quinta-feira, 15 de julho de 2010

É, sujeito, somos (humanos) assim mesmo


Compreendi o que, às vezes, me irrita: não gosto de ser estudada, analisada, examinada, com o fito de alguma conclusão "ela é assim" ou "ela é daquELE jEItoo daquele jeito".

"Ah, guria, então tu é assim?", pergunta.
"Depende", respondo.
"Depende do quê?"
"De tudo".

Não sou uma regra imutável para ser interpretada (mesmo porque o produto da hermenêutica vai ser afetada pelo subjetivismo do observador, o que poderá acarretar resultados extremamente diversos do que poderia ser um respingo do meu ser) ou para ter minhas ações/reações previstas.

Não sou programada; sou estratégica - ou, às vezes, não (permito-me à mudança).

Não sou um objeto posto à observação.
Sou um sujeito que também observa; sou um outro observador.
Sou o outro, sou o diferente. Sou um alter de todos.
Por isso, sou passível de alteridade, de intersubjetividade, de compreensão ante à fabilidade, de compreensão não de minhas razões ou mesmo atos, mas de minha condição de ser humano.

Não estou propensa a investigação, a método, a resultados.
Não sou objeto - assim como nenhum sujeito o é.

Por isso, nego-me a tal condição. E irrito-me e não gosto porque sinto que tal análise tem o escopo de me enjaular - e isso nunca dá certo.

Acredite: eu já tentei deveras e não consegui.
Ainda bem.

:D~

6 comentários:

  1. Eis o “rotular”.

    O ser humano baseia a sua vida mais no que acredita do que no que sabe. Rotular uma pessoal é sinal de incerteza. O ignorante rotula para se sentir seguro... Cada pessoa só consegue compreender qualquer coisa a partir da sua perspectiva pessoal e quando esta está para além do que ele conhece, ele tenta definir para limitar.

    Bjs no core amada

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  2. Perfeito, Mi apaixonada e inspirada ^^

    Bjão :*

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  3. Nossa Grazy! Minha amiga blogueira mais filósofa!!! Tu és DEMAIS.

    Eeeeeee!! Tá chegando a hora. Faltam 19 minutos para o GRANDE dia!!!! Só nosso!!!
    ipi ipi Uhaaa!

    hahahahah


    BEIJOOOOO:)

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  4. Oi Grazy... vim palpitar um pouco aqui,rs.

    Deus, o Universo, a Criação, o Tempo, o Espaço, a Natureza... são grandezas tão imensuráveis, que o ser humano, quando se dissocia delas se sente minúsculo, frágil, inseguro... Daí a origem da insegurança intrínseca a todos aqueles que se consideram a própria razão da Existência. Poderíamos dizer que a insegurança é um sintoma da doença da Separatividade (que é a noção de que "eu" sou separado do "outro" e de "tudo" que me cerca).

    Como vivemos em um mundo em que a mentalidade dominante é a da Separatividade e do Individualismo, as pessoas vivem em permanente competição, num constante jogo de dominação... não só na sociedade, no ambiente profissional, como também nos próprios relacionamentos, amizades, namoros, casamentos e relações familiares.

    Dentro deste panorama, a sensação de que "eu" domino ou sou superior ao "outro" difarsa e compensa meu sentimento de fragilidade e insegurança. Por isto as pessoas gostam de analisar, classificar e rotular... pois rotular é o mesmo que limitar. E só conseguimos dominar aqueles cujos limites estão bem definidos...
    Aqueles que são desconhecidos, indefiníveis, não rotuláveis, ilimitados... causam assombro, pois fazem emergir a insegurança que existe dentro de cada um de nós.

    Gibran Khalil dizia: "aquele que nos compreende escraviza alguma coisa em nós."

    Namaskar!

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  5. E irrito-me e não gosto porque sinto que tal análise tem o escopo de me enjaular - e isso nunca dá certo. [2]

    ... ele tenta definir para limitar. [2]

    ... pois rotular é o mesmo que limitar. E só conseguimos dominar aqueles cujos limites estão bem definidos... [2]

    Praticamente uma discussão acadêmica. Abordagens perfeitas. Diante disso, me calo.
    Beijos a todos os debatedores!

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  6. É hojeeee, Juuuu!!!
    Parabéns em post exclusivo, heheh :***

    Bruno: palpite, comente, critique, sugestione. O seu caos é nosso caos também, hehe :)
    Concordo com sua colocação e acrescento, resumindo o meu post e os nossos comentários: EGO.
    O ser humano, ao descobrir-se vaidoso, deve lutar pela sua verdade, na humildade do "não sei", do "talvez" e, principalmente, do "posso estar/estou errado".

    Namastê ^^

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