terça-feira, 12 de outubro de 2010

Com pouca idade e muito estilo, meninas trocam brinquedo por maquiagem e mandam no próprio guarda-roupa

Mães se assustam com o excesso de vaidade e especialistas falam sobre os limites dessa brincadeira



[...] Para a psicóloga da pediatria da Unifesp, Patrícia Spada, preocupação demais com a aparência pode até mesmo ser um sintoma de algum conflito psicológico.
— A menina que vive em função de se maquiar enquanto o mais adequado para a idade dela seria brincar já revela que está passando por alguma dificuldade emocional — afirma Spada.
Perceber a tênue linha entre a brincadeira e o exagero não parece fácil. Uma dica é observar o tempo que o ato de se embelezar ocupa na rotina da criança.
— Se a menina não sai de casa porque não acha o batom, se fica acordada até tarde mexendo na nécessaire, se vai mal na escola e se isso afeta a vida social dela, é hora de impor limites — orienta Penélope Ximenes.
E o limite, que para muitas mães é um quebra-cabeça sem encaixe, é mais simples e fácil do que pintam os pais, segundo a pedagoga.
— Diga não — sugere. — Tem mãe e pai que tem medo de dizer não e aí a criança cresce sem saber o que é isso. Está excessivo? Diga não e ponto — ensina.
A coisa só fica mais complicada quando o comportamento da criança é quase uma réplica da mãe ou quando, sem perceber, ela incentiva a vaidade da criança, como observa Mônica Spada.
— A mãe precisa identificar se ela não está estimulando um comportamento sem limite. Ela é a autoridade e o modelo e deve resolver o que é bom ou não para a criança.

Fonte: ClicRBS Donna



Ao brincar, a atuação do imaginário cria uma Zona de Desenvolvimento Proximal, uma vez que a criança reproduz regras e vivencia princípios que percebe da realidade; ela se projeta nas atividades adultas, imitando atitudes, valores e hábitos. Como, desta forma, a criança se comporta de um modo que não está de acordo com o habitual para sua idade, ela própria reconhece o ato como brincadeira ou “de mentira”. Entretanto, isto não pode ser usado para amenizar ou justificar o gosto infantil por jogos com uso de violência ou brinquedos que estimulem a erotização, por exemplo, uma vez que, como dito, a criança ao brincar está transportando para o psíquico suas percepções de mundo e sociedade.(in A criança-adulto e o adulto-criança: a Pedagogia Waldorf e a media literacy como perspectivas).
 
 
 
 
Quantos comentários poderia eu fazer sobre a notícia...
mas prefiro deixar o questionamento sobre a forma com a qual estamos nos relacionando para que os nossos reflexos demonstrem a preocupação em se enquadra, fisicamente, em um arquétipo de beleza específico, deixando de lado outros cuidados mais  essenciais para o desenvolvimento da personalidade.


3 comentários:

  1. Triste, triste e triste! É por essa e outras que (no momento) não tenho a mínima vontade de ter um filho! E que a criança seja eterna, Grazy!!!! beijão amore mio *-*

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  2. E não fazes ideia de como é difícil criar uma menina dentro desse novo 'establishment', Grazy!
    Bjo!

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  3. Gostei muito do seu blog e principalmente deste post, que inclusive, indiquei no meu blog, onde postei algo relacionado.
    Parabéns e até mais!

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