduação, meu estágio, meus primeiro emprego. A praça da melhor idade perto do mercado. As ruas decoradas no mapa mental e as rotas de fuga da chuva (cara, eu sou - por enquanto - a única pessoa que conheço (¬¬) que tem noção das rotas mais emocionantes e eficazes para fugir de um alagamento em Joinville - de carro!). As trilhas dos parques ecológicos e seus insights.

Até pouco tempo atrás, andei por essas rotas de fuga e trilhas tortuosas como alguém sem rumo, apesar de ter objetivos bem traçados - alguns, porém, um tanto inocentes e impróprios para a época atual. Talvez essa divergência que tenha gerado a cisão entre método e meta. Nessas sinuosidades, a maioria das portas estavam fechadas e  apenas algumas frestas se mostravam convidativas.

Precisei entrar em um regime de conscientização e humanismo para poder passar por elas. Cortei muita inutilidade, mitos culturais (bem difícil em uma cidade de típica, forte e atual colonização), ruídos comunicacionais. Tive que ver que eu transmitia uma mensagem equivocada sobre mim - só assim entendi porque havia tantos parvos ao redor: atraídos por um erro que exalava de mim.

Aqui aprendi, experiencialmente, parte do meu objeto de estudo atual: as pessoas podem te tratar como um outro (alguém indiferente), como um não eu (alguém contrário a ti), como um objeto (como um objeto!) ou como um humano (como um outro eu). Isso vai depender do que você aceita, rejeita e transmite.

Pelas frestas, passei. Se foi taxativamente bom ou mau, não vou poder nunca afirmar. Agora, para mim, foi ótimo.  Não sei dizer que isso era permitido (afinal de contas, o que é e o que não é permitido e qual a hierarquia que estabelece isso?), só tenho noção de que cheguei a um meio que parece a estrutura do labirinto: onde eu pude conhecer o que eu somente farejava. E foi bom por isto: conheci, como a arquitetura de um sistema, o que era uma tendência sensitiva daqui de dentro.

Chego em um lugar em que eu consigo ver quais erros cometi e que não cometerei mais e os erros que ainda cometo. Erros pautados em padrões que assumi conscientemente durante a viagem pelas trilhas e na passagem pelas frestas. Quando os padrões mudarem, talvez não sejam mais erros. Talvez cheguem a ser, simplesmente, atos comissivos e omissivos. Só. Porque, de fato, são assim mesmo. Ou não.

Deixo o conhecido tortuoso e o aparentemente seguro para estar, agora, em um lugar onde nunca estive, mas um lugar onde as paredes e muros ainda não foram grafitados, onde os vidros ainda não quebraram com a minha voz, onde ainda não pinguei publicamente nenhum suor.

Não sei, mas para onde vou, os sorrisos parecem mais fáceis e os abraços, mais confortáveis. Há mais portas - mas creio que isso não significa que todas estão certas. Mas a trilha é mais aberta e mais iluminada. Especialmente porque, em seu delineamento, estão as raízes fortes e essenciais que me amparam no cansaço e me fortalecem no ânimo. As que foram criadas no momento de dúvida e certeza, quando eu estava certa de que a certeza era absurda e quando eu mais acreditei em mim, tanto que mudei.

Mudei no ano, no dia, de casa, de msn, de virtudes, de vícios. Deixo a casa branca com janelas e portas marrom, escolhida por outrem, para a casa rosa com flores na sacada, escolhida por mim.



Agradeço a esta cidade por todas as oportunidades que me foram dadas e
por todas as que me foram negadas 
- só assim pude perceber que o céu é, na verdade, imenso para as asas que  querem voar 
pequeno demais para as que foram aparadas por mediocridades, 
preconceitos, pré-julgamentos e medo. 
Por isso, ou não saem do lugar ou colocam obstáculos ao voo dos outros.


sábado, 21 de janeiro de 2012

Céus!

Terminei!
Introdução, Considerações Finais, Capítulos, imagens, tabelas, quadros: tudo organizado para minha defesa.
Não sei se me apeguei demais a isso, mas chorei compulsivamente ao quando salvei o arquivo (em .pptx e .ppt, no pendrive, no computador, no email).

Foi tanto sacrifício finalizar essa apresentação (notebook esquentando inexplicavelmente, sala mal ventilada, calor de Joinville que não passa nem com a pior chuva, suor fazendo com que as pernas grudassem na cadeira,  vizinhos e familiares barulhentos (salvo parcialmente pelo protetor auricular)), interrupções por trovões, trevas, trecos aleatórios) que qualquer pessoa que não teça considerações extensas e emocionadas sobre isso não terá, pelo menos hoje, a devida atenção.

Desculpem-me os atingidos, mas estou em êxtase e felicidade interna.


quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Own *-*

Menininha questionando o sexismo da indústria de brinquedos (legendado)





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Meu namorado, ao assistir ao vídeo:
"Grazi, é a tua filha!"

Obrigada, obrigada  :D

Nossa, nossa :D