Desde sites de notícias até os blogs cômicos, está difícil não ler uma reportagem ou um comentário acerca de um menino de 2 anos que fuma alucinadamente cigarros.
É um fato que assusta, sim, que nos faz dizer WTF e tudo o mais - principalmente pela idade da criança.
Alerto (se isso é preciso) para o fato de que isso não está muito longe de nós, não.
A maioria das pessoas preferem negar a realidade próxima a ter consciência dos fatos ao seu redor porque não tem estômago para conviver com o fatídico ou não tem coração para tentar modificá-lo.
Basta olhar para o lado, como fiz, certa vez, em um terminal de ônibus.
Aos passos apressados de todos, inclusive aos meus, ative-me a duas crianças que não deveriam ter mais que 8 anos de idade: os dois, igualmente, no caminhar febril da manhã, vestidos com roupas largas e boné, andavam contra mim, conversando sem o ar inocente ainda comum da infância.
Um vinha à frente, o outro o seguia com um cigarro aceso na boca. Concentrei neste, seguindo-o com o olhar e, quando percebi, estava parada no meio de um corredor incessante de pessoas indo-e-vindo, fitando aquela figurinha que me diminuía à medida que seguia seu rumo.
De repente, os sons me trouxeram ao presente.
Olhei a meu redor, pensando "alguém viu isso?!?". Ninguém me via. Óbvio: se não viam aquela punhalada na humanidade, como iam enxergar a sua decorrente perplexidade?
Segui o meu caminho indignada... comigo mesma. Indignada por não ter tirado o cigarro daquela boca, por não ter abraçado forte aquela criança (para que ela não pudesse escapar facilmente, hehe) e por não ter lhe dito que tudo que contaram a ela é mentira.
*Frustração mode ON.
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