Brasileiro gosta de novelas, longas historias, subdivididas numa serie de historias paralelas, com dezenas de atores secundários, interessados na sua vidinha pequena. O nosso cotidiano parece cada vez mais com as novelas da televisão, ou será o contrario e são as novelas, que a cada dia se parecem mais com o nosso cotidiano?
A instalação da UFSC na região norte, reúne todos os ingredientes para ser uma novela de sucesso, tem mocinhos, tem bandidos, tem até historias de amor. E como toda boa novela das sete tem humor e trapalhadas, como nas novelas das oito, tem um forte jogo de interesses particulares e econômicos.
Nos primeiros capítulos o enredo ganho rapidamente o interesse do publico, com a escolha do local, se criou a impressão que diversos locais estariam sendo considerados, quando na realidade o local já estava decidido. Quando a sociedade tomou conhecimento da escolha e do valor do imóvel localizado as margens da BR 101 e dos problemas que surgiriam caso o negocio se concretizasse, surgiram as primeiras criticas concretas e os primeiros alertas, todos eles confirmados no decorrer do tempo. O motivo alegado para fechar rapidamente o negocio, que alguns ainda hoje consideram uma negociata, foram os apertados prazos que a UFSC deveria cumprir, sob risco de perder a oportunidade. O tempo cuidou de mostrar a pouca consistência da afirmação.
Agora, ao anunciar que os primeiros prédios para permitir o funcionamento dos cursos já iniciados pela UFSC na região norte, se construirão no Campus da Univille, se confirma o que já se sabia, o terreno da curva do arroz é um mico, inclusive a mudança do zoneamento em volta do terreno, deve ser visto com maior suspeição, quando não se confirma a instalação da UFSC naquele local.
Ninguém entende porque a compra do terreno, não incluiu toda a área e porque agora o custo aumentou, mas quando se trata de recursos públicos, quase ninguém parece muito interessado em se preocupar, nem com o custo e nem com o destino. Os problemas de alagamento, das linhas de alta tensão e do contorno ferroviário, estavam todos eles lá antes de concretizar o negocio, ninguém agora pode alegar desconhecimento.
A novela se alastra por capítulos, sem que se possa vislumbrar claramente um final feliz, a cada novo capitulo, novos personagens assumem papeis de destaque e como nas novelas da televisão, aqueles que caem nas pesquisas, são retirados da trama, podendo ainda reaparecer por obra do autor da novela. E a vida segue.
Fonte: Comentários de Joinville/ A novela da UFSC
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