sábado, 3 de novembro de 2012


Pessoas não se acompanham mais.
Pessoas acompanham a tecnologia, vão atrás dela e alienam-se por ela.
E as pessoas que não a acompanham, não são nem bloqueadas ou excluídas: são esquecidas.

E ser esquecida é tão ruim assim?

:)

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Search...



Em menos de um ano, mudei de cidade, de emprego, de atividade física, de pensamentos sobre dinheiro e bicicletas. Larguei sonhos de justiça, abracei outros, finquei  mais raízes e planejo mais viagens. Agora acho que entrei em uma espécie de questionamento de identidade: afinal de contas, o que eu quero?
Às favas para aqueles que imputam abstração demasiada, eu quero é mais ser eu mesma, o que eu não sei se ando sendo muito nesses dias. Creio que, no meio de tantas estradas, pedágios, livros e alunos, eu fui deixando um pedacinho de mim em cada instante que consigo, por ou sem querer, gravar com detalhes na minha mente. Gravo os momentos vividos, mas as partezinhas deixadas, não lembro quais são.
Talvez seja falta da rotina, talvez seja o novo, o velho hábito se renovando ou a inovação que não era prevista nos planos, a doação a outras pessoas, a importância a outras pessoas... Vejo que os sonhos são mesmos doces, os projetos são tão! racionais, mas, na experiência, sempre há detalhes não previstos, para os quais ninguém está preparado.
E volto aqui na tentativa de juntar, pela 28347ª vez nesses anos de primavera, as peças do que eu posso chamar de mim mesma.
Já sei que sinto falta de escrever. Isso já ajuda.

o/


Má que saudade :D


quinta-feira, 12 de abril de 2012

Guardador de Rebanhos




IX
Sou guardador de rebanhos
O rebanho é os meus pensamentos
E os meus pensamentos são todos sensações.
Penso  com os olhos e com os ouvidos
E com as mãos e os pés
E com o nariz e a boca.
Pensar uma flor é vê-la e cheirá-la
E comer um fruto é saber-lhe o sentido.
Por isso quando num dia de calor
Me sinto triste de goza-lo tanto.
E me deito ao comprido na erva,
E fecho os olhos quentes,
Sinto todo o meu corpo deitado no realidade
Sei a verdade e sou feliz.

XI
Olá, guardador de rebanhos,
Ai à beira da  estrada,
Que te diz o vento que passa? 
Que é vento, e que passa,
E que já passou antes,
E que passará depois,
E a ti o que te diz? 
Muita cousa mais do que isso.
Fala-me de muitas outras cousas. 
De memórias e de saudades
E de cousas que nunca foram. 
Nunca ouviste passar o vento.
O vento só fala do vento.
O que lhe ouviste foi mentira,
E a mentira está em ti.

O Guardador de Rebanhos, de Alberto Caiero (heterônimo de Fernando Pessoa)

Caos feminino #01

Daquele jeito: não sei onde parou a contagem dos caos, então, recomeça-se.






- Boa tarde.
- Boa tarde. Aqui, quem fala é a Fabiane, assessora da repimpoba da parafuseta. Com quem falo?
- Com GrazieLLY.
- Olá, GrazieLA. Estou somente ligando para confirmar a reunião marcada do meu chefe com o seu, ok?
- Tudo bem, FabianI, está conf...
- É FabianE!!!
- Ah, ok, então, o meu é GraziellY! E está confirmada a reunião.
- hmhm... desculpe é que fulano me falou que era Graziela.
- Ah, pois não é, hehe.
- Ok, então, obrigada. Tchau.
- Tchau.



quarta-feira, 11 de abril de 2012

Classificação Sertaneja

Pensamento analítico é assim: nada de colocar tudo no mesmo balaio porque uma coisa é o tchu, outra o tchá, outra o tchê e outra ainda, o lê.







segunda-feira, 9 de abril de 2012

sexta-feira, 30 de março de 2012

Insomnia







Brainstorm



Semana estranha... pessoas surdas e voltadas a si mesmas; pessoas cegas, apontando outras como a escória da humanidade.
Como se esse panorama internético de opinião e publicação irrestrita houvesse transformado cada um de nós em locutores de uma verdade absoluta, que não se mescla nem dialoga com nenhuma outra...
Bem, não precisamos de internet para isso. Utilizamos a ferramenta para potencializar a legitimidade e a divulgação, em forma de veracidade de fachada, do que cremos certo.
Defendo o meu; afinal de contas, o errado, para mim, foi não ser ouvida e não ser vista de forma reiterada e pelas pessoas mais diversificadas o possível - dependendo do ambiente, é melhor ser invisível, mesmo.
Acabo adotando um ponto de vista voltado à consideração de alteridade que é julgada como impossível de se realizar. No fundo, essa posição não é vista nem ouvida, mas sentida.

Algo aconteceu quando uma pessoa, em um ambiente profissional, menosprezou a outra por ter se emocionado ao ver uma família se reencontrar - o filho voltaria à prisão depois do reencontro.
Repliquei: "por que tu dizes para se controlar se tu própria me disseste que a função tirou teu coração? Se és de pedra, deixe os humanos com os humanos".
Não tive correspondência de olhar, apenas uma opinião: "isso é até anti-ético...".
"Isso não é anti-ético; estamos aqui em uma função pública como representantes dos valores da sociedade; e para que maior valor defendido que a família. Imparcialidade não significa desumanidade".

Semana estranha.

Aqui



Minha casa tem um hálito e uma temperatura diferentes quando você está aqui. Uma temperatura mais quente e úmida, um hálito de homem, forte. Duvido que saiba disso...
Eu, ao contrário, sempre soube, desde a primeira vez.
Até me incomodei, pois o meu feminino do ambiente acaba se mesclando e até diminuído por conta desse seu masculino. Mas me convenci: é um dos elementos cessionários necessários para a companhia.
O que eu não sabia é que minha casa mantém uma memória sua: mesmo na sua ausência, a mesma temperatura e o mesmo hálito são produzidos por ela, como um costume. Uma assimilação de vida, da sua vida, na minha própria casa.
Mas isso não substitui a sua presença; ao contrário, dorifica ainda mais a sua ausência.




"To indo, sentado, vendo as montanhas,
Lembrando que quanto mais você me perde, mais vezes você me ganha
E aquela briga ontem foi foda, eu não queria te dizer
Que eu não queria ter você,
Mas eu queria que você soubesse que eu me importo
E que eu sinto que essa chuva é o reflexo do estado do meu corpo.
E foi pensando nisso que me joguei pra cá
Pra ver se quando eu te encontrar eu faço essa chuva parar
Será que isso é possivel?
Eu sonhador demais, na entranha dor demais e essa estranha dor é mais do que saudade
É como uma necessidade
De poder ter a certeza de que não era verdade
O que você disse por telefone
Que tava na hora de eu te provar que podia ser seu homem
Que o menino que nem pode sustentar um lar
Nunca seria bom o suficiente pra tu casar.
Foi pensando nisso que eu entrei nesse busão,
Mas, talvez eu seja só um menino com uma rosa na mão
E eu te ligo no celular
Te avisando que eu to indo e te pedindo pra ir lá pra me esperar
Mas você que nunca disse que me ama
Mais uma vez desliga sem dizer, se arruma e vai pra cama
Tudo bem, dorme bem amor, te amo!
Quando acordar passa perfume que o seu homem tá chegando, vai!"
(Projota - Chuva de Novembro)


Essencial


Trouxe o teu pão
por pirraça, por esmero,
por um misto de esperança, 
costume e desespero.

segunda-feira, 19 de março de 2012

quarta-feira, 14 de março de 2012

Momento afago egótico xD

Situações que merecem ser lembradas:


Comentário de um membro de uma banca de processo seletivo para professor, após a saída da candidata:
"Isso sim é uma aula!".


Comentário de outro membro de banca de um processo seletivo para professor: "Você foi a melhor de todos, mas o outro candidato tinha mais título, infelizmente...".
"Por enquanto, por enquanto".

Comentário de uma colega discente, atualmente docente, sobre a lista de discussão virtual:
"Você é a Grazy?! Puxa vida, que legal! Marquei bem teu nome porque, em todas as suas participações, você fala pouco mas diz muuuito!"

Fiquei bem feliz :)



quinta-feira, 8 de março de 2012

Lançamento de livro!!!

Queridos questionadores, 
Com bastante alegria, divulgo duas obras que são muito importantes para mim, pois representam o início do início das minhas publicações institucionais, tanto como operadora do Direito, mas, especialmente, como questionadora do Direito.

Tomei conhecimento hoje de seu lançamento formal. 
Eis:

Direitos na pós-modernidade: a fraternidade em questão

Organização da Drª Josiane Rose Petry Veronese e Drª Olga Maria Boschi Aguiar de Oliveira, Editora Funjab.
Minha colaboração constitui o Capítulo 5 da obra, com o título "A fraternidade como método relacional e fundamento institucional: proposta de mudança paradigmática da percepção do ser humano acerca de si, de sua comunidade e do direito".
O seu lançamento será no dia 14 de março de 2012, quarta-feira, às 10h, no Auditório do CCJ/UFSC, Flopx, SC.
Estão todos convidados!


Direito Ambiental e Autopoiese

Coordenação do Dr. Leonel Severo Rocha e Dr. Francisco Carlos Duarte, Editora Juruá.
Colaboro com o Capítulo "A Coerência do Sistema Jurídico em Luhmann com vistas ao Fortalecimento do Direito do Meio Ambiente: uma Proposta ao Fechamento Operacional e à Abertura Cognitiva da Decisão Judicial".
O livro já está nas bancas, livrarias, sites, etc..
Quem quiser comprar, estão todos incentivados - hehe.

quarta-feira, 7 de março de 2012

Teste do Sofá



Não sei se posso chamar a tentativa deste modo, mas foi como alguns conhecidos meus e eu a cunharam: teste do sofá. Tentativa, sem dúvida, pois o único teste do sofá que conheço foi o que eu mesma fiz nos sofás que eram pretendentes para mobiliar minha sala.

Há uma crise de meia e avançadíssima idade que assola alguns homens que me deixa horrorizada: estão relativamente bem colocados em suas vidas, com uma carreira relativamente próspera, uma família (se se não se debandou) relativamente estável, com um automotor que esbanje seu status imaginário (compartilhado pelo imaginarium coletivo de muitos), com trajes engravatados e engomados, relativamente de respeito.

Relativamente. Sim, porque, no menor sinal de abertura de conversa, abusam de sua hierarquia fictícia (sim, meus queridos, tudo que está criado ao nosso redor é fictício, especialmente a hierarquia) e creem poder ultrapassar o mínimo do razoável e sugerir: "então, você vai ter que fazer alguma coisa por mim...".

Abertura: qualquer abertura de sorriso é vinculada, na mente deles, a uma abertura de braços e pernas. Qualquer poder que imaginem ter é superior à vontade daqueles que lhes sejam interlocutores. Seria risível se não fosse tão ultrajante e indignante.

Não há posto profissional ou programa de estudo que me mantenha numa condição em que tenha que me calar e me sugerir que o que ele falou não é bem assim e que eu que estou enganada. Nada justifica um assédio em que um caquético inglório sonha com as "gostosinhas da graduação" e tenta se prevalecer com seu fantasioso poder de sedução e institucional.

É óbvio que todos exercem sua liberdade como bem entenderem e que eu não tenho nada a ver com isso. Aliás, quem sou eu para julgar? Sou invisível para tais pessoas e assim continuo preferindo ser: ignorem-me e juntem-se àquelas que possam convergir às suas pequenas malfadadas desventuras humanas.

sexta-feira, 2 de março de 2012

Princípio da publicidade #2

Longa carta sobre triângulo amoroso no Diário Oficial 

(29.02.12)
O TRT da 13ª Região (PB) abriu processo administrativo disciplinar para apurar a publicação de uma carta de amor no Diário Oficial.

Na seção reservada ao resultado de um processo que tramita na 2ª Vara do Trabalho, em João Pessoa (PB), na edição de 16 de fevereiro havia um texto que narrava detalhes do término do relacionamento de um casal.

“Eu aceitei estar com você sabendo que tinha uma namorada, mas conviver com você e ela não deu para mim” - diz a mulher em um dos trechos.

A carta relata o fim do relacionamento provocado pela entrada de uma terceira pessoa e, entre dois deles, a existência de subordinação profissional.

A mulher se queixa do seu amante, relembra momentos vividos com ele e até revela que vai devolver um Iphone que ganhou de presente.

Ela diz que já tinha aceitado ser amante dele em outra situação, mas não aceitaria o novo caso porque a da vez seria alguém próxima a ela. A autora, inclusive, diz que o amante propôs ter as duas ao mesmo tempo.

“Sempre soube que não havia um compromisso entre nós e sou romântica e idealista mesmo e esse lado bem cru e realista da vida me deixa perplexa”, diz a mulher insatisfeita em um dos últimos trechos.

Segundo o presidente da corte, desembargador Paulo Maia Filho, a apuração da ocorrência está a cargo da Comissão Permanente de Processo Administrativo Disciplinar do TRT.

A servidora que assina a publicação pediu exoneração do cargo em comissão que exercia.
 
Um dos trechos da publicação

Foto: reprodução DJ On Line





 




A nota do TRT-13

"Ao tomar conhecimento da inserção na 2ª Vara do Trabalho do Fórum de João Pessoa de uma carta com conteúdo amoroso na edição do Diário da Justiça Eletrônico (DJ-e), do dia 16 de Fevereiro de 2012, o presidente do Tribunal Regional do Trabalho, desembargador Paulo Maia Filho, decidiu pela imediata abertura de processo administrativo disciplinar para a apuração da ocorrência pela Comissão Permanente de Processo Administrativo Disciplinar do TRT.

Diante do fato, a presidência do TRT presta, ainda, os seguintes esclarecimentos:

1 - A servidora que subscreve a publicação pediu exoneração do cargo em comissão que exercia, o que foi prontamente atendido pela Presidência deste Tribunal.

2 - O Diário Nacional da Justiça do Trabalho, onde o texto foi publicado, é gerido pelo Tribunal Superior do Trabalho e as publicações, quando remetidas pelos Tribunais Regionais do Trabalho, não podem mais ser suprimidas ou alteradas pelo remetente, conforme determina o Ato Conjunto CSJT/TST nº 015/2008.

3 – O fato foi comunicado oficialmente à Gestora Nacional do Diário da Justiça Eletrônico, tendo sido requerido, inclusive, que fosse cientificado o Exmo. Sr. Presidente do Tribunal Superior do Trabalho, ministro João Oreste Dalazen, solicitando providências para, em caráter excepcional, a supressão do texto publicado no DJ-e.

4 – No Sistema Unificado de Administração de Processos do TRT Paraíba - Suap, a Presidência determinou a supressão do texto escrito pela servidora.

5 - Além dessas providências, foi determinado ciência ao juiz titular da 2ª Vara do Trabalho de João Pessoa, unidade de lotação da servidora e em que tramita o processo em questão, de onde partiu o procedimento que culminou com a publicação do texto, inclusive para que fosse dado continuidade regular à tramitação da ação trabalhista.

6 - Por fim, é importante informar à sociedade que o teor da carta não revela a prática de nenhum ilícito, nem causou prejuízo às partes do processo, mas tão somente fatos da vida pessoal de uma servidora, que no seu histórico funcional não registra ocorrências que maculem a sua dignidade.

Paulo Maia Filho, presidente do TRT".


TST anula a carta de amor publicada por engano 

(02.03.12)
O presidente do TST, João Oreste Dalazen, anulou ontem (1º) o ato publicado por engano no Diário Oficial da Paraíba que trazia uma carta de amor, falando em triângulo amoroso etc.

Conforme prevê a legislação em vigor, o ato não poderia ser revogado pelo TRT regional, mas somente pela autoridade maior da Justiça Trabalhista. Pedido nesse sentido foi formulado pelo presidente do TRT-PB, depois que a inserção da carta de desabafo e revelação de intimidades, multiplicou os acessos ao DJ Online.

Ontem, Dalazen determinou a supressão do texto. Depois da publicação por engano, a servidora comissionada pediu exoneração.



Princípio da publicidade #1



Povo direciona a Política? Uhum, sei.


A arte da política

Neste ano de 2012, o Brasil realizará o sétimo ciclo eleitoral municipal, desde a “redemocratização” do País, em 1985. Será a mais longa experiência eleitoral de nossa história político-partidária.

Os partidos políticos já estão organizados para a eleição e alguns pretensos candidatos já fazem propaganda, mesmo ao arrepio da lei. O clima semiapocalíptico que cerca a eleição norte-americana já se manifesta em nosso cenário político.

O povo, senhor da Nação, permanece silencioso, aguardando o momento de falar. E o fará, no momento oportuno, nas urnas. Realizará um dos ensinamentos de Cristo: separará o joio do trigo.

As regras do jogo estão dispostas na Carta Política de 1988 e na legislação. O Poder Judiciário, por meio da Justiça Eleitoral, já regulamentou cronologicamente os atos preparatórios para a “grande batalha” e tentará, como sempre, disciplinar o agir para evitar os abusos que serão cometidos tanto por alguns “generais”, quanto por “soldados”.

Como disse Mao Tse-Tung, “a política é uma guerra sem derramamento de sangue, e a guerra, uma política com derramamento de sangue”.

Para alguns “generais”, a eleição é, verdadeiramente, uma guerra, como ensinou o chanceler Alemão Otto von Bismarck: “A política não se faz com discursos, festas populares e canções; ela se faz apenas com sangue e ferro”. Para outros, é fazer promessas e não cumpri-las, é mentir, é enganar, conforme disse o frasista Jackstênio: “Mentir a uma pessoa é pecado, agora, a um país, é política”. E mentir para um município, o que é? Para estes “generais”, recordo a advertência do escritor romano Ugo Ojetti: “Cuidado para não chamar de inteligentes apenas aqueles que pensam como você”.

Os senhores da Nação possuem pensamento diverso e querem um agir diferente. Sonham deixar de ser um meio para ser um fim, conforme preconiza Ernest Renan: “Para a política o homem é um meio; para a moral, é um fim. A revolução do futuro será o triunfo da moral sobre a política”.

Esperemos a batalha. Certamente, ao término, aquele que “lutou” de acordo com as regras, respeitou seus adversários e valorizou seu senhor poderá dizer: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé”.





quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Estado paralelo: na realidade ou em ilusão?

Sabe, há um Estado paralelo respirando aqui, uma organização sistematizada com princípios, regras, hierarquia, tributos, juramentos. Um Estado tangencial, com membros e soldados que acreditam na sua fé e rezam, piamente que são devotos a uma causa justa e mais humana. O Estado tem território, tem população, tem supremacia sobre parte do poder que ainda o contém, mas que com ele negocia, que é o poder do Estado instituído.
O Estado paralelo luta contra esse Estado instituído, que, por sua vez, também defende ideais mais justos e acoplados à dignidade da pessoa humana.
Ainda, há um outro Estado convivendo e se retroalimentando dentro do próprio Estado instituído, que é o Estado da Política Socializada, em que as trocas de favores são constantes, onde impera a lei do "deixa baixo" e a resignação à ilusória realidade de que o sistema funciona como um relógio. Mentira: reina, nele, a regra do menor esforço (só para evitar a fadiga).


São conhecedores os membros do Estado paralelo da ineficácia e falácia do Estado instituído e de seu parasita politicante para investir são fortemente contra ele e para ser capaz de dar a própria vida à causa? Ou apenas labutam em causa hedonista e por amor à crítica pela crítica?

A prática instituída que se ilude e acredita no controle da  prática real.
Ai daqueles que sabem que o controle social está aquém de sua função.

A teoria que se ilude, pensando que questionar a prática instituída é a solução - sendo que é na real onde estão os problemas.






Há algum tempo, notei  o que contagia:
não preciso da constante enceração de ego; 
preciso de uma causa maior que minha própria vida.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Jaz



Há alguns dias testemunho indireta e posteriormente assassinatos, suicídios, enganos, mentiras, entorpecimentos mentais, todo tipo de violência que um ser humano, em sua mais depravada e degradada forma, é capaz de praticar contra si mesmo e contra alguém.
Com os meus, desabafei que passei da fase da inocência (sim, todo o resto anterior foi inocência comparado com o agora) e tomo conhecimento, então, da fase da maturidade. Mas de uma maturidade maior do que a que eu estava acostumada: esta é ampla e genérica, que beira no abismo e que oferece tanto um passo fatal quanto um coração inexistente. Uma maturidade extensa e implacável que oferece diversas escolhas e atrai para a pior delas: a insensibilidade.
Pensando melhor, a referência a uma maturidade insensível diz respeito ao caminho mais fácil - sim, porque é mais fácil aceitar que o mundo anda assim mesmo do que buscar novas alternativas, o que implica grande (e impossível para o humano) labor.
Andei pelo abismo e ouvi as vozes do desânimo vociferando a desistência mascarada pela fragilidade: você é frágil... isso não é para você. Desista... se você insistir, você terá que se resignar à insensibilidade para poder continuar. Olhe ao seu redor, por exemplo...
E eu olhei. E pude atesta a violência que transcende todo esse ciclo: a fantasmagórica alegoria da justiça, que causa a morte do caráter. O caráter daquela pessoa, que deixa o cônjuge e filho em casa e parte para uma orgia incansável e impessoal. O caráter do sistema, que se nutre com pessoas as quais, com o condão de lutar pela justiça, fingem que seus atos escritos e assinados são o suficiente para modificar toda a devassidão maléfica que nos cerca. Fingem ou não veem, cegos, pois é compensador o subsídio mensal. O meu caráter, que submeti, por muitos momentos, à possibilidade da desistência.
Agora, juntando os cacos daquilo que, um dia, me fez crer na práxis do sistema de justiça, consolido meu forte apache na resistência e com meus amuletos, meus queridos que me lembram de minha humanidade e que (por favor!) batem em meu coração, não para me desestabilizar, mas para me lembrar que estou viva.
Vale a pena resistir (não para, somente, continuar ou garantir o pão do mês)  para, especialmente, não morrer junto com o ideal de justiça e com os humanos agredidos - que jazem do mesmo modo, infalivelmente.

keep the faith

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Adeus, Joinville!



Deixo a cidade de meu nascimento com poucas e fortes raízes experienciais e pessoais, estas que não se desfarão com o meu distanciamento espacial, pois já se mantêm com a ausência pelos estudos e trabalho - sorte não seguida pelas raízes fracas e passageiras.

Ficam aqui as ruas asfaltadas por onde caminhei, corri, andei de bicicleta, fugi de moto, passeei de carro, brinquei de patins e caí de skate. As calçadas (e suas árvores com lindas raízes quebrando seu concreto) por onde sentei e conversei. Pátios, palcos, salas e quartos onde dancei. Tatames e carteiras onde lutei. Rede, camas, sofás, chão onde dormi e descansei.

Ficam meu anos de estudo até a primeira pós-graduação, meu estágio, meus primeiro emprego. A praça da melhor idade perto do mercado. As ruas decoradas no mapa mental e as rotas de fuga da chuva (cara, eu sou - por enquanto - a única pessoa que conheço (¬¬) que tem noção das rotas mais emocionantes e eficazes para fugir de um alagamento em Joinville - de carro!). As trilhas dos parques ecológicos e seus insights.

Até pouco tempo atrás, andei por essas rotas de fuga e trilhas tortuosas como alguém sem rumo, apesar de ter objetivos bem traçados - alguns, porém, um tanto inocentes e impróprios para a época atual. Talvez essa divergência que tenha gerado a cisão entre método e meta. Nessas sinuosidades, a maioria das portas estavam fechadas e  apenas algumas frestas se mostravam convidativas.

Precisei entrar em um regime de conscientização e humanismo para poder passar por elas. Cortei muita inutilidade, mitos culturais (bem difícil em uma cidade de típica, forte e atual colonização), ruídos comunicacionais. Tive que ver que eu transmitia uma mensagem equivocada sobre mim - só assim entendi porque havia tantos parvos ao redor: atraídos por um erro que exalava de mim.

Aqui aprendi, experiencialmente, parte do meu objeto de estudo atual: as pessoas podem te tratar como um outro (alguém indiferente), como um não eu (alguém contrário a ti), como um objeto (como um objeto!) ou como um humano (como um outro eu). Isso vai depender do que você aceita, rejeita e transmite.

Pelas frestas, passei. Se foi taxativamente bom ou mau, não vou poder nunca afirmar. Agora, para mim, foi ótimo.  Não sei dizer que isso era permitido (afinal de contas, o que é e o que não é permitido e qual a hierarquia que estabelece isso?), só tenho noção de que cheguei a um meio que parece a estrutura do labirinto: onde eu pude conhecer o que eu somente farejava. E foi bom por isto: conheci, como a arquitetura de um sistema, o que era uma tendência sensitiva daqui de dentro.

Chego em um lugar em que eu consigo ver quais erros cometi e que não cometerei mais e os erros que ainda cometo. Erros pautados em padrões que assumi conscientemente durante a viagem pelas trilhas e na passagem pelas frestas. Quando os padrões mudarem, talvez não sejam mais erros. Talvez cheguem a ser, simplesmente, atos comissivos e omissivos. Só. Porque, de fato, são assim mesmo. Ou não.

Deixo o conhecido tortuoso e o aparentemente seguro para estar, agora, em um lugar onde nunca estive, mas um lugar onde as paredes e muros ainda não foram grafitados, onde os vidros ainda não quebraram com a minha voz, onde ainda não pinguei publicamente nenhum suor.

Não sei, mas para onde vou, os sorrisos parecem mais fáceis e os abraços, mais confortáveis. Há mais portas - mas creio que isso não significa que todas estão certas. Mas a trilha é mais aberta e mais iluminada. Especialmente porque, em seu delineamento, estão as raízes fortes e essenciais que me amparam no cansaço e me fortalecem no ânimo. As que foram criadas no momento de dúvida e certeza, quando eu estava certa de que a certeza era absurda e quando eu mais acreditei em mim, tanto que mudei.

Mudei no ano, no dia, de casa, de msn, de virtudes, de vícios. Deixo a casa branca com janelas e portas marrom, escolhida por outrem, para a casa rosa com flores na sacada, escolhida por mim.



Agradeço a esta cidade por todas as oportunidades que me foram dadas e
por todas as que me foram negadas 
- só assim pude perceber que o céu é, na verdade, imenso para as asas que  querem voar 
pequeno demais para as que foram aparadas por mediocridades, 
preconceitos, pré-julgamentos e medo. 
Por isso, ou não saem do lugar ou colocam obstáculos ao voo dos outros.


sábado, 21 de janeiro de 2012

Céus!

Terminei!
Introdução, Considerações Finais, Capítulos, imagens, tabelas, quadros: tudo organizado para minha defesa.
Não sei se me apeguei demais a isso, mas chorei compulsivamente ao quando salvei o arquivo (em .pptx e .ppt, no pendrive, no computador, no email).

Foi tanto sacrifício finalizar essa apresentação (notebook esquentando inexplicavelmente, sala mal ventilada, calor de Joinville que não passa nem com a pior chuva, suor fazendo com que as pernas grudassem na cadeira,  vizinhos e familiares barulhentos (salvo parcialmente pelo protetor auricular)), interrupções por trovões, trevas, trecos aleatórios) que qualquer pessoa que não teça considerações extensas e emocionadas sobre isso não terá, pelo menos hoje, a devida atenção.

Desculpem-me os atingidos, mas estou em êxtase e felicidade interna.


quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Own *-*

Menininha questionando o sexismo da indústria de brinquedos (legendado)





Caso a legenda não apareça automaticamente, favor ativar o "cc".



Meu namorado, ao assistir ao vídeo:
"Grazi, é a tua filha!"

Obrigada, obrigada  :D

Nossa, nossa :D