sexta-feira, 4 de junho de 2010

Poker Face



O ius resistendi vem, apesar dos movimentos sociais crerem-se fora das instituições, mantido na nossa Carta Política, visto tratar dos direitos fundamentais do ser humano e das limitações impostas ao Estado em favor daquele.

Esse direito justifica-se pela inexistência de resposta do ente estatal às necessidades do ser humano, que, então, é compelido à desobediência das ordens estabelecidas a fim de que seja restaurada a situação de pacificação e/ou bem estar social.

No entanto, muitos perseguem a utilização de tal direito para a extinção do Estado, sustentando a sua incapacidade/desnecessidade de suprir os anseios humanos e defendendo a teoria do "faça você mesmo".

Mas, seria, então, o próprio indivíduo e/ou sua coletividade o suficiente para a sua (sobre)vivência? Teriam todos a consciência específica para manter-se em uma condição de paz recíproca e suprirem-se satisfatoriamente?

Muitos seres humanos, apesar dos regramentos de conduta, não sabem se guiar por si mesmos, anseiam por alguém que os diga ou que fazer ou ainda baseiam sua felicidade em outras pessoas bem além de si, como já disse Schopenhauer. Estariam, então, sem o ente estatal, forçados a aprender a como "fazer por si"? Lógico que tal empreitada demandaria tempo; mas, mesmo com um grande prazo, seria possível?

Isso sem considerar que o direito à resistência, tal como previsão de ato institucionalizada, remanesce nos limites de autoridade do Estado - não há como exercê-lo sem a quebra de barreiras institucionais.
Gramsci que perdoe o ceticismo, mas não como dissociar o avanço social da evolução e conscientização individual.

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