Sei bem o que é conviver intimamente com o doce: meu sangue é contaminado pelo seu excesso. Tenho que controlar alimentação, privar-me um pouco dos meus desejos e racionalizar minha saúde e meu equilíbrio.
Apesar de gostar (e muito!), tem horas que o doce enjoa!
Tudo muito doce, muito melado, muito grudento, melecado de atitudes que escorrem pelo canto da boca e deixa minha mãos grudentas, o que me impede de manejar, com êxito, outros afazeres. Como uma teia de aranha, prende-me num embolo como num algodão-doce, enrola-me, rola-me, até eu me viciar naquilo e não ver mais saída senão querer mais, mais, mais, até perder a razão e enjoar.
Ah, eu cheguei nesse ponto: enjoei. E enjoei não porque eu fiz doce (prefiro controlá-lo), mas de ver outros fazendo doce. Olho para um lado, chicletes diversos e coloridos; de outro, balas de banana e pirulitos. Algodão-doce, como dito, aos montes. Pipoca doce, então! Os tradicionais festivos: paçoca, pé-de-moleque, torrão (turrão), bis*coitinhos enfadonhos e repetitivos e superficiais. Chocolates, azedinhas, enfim. Doce para todo canto.
Bá! Dou, então, sal, para contrabalancear. Não para formar um soro, mas para salgar mesmo as coisas e permitir que elas sejam mais objetivas, mais que nos deem sede e não enjoo. Que nos permitam ansiar por coisas diferentes, não de um paladar só, mas de várias facetas e que, com isso, não nos sintamos culpados, mas sim em desenvolvimento. Ansiando por mais, não do mesmo prato, mas mais em seu complemento: bebidas, acompanhamentos. Que nos nutra e não nos encha e nos impeça de nos mover agilmente. Aliás, que nos dê habilidade para nos mover melhor.
De preferência, lógico, com a mesma companhia. Mas, para isso, não há necessidade para, de novo, retornar ao grude do doce. Enjoa, pombas!
Nota à Ju:
AMO o teu blog, que tem doce na medida certa ;)
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