sexta-feira, 19 de março de 2010

Lanchinho dispensável

Não sei quanto a vocês, mas eu me revolto contra as pessoas que se fazem "lanchinho" de outras.
Já ouviram falar na expressão "pessoa aleatória" ou "pessoa peguete"? São os sinônimos de "pessoas lanchinho".

São as pessoas que se fazem de lanche para as outras - sim, no sentido pejorativo do termo: são passatempo, fazem-se um flerte entre as refeições principais, imputam-se à dispensabilidade.
Em suma: não são o prato principal. São um tanto faz como um tanto fez.

E, por um desígnio de forças que acredito que sejam Deus, são poucas dessas que se deparam à minha frente - poucas se criam, na verdade. Eu deixo germinarem um pouco para ver se a intuição está ou não certa: quando vejo que é erva daninha, arranco o mal pela raiz.

Claro que cada um possui seu livre arbítrio para escolher o que quiser de seus corpos e almas. Mas não dá para aceitar a reciprocidade do dispensável: se você aceita um lanchinho no meio da noite, tenha certeza que será um lanchinho da mesma forma. Via de mão dupla inexorável que traz enjoos pela indigestão.

E quando você investe em um prato, achando que é saudável e lhe trará benesses de toda ordem, e, pelo gosto, verifica que é um puta de um fast food gordurento, de massa intragável e... fútil?! Bah!

Perdeu tempo e ainda se contaminou, não é?
Ou vomita ou defeca - porque, se absorvido pelo organismo, será aquela gosma que implica com seu músculo - aquela reserva que nem para energia serve.
A comunidade internacional - Eduardo Galeano

O frango, o pato, o pavão, o faisão, a codorna e a perdiz foram convocados e viajaram até a cúpula. O cozinheiro do rei lhes deu as boas-vindas:
- Foram chamados – explicou – para que me digam com que molho preferem ser comidos.
Uma das aves se atreveu a dizer:
- Eu não quero ser comida de nenhuma maneira.
E o cozinheiro colocou as coisas no seu lugar:
- Isso está fora de questão.

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