Naquela casa cinza há um silêncio rasteiro, omissivo e enebriante. A letargia que sua névoa provoca é sufocante, causa cegueira e oferece a passividade estanque.
As circunstâncias mudam, mas o núcleo de sua estrutura mantém-se intacta pela força que se dá ao silêncio. Poucas vozes, fracas e roucas, chegaram a se erguer, mas foram brutalmente forçadas a emudecer.
Calaram-se as forças internas e poucas forças externas conseguem lá adentrar: somente para mais alguns dias, para mais uma semana.
A desordem povoa a alma do lar que se faz uma cela aberta, onde os que lá estão devem seguir as ordens: silenciar-se. Apenas banalidades são ditas; poucas verdades são abertas... e nenhuma revelada. Os que lá permanecem seguem essas regras, que não são as determinadas: são as veladas. O silêncio é a regra de ouro... o ouro que formou as correntes e as mordaças.
O ímpeto da descoberta espera o momento, mas se fortalece antes para que não seja encoberto pela névoa emudecedora.
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