sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Diálogo entre botões


- O que ele quer, afinal?
- Eu não sei... uma hora, demonstra ser um bom amigo e dá um aperto de mão; outra hora, olha com a alma e abraça forte. Demonstrações de amizade e relacionamento amoroso se intercalam. Eu não sei.
- Não consigo lê-lo também. Seu comportamento não é conveniente: é vacilante, dúbio.
- E o que pensas: preferias que se abrisse, caso suas intenções sejam de amor?
- Mas acho que não é amor. Na verdade, não sei direito o que é amor; porém, parece que quase sinto o que não é amor... e sinto que não seja este comportamento que vejo, essas idas e vindas de outras pessoas. Essa falta de parceria constante com o suposto objeto/sujeito amado. Só se ele quisesse evitar percalços em outras relações... mas por que se silenciar? Bom, entrementes, seria difícil acreditar em algum sentimento. Minhas convicções ainda não desestruturadas não me permitem avançar e enxergar essa possibilidade como válida.
- E se for amizade, te sentirias, quiçá, menos querida por alguém como deveria ser ou queria que fosse?
- Não. Por enquanto, basta-me o que temos.
- E nos restamos sozinhos? Sem amor?
- Não. é só olhar para o lado e ver o quanto de amor temos - mas não do jeito egoísta que queremos. E lembra-te que a afirmação de que o ser humano só em feliz se viver com sua alma gêmea aristotélica é uma das piores mentiras que nos inventaram. Então, que seja como nossa vontade alcançar e como a complexidade de nossa existência permitir.

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