Hoje meu feminino continua a queimar sutiã por uma outra dimensão daquela entendida pelos equivocados feministas e pelos equivocados(AS) com o feminismo.
Acordo-me de um sonho em que a humanidade se findava (metafórica e fisicamente), levanto-me em rumo a uma utopia que me move desde a mais tenra idade: salvar a humanidade - por que não?
Queimo o sutiã ao arrumar minha casa, a fazer o café e ao almoçar fora - infelizmente, não tenho tempo para sentar-me à mesa da minha casa ao meio-dia, mas isso é um esforço que vale a pena, já que sou melhor pensando em algum setor da sociedade e trabalhando diretamente em prol de seu desenvolvimento do que pensando em casa em benefício de um grupo restrito de pessoas.
Sou um ser humano melhor assim.
Minhas emanações afetiva não foram prostituídas; ao contrário: tenho uma facilidade em irradiar meu amor, minha amizade, minha subjetividade, minha alteridade tanto para meu trabalho quanto para minha vida social, bem como para meu estudo e para mim mesma. Respeito-me e escolho fazer o que não me limita e me deprime: não sou melhor trabalhando porque houve um movimento sexista para tanto, mas sim porque minha natureza assim pede. E eu respeito.
Assim como minha natureza pede que eu saia de madrugada para ver um amor, como minhas entranhas gozam com um relacionamento de afeto, como meu rosto se ruboriza com uma amizade sincera e um abraço surpresa. Faço surpresa em qualquer hora, escrevo cartinhas e rimas para os chegados e não nego demonstração de carinho. Ao mesmo tempo, sei analisar em que situação é melhor para agir, como planejar estratégia para um possível êxito, como lidar com problemas de quase toda ordem.
Não sou uma máquina! Sou um ser humano que sabe amar a sociedade para querer trabalhar para ela, que ama os próximos para querê-los mais próximos ainda, que ama a si mesmo para ser sincero para optar pelo sim e pelo não sem impor a si mesmo e nem a ninguém um padrão de conduta correto, respectivamente, para si e para o outro. Não me enjaulo dizendo "sou mulher, por isso faço aquilo" ou "busco igualdade com os homens e, por isso, pretendo aquele".
Sou um ser humano que não precisa dessa espécie de limitação. Aliás, nem a aceito: as limitações que me serão possivelmente impostas serão dadas por mim mesma a fim de manter a lucidez; no mais, tenho a consciência necessária para ser livre e poder transitar por qualquer esfera de dedicação que eu quiser: trabalho, casa, rua, social.
Não quero ser igual a ninguém: quero ser eu mesma, descobrindo-me cada vez mais principalmente por não me usurpar ao tipo de pensamento preconceituoso de que "mulher que trabalha não ama", "mulher é mais feliz em casa", "mulher quer ser igual ao homem".
Não quero ser melhor que ninguém: quero ser o melhor que posso ser. É imaturo comparar homem e mulher e esta querer alcançar o homem em determinadas ocasiões. Isso não existe. Cada qual é especial em suas qualidades, é único em seu mundo. Inexiste hierarquia: isso é um equívoco criado por alguns seres humanos para justificar o poder. E do poder não nasce relacionamento, interação humana, porque nele inexiste intersubjetividade, é falsa a alteridade, não há o sentimento de cooperação verdadeira.
Cada individualidade tem seu valor em si; cada um que busque o seu caminho. Sabendo disso, não tenho inveja de ninguém, principalmente porque entendo que cada um tem o seu caminho, igualmente - e no meu estão os frutos de um ser humano que fez suas escolhas e é feliz com isso.
Com esse posicionamento, queimo sutiãs diuturnamente, buscando quebrar paradigmas obsoletos e alternativas que limitam o ser humano.
Queimo sutiã porque, igualmente, ele me liberta e, com certeza, não me afasta, como mulher, dos homens. Pelo contrário: aproxima-me deles não para disputa, mas sim para a união.
Sim, eu escolhi ser alguém: alguém que queima sutiãs, alguém que (se) aproxima, alguém que vincula o caos ao cosmos... escolhi ser eu mesma.
Que texto lindo Grazy, como todos que escreves. Já estava sentindo falta deles;)
ResponderExcluirVinculação entre o caos e o cosmos...,que assim seja!
=P
oinnnn
ResponderExcluirbrigada juuuu :****
que assim seja *_*
:))))
Gosto do teu texto..Gosto também dessa escritora/historiadora, Michelle Perrot.
ResponderExcluirSe tiveres oportunidade, dá uma olhada nesse link http://brigadasinternacionais.blogspot.com/2007/06/caador-de-memrias-femininas-220607-oi.html
Mal não faz..beijo!
Vou dar uma olhada, sim, Laura!
ResponderExcluirObrigada :D
:*
Meuuuuu
ResponderExcluirMto bom o texto... como todos os que tu escreve!!
Quando eu crescer, quero conseguir escrever tão bem quanto você escreve.
Bjos
Hhaushaushuahsuas!!!
ResponderExcluirCrescer mais, Rafa?? Tu tá louco??
Hehe :)
Tua grandeza espelha o tamanho de tua capacidade e do teu coração *-*
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