Não... Não é do Milton Nascimento que vou falar... (...) Nem do Coração de Estudante... (os estudantes e professores agradeceriam se fosse).
É do Capitão Nascimento, que vinga o nascimento do Dilmão...
Por vezes pensei que falar de política é falar de um rascunho usado... Não adianta mexer que vai piorar...
Mas hoje, ao me deparar na tela de cinema com a brutal intensidade com que o personagem Nascimento ataca o Secretário de Segurança Pública, vertendo toda sua vingança contra o Sistema que estrutura as sinapses da corrupção brasileira, levou-me a uma espécie de deleite instintual.
O Sistema é um arcabouço de politicagem de densa gramatura, que corrói o ventre da sociedade brasileira. Todo nosso ódio em relação aos poíticos mendicantes de voto é traduzido na melancolia de se votar nessa infeliz eleição. É fato fúnebre ser obrigado a votar hoje em dia. Não porque a utópica democracia não exista, mas porque apesar de tudo temos de tentar votar no menos pior, e pior, não temos um candidato menos pior. Por isso tamanha inflexibilidade na nossa vontade de votar. É extremamente melancólico ir às urnas.
E para deixarmos de ser melancólicos, temos de rir. Usando as palavras que saem da boca de um corrupto personagem do filme Tropa de Elite II: "Quem quer rir tem que fazer rir". Capitão Nascimento sabe bem disso. Hoje foi o herói nacional pra mim. Através da estória "ficcional", nos remeteu a um estado de beatitude vingatória contra o Sistema in-operante. Quando somos impedidos por obstáculos reais de satisfazermos nossa instintualidade (que seria fazer com Dilma e Serra o que Nascimento faz com Guaraci), realizamos nossos desejos através da simples evocação de impulsos, antes impedidos de se realizar, e encontram acesso através de uma atividade onírica-óptica semi-alucinatória de um filme, por exemplo.
Como diz Freud em "Os Chistes e sua Relação com o Inconsciente", os chistes ( "Freud define o chiste como um "jogo desenvolvido" em que se procura "ganhar uma pequena dose de prazer à custa das atividades livres e sem obstáculos do nosso aparelho psíquico e, mais tarde, apoderar-se desse prazer como um ganho casual".") tornam possível a satisfação de um instinto (seja libidinoso ou hostil) face a um obstáculo. Evitam esse obstáculo e assim extraem prazer de uma fonte que o obstáculo tornara inacessível."
É do Capitão Nascimento, que vinga o nascimento do Dilmão...
Por vezes pensei que falar de política é falar de um rascunho usado... Não adianta mexer que vai piorar...
Mas hoje, ao me deparar na tela de cinema com a brutal intensidade com que o personagem Nascimento ataca o Secretário de Segurança Pública, vertendo toda sua vingança contra o Sistema que estrutura as sinapses da corrupção brasileira, levou-me a uma espécie de deleite instintual.
O Sistema é um arcabouço de politicagem de densa gramatura, que corrói o ventre da sociedade brasileira. Todo nosso ódio em relação aos poíticos mendicantes de voto é traduzido na melancolia de se votar nessa infeliz eleição. É fato fúnebre ser obrigado a votar hoje em dia. Não porque a utópica democracia não exista, mas porque apesar de tudo temos de tentar votar no menos pior, e pior, não temos um candidato menos pior. Por isso tamanha inflexibilidade na nossa vontade de votar. É extremamente melancólico ir às urnas.
E para deixarmos de ser melancólicos, temos de rir. Usando as palavras que saem da boca de um corrupto personagem do filme Tropa de Elite II: "Quem quer rir tem que fazer rir". Capitão Nascimento sabe bem disso. Hoje foi o herói nacional pra mim. Através da estória "ficcional", nos remeteu a um estado de beatitude vingatória contra o Sistema in-operante. Quando somos impedidos por obstáculos reais de satisfazermos nossa instintualidade (que seria fazer com Dilma e Serra o que Nascimento faz com Guaraci), realizamos nossos desejos através da simples evocação de impulsos, antes impedidos de se realizar, e encontram acesso através de uma atividade onírica-óptica semi-alucinatória de um filme, por exemplo.
Como diz Freud em "Os Chistes e sua Relação com o Inconsciente", os chistes ( "Freud define o chiste como um "jogo desenvolvido" em que se procura "ganhar uma pequena dose de prazer à custa das atividades livres e sem obstáculos do nosso aparelho psíquico e, mais tarde, apoderar-se desse prazer como um ganho casual".") tornam possível a satisfação de um instinto (seja libidinoso ou hostil) face a um obstáculo. Evitam esse obstáculo e assim extraem prazer de uma fonte que o obstáculo tornara inacessível."
Através do filme, atravessamos esse obstáculo. E assim satisfazemos nossas necessidades mais básicas.
Talvez o dia de hoje ainda seja o rascunho de um filme com fim programado. Pois, como diria Gabriel García Márquez, uma engrenagem de repetições irreparáveis, uma roda que continuaria a dar voltas até a eternidade, só não roda eternamente por causa do desgaste progressivo e irremediável do eixo.
Fonte: Psique Ativa
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