segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Oi! Tudo bem? Você me vê?


 Você sabe conversar ou quer apenas qualquer pessoa para te ouvir, te ver e te dar atenção?

Pergunto isso porque, há uns três dias, eu estou me vendo como psicóloga de cerca de quatro pessoas sem querer... no afã de ajudar amigos a resolver seus problemas, a amizade se desvirutou e tornou-se sessões clínicas - e eu não sou formada nisso. Eu posso ter alguma espécie de dom para retratar os relacionamentos humanos e seus dramas de controle, mas não é esta a minha profissão. E mais, já que relação pressupõe reciprocidade, cadê a troca?

E sabe o que é de mais engraçado?  É a forma com a qual tais pessoas querem te magoar, mesmo inconscientemente. Fazem joguinhos para ver até onde você se importa e, para isso, lutam, atacam, pisam, ignoram. E depois dizem: "desculpa, tudo isso porque eu estava mal".

Ah, tem algo que supera ou chega no mesmo patamar que isso: essas pessoas convidam-no ou vem falar contigo quando não tem mais nada para fazer e quando não há mais ninguém para ouvi-los. É impressionante: você é a tábua de salvação, sim, a última bolacha do pacote, o gás da coca e mimimis. Mas quando tem um pacote novo ou uma outra garrafa na geladeira, nem olham para tais qualificações suas.

Há algum tempo venho deixando de lado pessoas que me procuram só pelo fato de precisarem falar com qualquer um, ou por precisarem ser admirados ou considerados. Sim, eu considero, eu admiro e eu sei ouvir. Mas sei falar, também. Enquanto tais pessoas lançam sobre mim o peso de serem quem são ou a glória de sua imagem, eu digo "não tenho o que trocar contigo", e me afasto.

É simples e é cruel. Sou malvada, como diria um desses tais. Mas mais cruel seria se eu não me importasse com a minha pessoa. Nego-me, como sempre me neguei, a ser um muro de lamentações e, ainda, um pedaço de carne para satisfações.

Mas, ah, o que reclamar se a intersubjetividade é rara entre os seres humanos? 
¬¬
Só mais uma coisa a dizer: bem feito!

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