Esses dias, passando por um bar com uma televisãozinha ligada em futebol e alguns homens ao seu redor, percebi como se unem com o fim de comemorar uma possível vitória, após uma longa concorrência. Vitória que não é deles, mas fazem como se fossem: perderam dinheiro na cerva, tempo com a família e consigo próprios. Apenas elevaram sua pseudo-estima. Ilusão.
E, na copa, isso se estende às mulheres, que se unem aos homens (depois de acirradas discussões sobre o fato de eles curtirem futebol em detrimento delas - que dizem não entender o hobby) e, juntos e felizes, torcem para a vitória de um símbolo vazio, formado por um time cuja importância se dá, apenas, pelo modo com quem faz o jogo. Claro, não são questionados seu caráter, nem sua integridade, nem sua atitudes ou opiniões. O que importa é o jogo - dane-se o que o time é na vida particular.
Depois da copa, voltam as brincadeiras machistas sobre futebol acompanhados de loiras quentes e loiras geladas, que são servidas pela mulher rabugenta porque teve que buscar a bebida na geladeira, como se não tivesse autonomia de dizer "não", chutar o balde (de gelo) e largar o mandrião.
E, com essa consciência, vão às urnas felizes com a pseudovitória ou tristes com o fracasso nos campos. Apesar disso, continuam esperançosos: "daqui a quatro anos, a copa será nossa".
Enquanto isso, daqui a sempre, o governo sempre será dos outros.
E, ainda, esperam que, com esse tempo, o time se prepare, que seja reformulado, que um ídolo novo surja.
E esperam que, depois desse tempo, haja uma reviravolta no governo, como num passe de mágica, e que os aparentes governantes tenham piedade de nós e administrem com vistas ao nosso bem comum.
Como gostam de ilusão.
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