terça-feira, 23 de março de 2010

Melindrosas e melindrosos: não leiam.

"'Tivesse ele jamais nascido!' está dizendo: este que não vive no tempo certo, que não é capaz de viver no tempo certo, pois não é capaz nem de mando, nem de obediência -, para este seria melhor que absolutamente não existisse, que "jamais tivesse nascido". Sim, porque na verdade, em sendo assim, ele é como um traste, um treco, um troço qualquer, mas não um homem. Isso porque ele é como uma folha jogada ao vento e varrida para todo e qualquer lado, ao sabor ou caprinho dos ventos - sem estória própria, sem destino. Ele até nasceu, isto é, ele veio à luz em alguma materniada, ato contínuo, pode ter sido emitida uma certidão de nascimento, que é o primeiro passo para a sua cidadania. Mas, por outro lado, esse tipo como que não existe e não é, uma vez que não nasceu, no sentido de não ser alguém aberto para uma tarefa própria e necessária, a saber, o interesse que se é e que se precisa ser. Para este não se evidencia que ele só é à medidade e somente à medida que ele faz vir a ser o seu poder-ser ou sua possibilidade própria. Ele não 'sabe' esta verdade fundamental: sou filho (obra) da obra que sou! Quam não é no tempo certo - este, a rigor, nem vive, nem morre... " (FOGEL, Gilvan in Conhecer é criar. p. 130-131).

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