domingo, 4 de julho de 2010

"O verdadeiro guerreiro é aquele que vence a si próprio" (by Marcelo Shock)


Há algum tempo estou sem escrever meus longos textos que demonstram minha transgressão e tentativa de toda forma de desconstruir a ordem estabelecida por onde eu passo e de onde eu tenho conhecimento. Eu sei. Sinto falta.

E aqui não me justifico; apenas me explico para mim mesma.

Normalmente, costumo me abstrair o máximo possível das situações incômodas, distanciando-me a ponto de não sofrer interferência e poder examiná-la - de acordo com meus critérios, por óbvio: quem não for utilitarista aqui, que atire a primeira pedra.

Mas, dias atrás, enquanto eu estava me expurgando de uma ocasião negativa, deparei-me com outra circunstância intrigante pelo caminho que estava tomando. Tentei uma terceira rota e eis que me vejo diante de outro fato deprimente.

Na quarta opção, a mesma coisa. Como me vi quase sem saída, tentei rapidamente analisar cada um dos casos para ver se eram tão negativos mesmo. Na pressão, sabe como é... na pressão é foda. Na pressão, você não pensa direito. Pressionado, você age como que no instinto e, na maior parte das vezes, decide de forma desarrazoada. Simplesmente decide porque você acha que precisa decidir, porque você se pressiona a decidir, talvez por seus pensamentos ou por influência externa.

Mas talvez, igualmente, você não precise decidir. Foi o que eu pensei. E não decidir não é, simplesmente, ignorar. É ter paciência: colocar-se dentro de sua atmosfera individual de princípios, projetos e ideais e esperar o turbilhão passar. Foi quando, não conseguindo enxergar um palmo a minha frente, bradei ao alto. Para tanto, precisei olhar para cima; nisso, vi minha saída: voei.

Agora, passo a colocar meus pés novamente no chão, ao encontrar novamente estabilidade e segurança no que parecia estremecido. E vejo que nada, de fato, sofreu tremores ou instabilidade: foi meu próprio ser que se tremeu, minha mente que se perdeu e meu coração que se turvou. Fui eu, mais nada, mais ninguém.

Ainda em retorno, percebendo meus inimigos circunstanciais, lapidando novos limites e enfrentando não o que está fora, mas o que está aqui dentro.

Afinal, o exterior é só uma questão de ponto de vista e o tropeço não é a queda (e mesmo que fosse, o erro é permanecer caído).

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